Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

30 de julho de 2012

O Encanto dos Orixás - texto de Leonardo Boff


Quando atinge grau elevado de complexidade, toda cultura encontra sua expressão artística, literária e espiritual. Mas ao criar uma religião a partir de uma experiência profunda do mistério do mundo, ela alcança sua maturidade e aponta pra valores universais. É o que representa a Umbanda, religião nascida das matrizes da mais genuína brasilidade, feita de europeus, africanos e indígenas.

O nome Umbanda é carregado de significação. É composto de OM (o som originário do universo nas tradições orientais) e de BANDHA (movimento incessante da força divina). Sincretiza de forma criativa elementos das várias tradições religiosas de nosso país, criando um sistema coerente.

Privilegia as tradições do Candomblé da Bahia por serem as mais populares e próximas aos seres humanos em suas necessidades. Mas não as cria como entidades, apenas como forças ou espíritos puros que através dos Guias espirituais se acercam das pessoas para ajudá-las.

Os Orixás, o Rompe Mato, o Sete Flechas, a Cachoeira, a Jurema e os Caboclos representam facetas arquetípicas da Divindade. Elas não multiplicam Deus num falso panteísmo, mas concretizam, sob os mais diversos nomes, o único e mesmo Deus. Este se sacramentaliza nos elementos da natureza como nas montanhas, nas cachoeiras, nas matas, no mar, no fogo e nas tempestades. Ao confrontar-se com estas realidades, o fiel entra em comunhão com Deus. A Umbanda é uma religião profundamente ecológica. Devolve ao ser humano o sentido da reverência face às energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.

Há um diplomata brasileiro, Flávio Perri, que serviu em embaixadas importantes como Paris, Roma, Genebra e Nova York, que se deixou encantar pela religião da Umbanda. Com recursos das ciências comparadas das religiões e dos vários métodos hermenêuticos, elaborou perspicazes reflexões que levam exatamente este título: "O Encanto dos Orixás", desvendando-nos a riqueza espiritual da Umbanda. Permeia seu trabalho com poemas próprios de fina percepção espiritual. Ele se inscreve no gênero dos poetas místicos como: Álvaro Campos (Fernando Pessoa), Murilo Mendes, T.S. Elliot e o sufi Rumi. Mesmo sob o encanto, seu estilo é contido, sem qualquer exaltação, pois é esse rigor que a natureza dos espíritos exige.  Além disso, ajuda a desmontar preconceitos que cercam a Umbanda, por causa de suas origens nos pobres da cultura popular, espontaneamente sincréticos. Que eles tenham produzido significativa espiritualidade e criado uma religião cujos meios de expressão são puros e singelos revela quão profunda e rica é a cultura desses humilhados e ofendidos, nossos irmãos e irmãs. Como se dizia nos primórdios do Cristianismo que, em sua origem, também era uma religião de escravos e de marginalizados:

“Os pobres são nossos mestres, os humildes, nossos doutores”.

Talvez algum leitor estranhe que um teólogo, como eu, diga tudo isso que escrevi. Apenas respondo:
Um teólogo que não consegue ver Deus para além dos limites de sua religião ou igreja não é um bom teólogo. É antes um erudito de doutrinas. Perde a ocasião de se encontrar com Deus, que se comunica por outros caminhos e que fala por diferentes mensageiros, seus verdadeiros anjos. Deus desdobra de nossas cabeças e dogmas.

29 de julho de 2012

A verdadeira data de homenagem à Iemanjá na Umbanda

Orixá feminino, rainha das águas salgadas, dos mares. Simboliza a maternidade, a grande mãe. É protetora dos pescadores e jangadeiros. A este Orixá fazemos os pedidos de purificação, equilíbrio mental e harmonia para toda a família.
No Brasil, devido à diversidade de cultos afros e pelo sincretismo, em cada região comemora-se o dia de Iemanjá em datas diferentes, sendo a mais conhecida e comum o dia 02 de fevereiro.
O dia 02 de fevereiro, pela igreja católica é dia de Nossa Senhora dos Navegantes - data esta muito comemorada pelos pescadores e jangadeiros. Pelo fato do Candomblé, no Brasil, ter seu berço na Bahia, é nesta data que os adeptos desta religião homenageiam esta Orixá, sendo difundida pelo país e causando confusão para o povo em geral, inclusive para os umbandistas.
Para a Umbanda, a data de homenagem à Iemanjá é no dia 15 de agosto, que, pelo sincretismo com a religião católica é dia de Nossa Senhora da Glória - dia da assunção de Maria.
Portanto, na Umbanda, o dia de Iemanjá é 15 de agosto e não dia 02 de fevereiro.


Dia da semana: sábado
Dia de comemoração: 15 de agosto (Umbanda); 2 de fevereiro (Candomblé)
Cor: azul claro, branco, prata
Cor da guia: contas brancas cristalinas ou azuis claras
Metal: prata e platina
Símbolos: concha, ondas
Elemento: água
Astro regente: lua
Flores: palmas brancas ou rosas brancas
Velas: branca e azul claro ou só azul claro
Comida (amalá): manjar branco feito com leite de coco
Bebida: champagne 
Frutas: melão, uva branca
Pedras: sodalita, lápis lázuli
Ervas: manjericão, arnica, flor de laranjeira
Dimensão esotérica: Linha das Águas
Sincretismo: Virgem Maria e seus desdobramentos: N. S. dos Navegantes (Bahia e Rio Grande do Sul = Candomblé) e N. S. da Glória (Umbanda)
Local para oferendas: praia, mar
Saudação: Odoiá ou Odociaba

25 de julho de 2012

Dia de Nanã Buruquê



Dia 26 de julho é a data para homenagear Nanã Buruquê.


Na Umbanda, é sincretizada com Santana, é a vó, a Entidade idosa. É a responsável pela reencarnação, cuida do corpo dos mortos e recria a vida. 


Seus filhos têm como característica: interessantes, maduros, sérios, super protetores, ranzinzas e vingativos. 


Sua cor é roxa e seu domínio são os pântanos, a nascente, as poças de lama.


Para oferendar Nanã faça um amalá com velas roxas, vinho ou champagne, batata doce com mel e amendoim e coloque flores roxas.


Saluba, Nanã!



22 de julho de 2012

O que significam Saravá, Eparrei, Odoiá, Odossiaba


Saravá, Eparrei, Odoiá, Odossiaba são saudações.

Saravá significa pedir a bênção, sendo uma saudação genérica entre a maioria das casas de Umbanda, independente da sua derivação.

Outras saudações:

Epa Babá – saudação ao Orixá Oxalá significando: olá, com admiração e espanto.

Okê Oxossi ou Okê Arô – saudação ao Orixá Oxossi que significa: salve aquele que grita, que brada; Salve o caçador; Salve, Oxossi.  Também usado como saudação aos Caboclos (Okê, Caboclo).

Ogum iê – saudação ao Orixá Ogum, significando salve Ogum.

Epa Hei (ou Eparrei) – saudação a Orixá Iansã e significa Olá com admiração. Esse espanto de grandeza de admiração ao ver a Orixá e dizer a ela Olá Iansã, Olá Oyá.

Ora ieieo – Saudação a Orixá Oxum e significa salve a benevolente mãezinha.

Odoiá ou Odossiaba – saudação a Orixá Iemanjá e significam Mãe das águas.

Atotô – saudação para o Orixá Omolu, significando Silêncio, Ele está aqui!

Saluba Nanã – saudação a Orixá Nanã Buruquê, cujo significado é: nos refugiamos em Nanã, ou, salve a senhora do poço, da lama.

É para as Almas ou Adorei as Almas – saudação que fazemos aos Pretos-Velhos.

Kaô kabecilê – Saudação ao Orixá Xangô que significa venham ver (admirar, saudar) o Rei da Casa.

Laroyê, Exu ou Exu é Mojubá – Saudação a Exu que significa: Mensageiro, Exu! Exu a vós meus respeitos! E para as Pombo-giras é Laroyê, Pombo-Gira!

Xetruá ou jetruá – Usada para Boiadeiros e que significa:  Salve aquele que tem braço forte, pulso forte.

Oni Ibeijada – saudação usada para os Erês que significa: Salve todas as crianças!

Existem outras saudações e expressões inerentes a rituais empregados em diversos seguimentos de Umbanda que existem por aí.

Fonte: religiaoespirita.com


20 de julho de 2012

No dia do amigo, palavras de um Exu Guardião


Hoje é o dia dos amigos... e melhor do que eu escrever sobre amizade, é eu citar amizade à moda Exu.
“Quer saber quem é seu amigo? Caia. Caia bem fundo. Fique na completa e total obscuridade. E então clame por auxílio. Nessa hora, você saberá realmente quem são seus amigos…
Invariavelmente, eles vêm nessa ordem:
Primeiro, Deus. O Criador de tudo que é vive dentro de você e jamais o abandona. Ele é sua força, seu Norte, sua consciência. Ele é seu ponto de partida e seu destino final. Ele é seu maior e melhor amigo.
Segundo, suas forças. Mesmo aquele que não cultua os Sagrados Orixás é abençoado por suas forças divinas que o sustentam, amparam e acolhem. Sem Eles, o ser perderia sua identidade, suas aspirações, sua força e coragem na Vida. Suas forças naturais te dão a vontade de viver, o impulso à evolução, o sentimento de “raiva” necessário para transpor os momentos difíceis e vencer as batalhas da existência. Suas forças espirituais o seguem há muito tempo. Estão contigo a todo momento, e bem antes do seu nascimento já estavam ao seu lado te dando conselhos, direcionamento, suporte emocional, mental e físico. São eles as almas queridas que se importam e querem vê-lo livre, afinal, da roda encarnatória.
E terceiro, sua família. Quando digo família, refiro-me a dois grupos – sua família carnal, formada por seus pais, filhos, irmãos, tios, tias, primos, marido, esposa; e sua família espiritual, formada por “almas afins” que vibram na mesma frequência e portanto identificam-se e acolhem-se mutuamente. Pelo menos um integrante de alguma dessas “famílias” há de te responder… e geralmente é aquele que tem contigo maior afinidade espiritual/vibracional.
E agora, pergunto: eu citei aí as aparências? O dinheiro? O carro? A casa na praia? A festa de arromba?
Imbecil é aquele que pensa que sua Vida define-se pelo lado material da questão. Vocês todos são almas em experiência transitória na carne. Urge que todos vocês destinem um pouco mais de tempo às questões espirituais e menos às futilidades da existência material.
Eu, como Guardião à esquerda, sou o primeiro a dizer: divirtam-se! Mas também serei o primeiro a dizer: Fodam-se! (assim mesmo, com letra maiúscula… ahahahah…) Pois os avisos estão por todos os lados e só não vê quem não quer ver!
Portanto, pensem bem no valor que dão a cada coisa na Vida… avaliem suas prioridades, revejam prós e contras de atitudes, palavras e pensamentos. Mudem. Evoluam.
Assim, quem sabe, um dia poderei chamar a todos vocês de meus Amigos.
Seu Guardião na Lei”
Fonte: Sarah Siqueira

18 de julho de 2012

Porquê ficar descalço no Terreiro


Por que devemos ficar descalços em nossos Terreiros? 

São três motivos principais:

O primeiro é que o solo representa a morada dos nossos antepassados e quando estamos descalços, tocando com os pés no chão, estamos entrando em contato com estes ancestrais e, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria que esse passado guarda.

O segundo motivo pelo qual devemos tirar os calçados é o respeito ao solo sagrado do Terreiro. Vir da rua com os sapatos sujos e entrar com eles onde nossos trabalhos espirituais são realizados seria como alguém entrar em nossa casa carregando uma montanha de lixo que vai caindo e se espalhando por todos os cantos. Diante desta situação você diria o quê? No mínimo que essa tal pessoa não tem respeito por você ou pela sua casa.

O terceiro motivo é o fato de que naturalmente nós atuamos como “pararraios” e ao recebermos qualquer energia mais forte, se estivermos descalços sem nenhum material isolante entre nosso corpo e o chão, ela automaticamente se dissipa no solo. É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule ou leve determinadas energias consigo.

Além de tudo isso, podemos dizer também que realizar nossos trabalhos espirituais descalços é uma forma de representar a humildade e a simplicidade do Rito Umbandista.

No início, este costume nos cultos de origem africana tinha outro significado. Os pés descalços eram um símbolo da condição de escravo, de não “ser humano”, uma vez que o escravo não era considerado um cidadão e estava, por exemplo, na mesma categoria do gado bovino das fazendas. Quando liberto, a primeira coisa que o negro procurava fazer era comprar sapatos, pois eram o símbolo de sua liberdade e, de certa forma, faziam com que ele fosse incluso na sociedade formal. O significado da “conquista” dos sapatos era tão profundo que, muitas vezes, eles eram colocados em lugar de destaque na casa para que todos os vissem. No entanto, ao chegar ao Terreiro, espaço que havia sido transformado magisticamente em solo africano, os sapatos tornavam-se novamente apenas um símbolo de valores da sociedade branca e eram deixados do lado de fora. Ali os negros sentiam-se de novo na África e podiam retornar à sua condição de guerreiros, sacerdotes, príncipes, caçadores, etc.

Fonte: Walldeck Allex

Nanã Buruquê


A Orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada. 

A Orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica, pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.

Nanã forma com Obaluaiê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Estes dois Orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado.

Nanã envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isto que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxossi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação. Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa.

OFERENDA:
Velas brancas e roxas; champagne rosé, ameixa ou figo em calda; melancia, uva, figo, ameixa e melão, tudo depositado à beira de um lago ou mangue. 
DIA DE COMEMORAÇÃO: 26 de julho
SINCRETISMO: Santana

Saluba, Nanã!

Fonte: O Código de Umbanda (Rubens Saraceni)


15 de julho de 2012

Vampiros de energia


Quem já não passou pela desagradável experiência de se sentir muito mal ao lado de alguém? Bocejos sucessivos, sonolência, dor de cabeça, irritação, perda de energia, confusão na cabeça, enjoo, entre outros. Fenômenos aparecem após um telefonema ou àquela visita inesperada. Mas o pior é quando a pessoa que nos causa tamanho mal faz parte do nosso círculo de amigos, está entre os colegas de trabalho e na própria família!

É comum alguém falar que fomos vítimas de energia negativa, baixo astral, olho gordo, mal olhado, ambiente carregado, entre outras expressões. Mas na verdade são poucos os que sabem explicar de forma clara e objetiva o que tudo isso significa. Na verdade, isto é vampirismo energético, que é um dos fenômenos mais comuns e mais mal esclarecidos que existem.

O ser humano emana ininterruptamente energia para o meio ambiente, impregnando o local onde permanece e atinge também as outras pessoas com suas vibrações pessoais. Cada um de nós possui um padrão energético que é determinado pelos tipos de pensamentos, sentimentos e condição física. Todos nós já sentimos antipatia gratuita por determinadas pessoas, sem sequer manter algum tipo de comunicação com elas. O que acontece nestes casos é uma incompatibilidade energética, embora o contato possa até ser amistoso. A mesma regra vale para as relações de simpatia e afinidade.

Resumindo: além de todos os tipos de comunicação possíveis: fala, audição, toque, visão, escrita, entre outros, estamos de forma ininterrupta nos comunicando energeticamente, ou seja, o meu campo energético interage com o do ambiente e com o das pessoas com as quais entro em contato.

O ideal seria comunicações sadias, pautadas pela troca de energia equilibrada e cooperativa. Mas ainda estamos muito longe disso, alguns acabam sugando muita energia e dando muito pouco em troca, desvitalizando assim os ambientes e as pessoas.

Mas, como são criados os vampiros e por que esse fenômeno acontece? Muito simples, um vampiro de energia é uma pessoa que está em profundo desequilíbrio interno. Frustração, baixa auto-estima, ressentimento, complexo de perseguição e de vítima, insegurança e, acima de tudo, o egoísmo são estados psíquicos que fazem com que a configuração energética da pessoa se torne desequilibrada, afetando negativamente outras pessoas, roubando-lhes assim sua energia vital. Alguns chegam a interferir de forma concreta na vida pessoal de suas vítimas: intrigas, fofocas, competição desleal agravam mais a situação.
E o pior é que a vida atual agitada e urbana só agrava mais ainda o desequilíbrio das relações entre os seres humanos. O homem moderno se afastou da natureza, que é nossa maior fonte de alimento energético. Não existe nada comparável a um banho de mar, rio ou cachoeira, o contato com plantas e animais, o ar puro de uma montanha ou o silêncio do campo para reciclar e repor as energias. Outra fonte importante é o sono e ninguém melhor do que o homem moderno para enumerar os efeitos nocivos das noites mal dormidas. Não temos, portanto, uma fonte eficiente de alimento e troca para reciclar as energias estáticas. Somamos a isso nossos desequilíbrios pessoais e o resultado é um contingente enorme de seres desvitalizados e famintos de energia. A única saída para estes seres é roubar da pessoa mais próxima.

A competitividade dos ambientes de trabalho também é outro fator negativo. É cada um por si e todos querendo passar a perna em todos. Não somos educados para a cooperação e para a vida em comunidade. Acabamos nos fechando em nosso mundo pessoal e encarando nossos semelhantes como ameaças à nossa felicidade.

Então, como se proteger dos vampiros de energia? Primeiro, não entrando em sintonia com estas pessoas, ou seja, não escutar lamentações, não alimentar a inveja contando sua felicidade ou seus feitos, não pensar coisas ruins. Mas nem sempre conseguimos agir preventivamente. Sendo assim, a melhor forma de se reenergizar é tomar banho com sal grosso (do pescoço para baixo) e depois jogar sobre si um amaci.

Faça isto regularmente e, se possível, evite contato com as pessoas que você sente que sugam sua energia!

Axé!

14 de julho de 2012

A memória de sua casa


O padrão vibratório de uma casa tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores. Tudo o que pensamos e fazemos, as escolhas, os sentimentos, sejam bons ou ruins, são energias. O resultado reflete nos ambientes, pessoas e situações.

O corpo é nossa primeira morada e nossa casa, sua extensão. É ela que nos acolhe, protege e guarda nossa história. Da mesma forma que limpamos, nutrimos e cuidamos da vibração de nosso corpo, devemos estender esses cuidados e carinhos ao lar. Mais que escolher o imóvel e enfeitá-lo com móveis e objetos - muitas vezes guiados apenas por modismos ou pura praticidade - a elaboração da atmosfera de um ambiente é importante porque reflete a personalidade de seu dono, dando pistas sobre seus gostos, estilo de vida, história e sonhos.

Há quem acredite que, colocando cristais, sinos de vento, fontes, espelhos, instrumentos do feng shui, é possível atrair bons fluídos e equilíbrio para dentro de casa. Mas, é muito pouco, pois a personalidade de um ambiente vai além. Ela é conseguida dia após dia, não apenas com técnicas, mas com pequenos atos de carinho e com muita energia boa.

Além de atrair bons fluídos para nosso lar, temos todas as condições de criá-los no interior do próprio ambiente. O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora. Você, com certeza, já esteve em uma residência ou ambiente onde sentiu um profundo bem-estar e sensação de acolhimento, independentemente da beleza, luxo ou qualquer outro fator externo. Essa atmosfera gostosa, sem dúvida, era dada principalmente pelo estado de espírito positivo de seus moradores.

Infelizmente, hoje em dia, é muito mais corriqueiro entrarmos em ambientes que nos oprimem ou nos dão a sensação de falta de paz e, às vezes, até de sujeira, mesmo que a casa esteja limpa. A vontade é ir embora rapidamente, ainda que sejamos bem tratados. O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores. Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé. Evite brigas e discussões desnecessárias. Observe seu tom de voz: nada de gritos e
formas agressivas de expressão. Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar! Selecione muito bem as pessoas que vão frequentar sua casa. Festas, brindes e comemorações alegres são bem-vindas porque trazem alegria e muita energia, mas cuidado com os excessos. Nada de bebedeiras e muito menos uso de drogas, que atraem más energias.

Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por alguém, procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração. Lembre-se que sua casa também pode estar contaminada. Aprenda a fazer escolhas e determine o que quer para sua vida e ambiente onde mora. Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo?

Reflita sobre como você vive em sua casa, no que pensa, como anda seu humor e reclamações do seu dia-a-dia. Tudo isto interfere no seu astral.
Franco Guizzetti

13 de julho de 2012

Caboclos na Umbanda


Originalmente, a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio, mas, na percepção umbandista, refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas, na realidade, de grande sabedoria. Espíritos que, embora em suas encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos, os Astecas, os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram a América do Sul.
Falar em Caboclos na Umbanda é fazer menção a todos eles que, com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que, com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, omitem detalhes referentes às suas vidas quando encarnados.
Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua.
Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxossi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porém, em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes possuem vibrações originais diferentes, podendo se apresentar sob a vibração de Ogum, de Xangô, de Oxossi ou Omulu. Já as Caboclas podem se apresentar sob as vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã.
Não há necessidade da vibração do Caboclo-guia coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium; o guia pode ser, por exemplo, de Ogum e atuar em um médium que é filho de Oxossi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxossi.
Embora existam diferenças entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as suas vibrações originais, apresentamos a seguir uma relação que nos parece a mais próxima de uma realidade:

Caboclos de Ogum: 
Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-Mato, Rompe-Nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço.

Caboclos de Xangô: 

Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.

Caboclos de Oxossi: 
Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javali, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-Folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.

Caboclos de Omulu: 
Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-Teima, Sete Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.

Caboclas de Iansã: 
Bartira, Jussara, Jurema, Jureminha, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira.

Caboclas de Iemanjá: 
Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente.

Caboclas de Oxum: 
Iracema, Imaiá, Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê.

Caboclas de Nanã:

Açucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquaçu.

Caboclinhos da Ibeijada: 
Nesta querida falange, encontramos os Caboclinhos e Caboclinhas do Mato que se manifestam em sua forma indígena.

Algumas características da vibração dos Caboclos e Caboclas:

Habitat: normalmente matas fechadas, coqueiros, eucaliptos, etc.
Vibração: ajuda espiritual e material
Assuntos relacionados: todos
Atuação: ajuda em todos os campos
Parte do corpo: todo o corpo
Essências: eucalipto, girassol (para Caboclos); pinho, bálsamo-de-tolu (para Caboclas)

Cores: verde e branco
Pedras: quartzo verde escuro
Metal: ferro, aço, manganês, zinco
Flores: girassol, flor de ipê, samambaia, etc.
Banhos de descarrego: essência de eucalipto ou indicada por seu guia
Libação: água com mel
Imantação: predomina a espiga de milho

Fonte: Ana Mancuso

7 de julho de 2012

A verdade em Iansã

Muito antes de entrar para a Umbanda, quando o céu ficava numa mescla de rosa e alaranjado nos finais de tarde e o terreno todo se iluminava, eu sempre chamava meus filhos para "sentirem" a presença dos anjos na terra. Sempre ficamos quietos contemplando até que aquela maravilha se dissipasse e anoitecesse. Anos se passaram até que eu soubesse que aquele tipo de pôr-do-sol também representava Iansã.
Somos todos imagem e semelhança ao Divino e, ao meu ver, o que nos torna assim tão parecidos a Ele é a centelha que nos cabe. Na Umbanda e no Candomblé a centelha que nos forja são inegavelmente os Orixás.  Diz qual é tua natureza e te direi quem és, pois o Orixá fala muito de quem somos e como lidamos com nosso cotidiano. Creio que está mais do que na hora de ampliar o conhecimento sobre a Senhora dos ventos e das tempestades, dos raios que queimam e dos raios que colorem os entardeceres de verão.
Falar que filhos de Iansã são brabos e briguentos, simplesmente, é simplório demais. Talvez Iansã seja o Leão de Nietzsche em seu texto as Três Metamorfoses do Espírito. Iansã é a força que busca a liberdade acima de qualquer coisa e a liberdade é a condição de não se submeter a valores antigos, mas possibilitar que novos surjam, muito bem embasados em conhecimento. Para ser livre é preciso ter a capacidade de mudar sem aviso prévio, assim como os ventos e os pensamentos. Filhos de Iansã que não se movimentam acabam por adoecer fisicamente, porque isto vai contra a própria natureza. Esta mesma natureza nos impõe um só medo: a servidão. Nietzche ainda diz o seguinte dos que possuem alma de Leão, que traduz ainda mais Iansã: "Esfaimado, violento, solitário, ímpio, assim deve ser o querer leonino. Libertado de uma felicidade servil, dos deuses e dos cultos, sem medo, terrível, grande e solitário, assim deve ser o querer do verdadeiro. É no deserto que sempre viveram os verdadeiros, tal como os espíritos livres, senhores do deserto." Iansã, como Ogum, são guerreiros solitários. Enquanto Ogum abre caminhos, Iansã os percorre em busca da verdade. Sei que é difícil para alguns Pais e Mães no Santo lidarem com filhos de Iansã, mas há que se ter cuidado. Regras muito duras e inflexíveis, meias verdades e injustiças são ofensas pessoais para filhos deste Orixá. Iansã é uma protetora nata da Umbanda, pois esta religião é viva e está em movimento, então não pode se atrelar a conceitos petrificados. Está fadado ao fracasso e à espada de Iansã aquele que ensina aos filhos de corrente uma coisa e pratica outra. Iansã é retidão de caráter, é o raio que elimina as dúvidas, clareia a escuridão criada pelo homem.

Para os filhos de Iansã tudo é medido, pesado, avaliado na busca da verdade. E para se chegar a um resultado, a solidão é companheira. A força do leão que possuem é a energia transformadora da realidade.
Apesar de todos os atributos positivos que aqui coloquei, gostaria de citar Carl Jung que insiste sobre o perigo que representa a alma habitada pelo leão, devido à violência da sua paixão. Romper com o pré-estabelecido e tomar uma direção nova no pensamento é algo doloroso, e os filhos de Iansã suportam esta dor calados. Não conheço nenhum que não se martirize no parir "um novo conceito", uma nova forma menos injusta de conduzir sua existência.
A comprovação da existência da partícula de Deus, ou Bósson de Higgs, na semana passada me fez repensar na posição de Iansã na Umbanda. Lá no início, quando Zélio de Morais se revoltou em uma sessão espírita que não aceitava os espíritos dos mais simples e o impulsionou a criar a religião que hoje praticamos, não seriam os raios de Iansã em busca da verdade? Quando terreiros começam a desmoronar por não praticarem a caridade real e amorosa do Divino, que distinguem por classe social e volume nas carteiras de dinheiro, não seria esta mesma energia que determina o caos? Enquanto o Bósson de Higgs é a partícula que dá massa ao resto das partículas, não seria Iansã a partícula Divina que daria massa ao entendimento humano da fé umbandista?
Iansã, mais do que Orixá das Almas, é o Orixá da liberdade, do caos que cria a vida em plenitude, protetora aguerrida do livre-arbítrio, Senhora da Espada que, mais do que apontar a colheita conforme o que foi plantado, cria novas sementes no despertar de homens e mulheres que buscam a vida plena.
Eparrey!
Texto de Andréa Deren Destefani

Desdobramento Espiritual


Vamos comentar sobre os desdobramentos do Espírito, também conhecidos como 'desprendimentos espirituais’.
O fenômeno de desdobramento espiritual, denominado também "experiência fora do corpo" ou "projeção do eu", é a capacidade da pessoa desprender-se do seu corpo fí­sico, deixando-o num estado de sonolência, e desloca-se no espaço ape­nas com seu perispírito.
Durante o desdobramento, o espírito pode sair para longe de seu corpo e visitar locais distantes, conhecidos ou não. Estes locais po­derão encontrar-se em nosso plano físico ou nas esferas espiri­tuais. Podem, também, entrar em contato com outros espíritos, visitar enfer­mos, auxiliar espíritos perturbados, etc.
A faculdade de desdobramento é uma faculdade que de­pende do organismo e nada tem a ver com a elevação, o adiantamento e a condição moral da pessoa. Mas o local para onde o espírito vai durante o desdobramento tem a ver com sua elevação moral e espiritual.
Com relação ao grau de consciência, os médiuns de desdobra­mento podem ser classificados em três tipos: conscientes, semi-cons­cientes e inconscientes.
Os conscientes lembram-se perfeitamente de tudo o que realizaram durante o desdobramento, os semi-conscientes têm uma re­cordação re­lativa, mas os inconscientes nada recordam.
O desdobramento pode ser ainda: natural ou provocado (magnético).
No desdobramento natural, o médium afasta-se de seu corpo sem que seja necessária a atuação de outra pessoa. Pode verificar-se em função de uma enfermidade, do sono, prece ou meditação.
O desdo­bramento magnético ou provocado é aquele produzido pela ação fluí­dico-magnética de outra pessoa, encarnada ou desencarnada. Os médiuns ades­trados são muitas vezes afastados de seu corpo por seus mentores espi­rituais durante o sono físico e levados para reuniões de estudo e trabalho no mundo espiritual. Pode acontecer, também, que o desdo­bramento seja provocado por espíritos viciosos, que desejam envolver o medianeiro em atitudes infelizes, promovendo, muitas vezes, processos obsessivos graves.
Há um tipo de desdobramento mais apurado, onde a alma do médium tem maior grau de independência e pode deslocar-se para locais muitos distantes.
Bibliografia: Períspirito (Zalmino Zimmermann); Redefinido Conceitos (José Peixoto)