Os
Exus atuam como Guardiões da Lei Maior. Absorvem e esgotam as negatividades dos
seres desencarnados que se desviaram das Leis do Criador (kiumbas); depois,
vitalizam as qualidades positivas deles e então os neutralizam, deixando seus
magnetismos aptos a que retomem o caminho da evolução.
Os Exus têm gira
própria, mas não Linha, apesar de falarmos em “Linha da Esquerda” ou “Linha da Quimbanda”.
Exu e Pombo-Gira pertencem à falange de Santo
Antônio e se apresentam na Linha de Oxalá (1ª Linha). Na dúvida, pergunte-se: por
que será que você pede licença a Santo Antônio (Bará) para trabalhar? Simples,
é porque ele comanda os Exus e Pombos-Giras.
Exu lida com aspectos positivos e negativos da espiritualidade.
Ele rege sobre a dualidade, pois atua no Alto,
no Embaixo, na Direita e na Esquerda, guardando e mantendo a Lei e a Ordem, levando
Luz às trevas.
Exu guarda a quem faz por merecer o amparo da Lei
Divina, mas também intervém como executor da Lei contra quem viola as Leis do
Criador, para esgotar suas negatividades. Quando elas forem esgotadas, Exu
vitaliza as qualidades positivas do ser para então neutralizar-lhe o magnetismo.
A partir daí, aquele ser tem como recomeçar o trabalho evolutivo que a cada um
compete.
Exu não ataca a ninguém e só intervém por um
comando da Lei Maior, ou quando é ativado magisticamente. Nos trabalhos
religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada pela Lei
Divina, é sempre para o bem. Sendo assim, Exu NÃO é perigoso, vingativo
ou coisa semelhante. Enquanto pertencente à Linha de Oxalá e quando nos
relacionamos com Ele de forma bem intencionada, o que resulta é sempre uma ação
positiva.
O local correto para se firmar velas para Exu é
separado de onde acendemos velas para os Orixás, porque a função destes últimos
é irradiar, enquanto a de Exu é absorver. Fazemos
firmezas para Exu na tronqueira porque Ele guarda “o lado de fora” da Criação,
cercando a Casa para protegê-la, para impedir que algo externo nos atinja, fazendo
este papel de Guardião da Lei Divina, para refrear ataques negativos injustos.
Não se firma Exu junto com os 9 Orixás e as Entidades da Direita por este
motivo; e não porque Exu “não possa estar no mesmo ambiente”. A questão envolve
unicamente as funções específicas de
cada Orixá e Linha.
Quando incorporam, os Exus são alegres, falantes,
galhofeiros, sarcásticos, irônicos. Sempre estão dispostos a ajudar a quem os
procura (mas só ajudam para o bem). Manipulam bebidas e charuto, além de
serem servidos com farofas apimentadas (padê). São espíritos “bem terra”,
por este motivo atuam com grande poder de realização nos casos de magias
negativas, de relacionamentos e de assuntos profissionais.
Seus nomes variam desde nomes dados a pessoas (João
Caveira) até nomes indígenas (Marabô, Jibóia, Arranca-Toco,
Marambaia, Cipó, Folha Seca, etc.).
Todo médium tem um Exu Guardião e um Exu de
Trabalho. O Exu Guardião é ligado ao Orixá de Cabeça do médium e o Exu
de Trabalho é ligado ao seu Orixá Adjuntó, ao Guia-Chefe ou ao Mentor dos seus
trabalhos.
Exu mostra o íntimo do médium, como se fosse um
espelho. Exu é “o espelho” que mostra a imagem do que está escondido no
íntimo do médium desequilibrado, para que este possa ser alertado e venha a
corrigir-se. E, neste processo, Exu é também a Luz Divina incidindo, para
viabilizar o trabalho de correção dos sentimentos e comportamentos humanos
negativos. Afinal, Exu leva a Luz às trevas, principalmente às nossas trevas
interiores.
Médiuns mal orientados ou mal doutrinados dão
vazão aos seus recalques ou sentimentos íntimos negativos. Neste caso, o seu
Exu torna-se grosseiro, chulo, desrespeitoso, revelando o íntimo do médium. Já
com médiuns bem doutrinados e preparados, Exu “continua sendo Exu”, mas se
apresenta de uma forma agradável e respeitosa.
Saudação para Exu: Laroyê, Exu! Exu, Mojubá! Na
Umbanda, esta saudação se tornou também a saudação para Pombo-gira e Exu Mirim.