Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

16 de maio de 2010

A corrente

Li e usei: "Ninguém é tão forte como todos nós juntos".
A corrente é a grande força do terreiro. Uma vez alguém perguntou ao Pai Maneco a importância de um terreiro bonito e confortável. "Meu filho, se esta casa cair, vocês vão se reunir lá fora, olhando para o céu estrelado, e vão continuar trabalhando. Mas se a corrente se dissolver, o terreiro, mesmo belo e sólido, vai fechar". E batendo na parede de alvenaria explanou: "Na verdade acho a corrente mais merecedora de cuidados que estas paredes frias. Nunca trabalhei sozinho, só com a corrente. Quem trabalha sozinho, um dia ou outro, vai se complicar". É inevitável o desastre.
A corrente, como diz a mensagem, é a força do terreiro. Tudo gira em torno dela. São meus pequenos deuses. Que Oxalá abençoe a todos eles.
Fonte: Terreiro Pai Maneco

Facilitando as incorporações

Quando o médium está preparado para seguir o procedimento normal do aprendizado, ele não deve segurar as incorporações, e jamais esquecer o momento certo da incorporação. Se está se chamando um espírito pelo ponto individual ele não deve dar passagem, exceto se for ponto de linha, o momento for oportuno e permitido pelo desenrolar da gira. O médium deve facilitar a incorporação. 
Na Umbanda, as entidades têm incorporações típicas da linha. O índio é ereto, forte e incorpora com um vibração firme, algumas vezes se ajoelhando e batendo no peito. O preto-velho já é mais macio na incorporação, se curva e faz o tipo de cansado e a criança o tipo infantil.
Quando o ponto estiver induzindo o tipo da entidade, o médium já deve estar psicologicamente preparado para receber e se comportar conforme o tipo da entidade. É um erro lutar contra o espírito, ou seja, receber um índio como se fosse um preto-velho. 
De propósito até agora não falei do exu e da pomba-gira, para dar um destaque de grande importância: Exu não é aleijado e Pomba-gira não é prostituta. Ambos são entidades maravilhosas e não precisam fazer o tipo distorcido do folclore da Umbanda. Na continuidade, quando estivermos falando de cada linha, darei melhores explicações.
Fonte: Terreiro Pai Maneco

Disciplina

As regras são bem claras. Por isso é bom que os candidatos ao ingresso no terreiro conheçam antecipadamente as suas obrigações e o que devem ou não fazer. Existe um compromisso com o terreiro a que forem pertencer, seja ele qual for: vontade de evoluir espiritualmente, disciplina na corrente, submissão aos mandos da hierarquia, se não puderem amar seus irmãos ao menos os tolerem, não criticar os outros, cuidar para que suas palavras sempre sejam de incentivo e amor, cuidar e zelar por seu material dos trabalhos e de sua roupa branca, honrar a respeitar o nome dos espíritos, respeitar as outras religiões, sempre que tiverem dúvidas perguntar aos dirigentes, não hesitar quando forem convocados para auxiliar o outro como cambono, não fomentar brigas e discórdias, não faltar aos trabalhos (inclusive os que forem marcados em outros dias), cumprir os horários dos trabalhos, não freqüentar outros trabalhos sem autorização do dirigente, cantar os pontos e auxiliar a manutenção da gira e outras condições que o bom senso determina e que por qualquer motivo eu não tenha mencionado. Jamais o médium deve esquecer que a sua liberdade cessa quando começa a do outro.


1) Servir como cambono por um período no terreiro é uma obrigação dos médiuns novos. Servir e assistir os trabalhos das entidades vai dar um conhecimento significativo sobre a forma como os orixás trabalham. Para conhecimento de todos, o que mais aborrece um dirigente é a má vontade do médium quando ele é convocado para ajudar como cambono. Quando comecei na Umbanda eu pedi, por minha espontânea vontade, ao meu pai-de-santo a oportunidade de eu servir alguém como cambono. Não me arrependi porque aprendi muito.
2) O médium não deve ficar olhando os outros, julgar ou criticar seu irmão de corrente. Deve cuidar somente de si e deixar para a hierarquia corrigir o erro dos outros.
3) Levar seu material de trabalho e manter sua roupa branca sempre limpa e em ordem e, se não quiser ficar descalço, usar uma alpargata com sola de cordas e nunca tênis.
 4) Chegar e cumprir à risca os horários dos trabalhos e quando não puder participar dos mesmos, avisar com antecedência a sua ausência.

Fonte: Terreiro Pai Maneco

Com o espírito incorporado



 
   
  
Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda, ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção.

Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo, mas não tem o controle das palavras e dos gestos.

É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros.
Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido.

Recomendo para minha hierarquia deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.
1) É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade, sabendo das dificuldades de seu cavalo, tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já me perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium. Respondi convicto: mais do que o guia, ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.

2) É fundamental ao médium confiar nos dirigentes do terreiro. Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando. Eu, na primeira vez que fui ao terreiro da Umbanda, senti a incorporação e saí dando passes para o ar e quase caí dentro do Congá. Meu pai-de-santo carinhosamente ajudou-me a levantar e disse: ·você não está na mesa kardecista, e sim em um Terreiro de Umbanda. Com o tempo você aprende·. E eu tinha vinte e cinco anos de experiência, o que me fez responder ao pai-de-santo: ·estou nas suas mãos, vou esquecer momentaneamente tudo que sei do espiritismo.· E foi o que fiz, sem nenhum arrependimento. Fazia, sem questionar, tudo que o pai-de-santo mandava.


Na Umbanda, os médiuns mais comuns são os de incorporação e os de intuição.

Perguntas e respostas sobre Mediunidade:

Pergunta: Para os espíritos trabalharem dentro da casa na lei de Umbanda tem que se manifestar como Caboclo, como criança ou como Preto-Velho? Ogum é índio ou é um soldado romano?

Resposta: A característica de Ogum que vem com uma armadura é porque nós fizemos estes símbolos. A Umbanda é cheia de folclore, e o folclore é aproveitado pelos espíritos. Um Ogum é qualquer filho de Ogum. O simbolismo pode ser o Romano, mas o espírito incorporado é o Índio.

Comentário da Mãe Lucília de Iemanjá: tem horas que a gente tem que saber segurar a vibração.
Comentário do Pai Fernando: Tem que aprender a se curvar diante do ponto cantado. No ponto de Preto-Velho não pode vir um Caboclo. Quando se canta Iemanjá, tem que vir Iemanjá e não Iansã.

Pergunta: Mas pode acontecer de um Preto incorporar num ponto de Caboclo?

Resposta: Pode, mas está errado.

Comentário da Mãe Jô de Oxum: Se alguém em um trabalho precisa de energia de Iemanjá é legal que as pessoas da corrente se concentrem e tragam esta energia para fortalecer este campo de força que está sendo formado. Incorporar espíritos que não estão sendo chamados pode atrapalhar na formação deste campo.
Comentário do Pai André de Xangô: Quando se chama Iemanjá podem vir ondinas , sereias, caboclos e caboclas.
Comentário do Pai Fernando: A Umbanda é muito mais complicada que o Kardecismo, mas é mais fácil, pois não cai na mentira. O espírito tem que vir no ponto certo, riscar o ponto certo, beber a bebida certa. No Kardecismo é fácil a entrada de espíritos obsessores, mas eles são reconhecidos pois nunca falam em nome de Jesus.
Comentário do Pai Fernando: é muito importante a compreensão da existência de uma terceira energia. É como se fosse um café com leite, o médium e o espírito.
Comentário do Pai André de Xangô: uma incorporação é como se tivesse o espírito do médium e o espírito sozinhos dentro de um quarto (o nosso corpo). A melhor incorporação é aquela em que a pessoa consegue fica sentada e quieta em um canto do quarto, enquanto deixa o espírito fazer tudo que precisa. Eu me lembro de uma das primeiras vezes em que o Pai Fernando estava incorporando o Caboclo Akuan, o pai-de-santo Edmundo Ferro chegou perto dele e disse: "Fernando, sinta-se um Caboclo"
Comentário da Mãe Lucília de Iemanjá: Durante a incorporação não se deve ter vergonha, nem incorporar pensando no que o outro está pensando de você.

Pergunta: Como eu sei que um Caboclo é um Caboclo, que um Cigano é um Cigano? 

Resposta Mãe Lucília de Iemanjá: Sob o comando da música.
Os Pretos-Velhos e os Caboclos podem trabalhar juntos, mas cada um vem em seu ponto de chamada.
Pergunta: Na incorporação de Ogum, faz três anos que eu giro, giro, giro e ele vai embora. Por quê?
Resposta: Pode ser que não houve a formação certa da terceira energia.
Comentário do Pai André de Xangô: O sentido do tempo também tem umas considerações. A umbanda não é como um curso que se você fizer direitinho no final do curso você vai receber um diploma. Na Umbanda não existe este tempo, cada um tem um tempo diferente.

Pergunta: Iansã tem necessidade de cumprimentar?

Resposta: Não, ondina não cumprimenta, pois ela é só vibração.
Comentário do Pai André de Xangô: Ondinas são elementares, nunca tiveram um corpo físico.
O Caboclo Sete Pedreiras disse uma vez que todos nós somos protegidos pelos nossos próprios guias e pelos membros espirituais desta casa. Falou também que todo escudo é poderoso, mas é projetado para proteger o que vem de fora, se quiser fragilizá-lo é só atacar pelo lado avesso, que não tem blindagem. O que o caboclo quis dizer com isso é que o que enfraquece a gente são os nossos medos, as nossas angústias, coisas que estão dentro da gente. 

Fonte: Terreiro Pai Maneco

Hierarquia na Umbanda



A Umbanda apresenta facetas interessantes e que fogem ao tradicionalismo das religiões. Embora não exista nenhuma regra escrita que lhe dê o poder, o pai-de-santo (leia-se sempre: pai-de-santo ou mãe-de-santo) é quem dirige um terreiro de Umbanda e sua palavra tem a força da decisão. O fato peculiar é que ele não é nomeado e muito menos eleito: ele tem seguidores que acreditam e aceitam o que ele prega. Queiram ou não, ele é o chefe da comunidade que se abriga sob seu teto e o seu Orixá será sempre o chefe espiritual do terreiro. O Orixá cósmico do dirigente marca a linha de trabalho do terreiro e a entidade dessa linha que incorpora nele sempre será o chefe espiritual do terreiro que ditará todas as normas e regras para o seu funcionamento.

Vale dizer que igualmente inquestionáveis são as decisões do pai-de-santo, por se entender que eles interpretam a vontade dos espíritos responsáveis pelo terreiro. O cuidado com um templo umbandista é muito complexo por haver a necessidade de uma permanente assistência aos pontos de segurança firmados pelo seu responsável e a própria dinâmica da gira que está sempre em permanente ebulição e por isso fica sob austera vigilância. Para isso existe toda uma hierarquia dentro de um terreiro, começando pelo pai-pequeno (leia-se sempre: pai-pequeno ou mãe-pequena), que é o substituto do pai-de-santo, além de ter a obrigação de fazer com que os trabalhos sejam rigorosamente dentro da linha pré-esta bel ecida pelos dirigentes principais.

Depois deles surgem os capitães-de-terreiro, que são os que auxiliam os trabalhos e cuidam das coisas do terreiro, mas jamais podem substituir as tarefas dos dirigentes maiores, a não ser que lhe seja especificamente autorizado para tal. Finalmente os ogans, que são os que cuidam da parte musical do terreiro, principalmente dos atabaques. Entre essa hierarquia não pode haver discordância de filosofia. A fidelidade entre eles tem que ser absolutamente homogênea. Temos que entender ser impossível a unanimidade no conceito e no entendimento da religião, e ela pode ser discutida e modificada, principalmente na Umbanda que ainda não está bem definida em suas regras, mas sempre em nível interno da hierarquia.

Discordâncias e não aceitação do mando levam os membros a uma ruptura da hierarquia capaz de fazer o papel do palanque de uma cerca. Mandar e ser mandado não podem ser confundidos com prepotência e submissão. Aprendi com uma entidade que quem não sabe obedecer jamais vai poder mandar. O soldado faz continência ao sargento, o sargento ao tenente, o tenente ao capitão, o capitão ao major, o major ao coronel, o coronel ao general e o general à Bandeira Nacional.
Já me perguntaram se eu gosto de ser pai-de-santo. Refleti bem antes de responder afirmativamente. Se sou um é porque gosto. Na verdade não sei porquê.

Na minha reflexão descobri que antes eu tinha compromisso só com as entidades que eu trabalho, hoje tenho com todas que trabalham no terreiro. E as pessoas às vezes não entendem que eu sou igual a qualquer um, com todas as emoções, acertos e erros de um médium, e o que me difere é que sou talvez mais experiente e obrigado a cumprir o compromisso que assumi perante os espíritos que me cuidam. E todo pai-de-santo, entre o dever de cumprir as suas obrigações e magoar um membro de sua corrente, fica sem opção: o compromisso com a espiritualidade tem que prevalecer. Tenho acertado comigo mesmo: quando eu sentir que estiver, por um motivo qualquer, atrapalhando o terreiro, entregarei minha guia ao meu sucessor.


Notas:



1) A Umbanda não tem um órgão centralizador · felizmente, e por isso não existem regras para a abertura de um Terreiro. Alguém se torna pai-de-santo quando recebe suas obrigações de outro pai-de-santo. Com sua personalidade, modo de ser, idéias sobre a religião e filosofias, é seguido por outros que acreditam no que diz e faz e se subordinam, espontaneamente, ao seu mando. São opções livres e da vontade de cada um.

2) O pai-de-santo, também chamado zelador, dirigente ou diretor, cria a linha de seu trabalho de acordo com seu Orixá cósmico. Por isso que se diz Terreiro ou Casa de Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Iemanjá, Oxum ou Iansã.

3) A rudeza das minhas palavras não deve ser considerada como desrespeito aos meus companheiros, mas entendida como fidelidade à boa organização de um terreiro: a mãe ou pai-de-santo ditam as normas, a mãe ou pai-pequeno as acatam e os capitães de terreiro obedecem e as fazem cumprir.
Fonte: Terreiro Pai Maneco

4 de abril de 2010

Concentração, Manifestação, Mistificação

Concentração
1º Mandamento
Você está equilibrado emocionalmente e psicologicamente, está com a sua saúde em perfeito estado? São pontos primordiais para uma boa Concentração dentro de um terreiro de Umbanda. O equilíbrio destas funções é necessário para qualquer médium em desenvolvimento, ou já desenvolvido, para que possa trabalhar na linha da Fé e Caridade.
Não é porque um médium tem vinte anos de mediunidade que ele está sempre pronto para concentrar para qualquer guia ou entidade. O ato de você se concentrar nada mais é do que você ligar um rádio dentro da sua mente e sintonizar uma estação. Essa estação que você tenta captar é a ligação que você, médium, tem com o Mundo Espiritual. Neste momento é que vem a importância de um Centro.
Para você aprender a se concentrar é importantíssimo verificar onde você está pisando e quem vai lhe desenvolver, pois você irá se doar plenamente a essa pessoa. Assim, é recomendado que você veja e reflita no que está fazendo e no passo que irá dar, pois uma vez que você estiver concentrando em um lugar que não seja de bem, você irá receber a comunicação de Espíritos que não sejam do bem também.
Para uma concentração de bem e perfeita, é importante que esses pontos acima estejam em perfeita harmonia com o irmão.
Para o médium novo nunca se deve concentrar com o Mundo Espiritual fora de um Centro, sem a presença de seu Babalaô. Assim como há irmãos no Mundo Espiritual que queiram ajudar, também tem irmãos que só querem atrapalhar ou mesmo prejudicá-lo. Às vezes não fazem por mal, mas por ignorância ou falta de esclarecimento.
Existem alguns locais que temos que evitar nos Concentrarmos, a não ser que tenhamos autorização. São eles: encruzilhadas, cemitérios, hospitais, capelas, Centros em visita, casa de Exu, por brincadeira ou curiosidade.
Concentração simples
Peça licença a Deus. Peça licença a nosso pai Oxalá. Peça licença e proteção ao Dono do Congá. Peça licença e proteção a seu Anjo de Guarda. Afaste tudo que estiver tomando a sua atenção. Feche os seus olhos. Sinta o seu corpo. Respire fundo lentamente. Bloqueie seus ouvidos para o que tiver escutando. Através do pensamento eleve-se e transporte-se até onde você quer chegar.
Leve o pensamento até a entidade que você quer sintonizar ou chamar. Solte o corpo e mente. Não fique ansioso. Não interfira com outros pensamentos. Confie plenamente nos seus guias ou entidades. Entre no compasso e nas batidas do atabaque, se houver. Sinta arrepios, calor, frio, vontade de chorar, rir, pular, dançar, felicidade.
Deste modo, você está pronto para a incorporação, você abrirá um canal para o mundo Espiritual. Muito importante também é para que e para quem vamos abrir esse canal! Um canal aberto sem propósito tende a abrir campo para indesejáveis incorporações nem sempre fáceis de doutrinar.
Outra coisa muita importante é a corrente de concentração. Quando se abre uma corrente de concentração com todos os médiuns do Centro, os irmãos devem levar o pensamento a Oxalá pedindo força e saúde para o filho que pediu a corrente. Se for uma corrente de descarrego levar o pensamento ao irmão que precisa de ajuda, mas lembre-se: médium novo não pode se concentrar nesta gira. Peçam encaminhamento para o irmão ou irmãos que estão atrapalhando a vida de quem está sendo descarregado. Nunca com ódio nem raiva e muito menos brincadeira. Lidar com o Mundo Espiritual não é fácil, quanto mais se forem irmãos sem esclarecimento.
  
CONCENTRAÇÃO DOS ORIXÁS E GUIAS NA UMBANDA 
OXALÁ:
Geralmente na gira de Oxalá, são cantados os pontos que convém a gira. O médium toma seu lugar dentro do Centro.
Após a chegada de um guia no médium Chefe da casa, você começará a sua concentração. Permaneça cantando os pontos que estão sendo cantados e batidos, não se distraia com nada, feche os seus olhos, respire fundo, envolva-se na batida do atabaque, nos pontos, deixe-se levar suavemente, pensamento voltado a Oxalá, nas flores, nas estrelas, no céu, só em pensamentos bons, na cruz, na imagem de Oxalá que está no congá. Isso tudo é elo de ligação da gira de Oxalá para uma concentração perfeita.
Em gira feita dentro de um Centro Espírita, já existe um procedimento de abertura de canal com o Mundo Espiritual. Isso é feito na abertura da gira, quando nós cantamos para todas as entidades. Com isso já é feita a aproximação de todas as entidades dentro de cada gira. O Mundo Espiritual sabe muito bem quem está pronto para a incorporação ou não, mesmo sendo um médium antigo. No Mundo Espiritual seguem ordens e não existe a dúvida, são regras muito rígidas que devemos respeitar. Por isso, uma incorporação só se dá com o consentimento do Mundo Espiritual. E uma boa concentração acaba em uma boa incorporação.
Fluídos mais comuns na gira de Oxalá:
·         Sentir um perfume de flores
·         Mãos trêmulas
·         Suar frio
·         Sentir-se muito bem
·         Sentir-se leve e feliz
·         Arrepiar-se

NANÃ:
Na gira de Nanã são usados os mesmos procedimentos que na gira de Oxalá. Sendo que este Orixá é a vovó de Oxalá e como toda vovó devemos fazer a concentração, pensando em uma entidade velhinha, na imagem que está no congá; em nossas próprias avós e tudo que leve o seu pensamento até este Orixá.
Sua incorporação é muito rápida, porém muito forte para um médium novo, por esse motivo essa entidade incorpora num médium mais antigo e mais bem preparado. Isso não significa que um médium novo não sinta as suas vibrações. Aí é que entra a boa concentração do médium, fique sempre pronto para se doar para caridade.
Lembre-se que um médium dentro de um Centro Espírita é um veículo que as entidades usam para se comunicarem.
Fluídos mais comuns na gira de Nanã:
·         Muita paz
·         O corpo querendo se curvar para frente
·         Formigamento nas costas
·         Formigamento nas pernas
·         Sono
·         Preguiça
·         Sentir-se bem
·         Arrepios
·         Leve sensação de que vai cair

IEMANJÁ:
Como nos outros Orixás, é o mesmo procedimento. Senhora Iemanjá, Rainha das águas salgadas, Rainha do mar, Sereia bendita das ondas do Mar, Nossa Senhora. Essa deve ser a concentração mais fácil, pois temos muito campo para firmarmos nosso pensamento, como praias, mares, peixes, conchas, pescadores, barcos, ondas batendo nas pedras, sereias, canto das sereias e a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Se transporte para o mar, veja você brincando nas suas ondas sagradas, sinta a sua água fria e pura no seu corpo a banhar, lembre-se do gosto da água salgada em sua boca, sinta a pureza de seus pontos, sinta-se feliz. Mas com o maior respeito! Pois como temos as calmarias também temos as suas violentas e devastadoras ondas. Na gira da Senhora Iemanjá, não só a Senhora se manifesta, mas também Espíritos do mar, como pescadores, por terem tanto a ver com o mar, continuam mesmo depois de desencarnarem a fazer parte dessa grande e poderosa falange do mar. Nisso meus irmãos temos que sempre estar em plena concentração durante toda a gira da Senhora.
Fluídos mais comuns na gira da Senhora Iemanjá:
·         Arrepios
·         Vontade de se jogar no chão
·         Paz
·         Cheiro de Mar
·         Tremedeira nas mãos
·         Sons de ondas batendo na praia
·         Relaxamento
·         Bem-estar

OXUM:
Mesmo procedimento dos outros Orixás. Mamãe Oxum, o próprio nome já está dizendo tudo, Mãe das águas doces, Mãe de rios, cachoeiras, cascatas, córregos límpidos como a água que bebemos que é a fonte da nossa vida.
Para se fazer uma concentração para a gira da Mamãe Oxum, simplesmente enviemos os nossos pensamentos para esses lugares acima mencionados, liberte-se de sua matéria, deixando o pensamento voltar-se para banhar-se nessas águas doces e maravilhosas de nossa Mamãe Oxum. Abra os seus olhos e contemple a imagem de Nossa Senhora da Glória, simples e bela como suas águas.
Como na gira de Iemanjá, não só a Mamãe Oxum se manifesta, mas também espíritos de sua falange são enviados para nos trazer bons fluídos; dar passes, descarregar um irmão enfermo, pois o poder de suas águas são muito poderosas, nesta gira se permanece em pé e em plena concentração até o final da gira.
Fluídos mais comuns na gira da Mamãe Oxum:
·         Tremor nos braços
·         Arrepios
·         Cabeça rodando
·         Braços leves
·         Vontade de chorar
·         Paz
·         Agitação incomum
·         Feliz
·         Serenidade
·         Leveza

IANSÃ:
A sua concentração baseia-se em raios, tempestades, trovões, ventos e chuva. Por carregar uma espada junto ao seu peito, trata-se de uma Santa guerreira que lutou pelas fileiras do bem e do amor. Envie seus pensamentos diretos a sua imagem no Congá. Eleve seu pensamento e sua vontade de prestar caridade, sinta-se útil dentro de um terreiro. Mostre sempre que está pronto para servir a Jesus e a Santa Bárbara.
Como em outros Orixás, a sua incorporação é muito forte para um médium novo, mas seus fluídos e Espíritos que vibram na sua corrente, podem se manifestar em um médium novo. Concentração é muito importante nesta gira, trazem fluídos e força para os médiuns. Permaneça de pé em plena vibração e Concentração até o fim da gira.
Fluídos mais comuns na gira de Iansã:
·         Frio
·         Agitação
·         Leveza
·         Bem-estar
·         Arrepios nos braços
·         Arrepios nas pernas
·         Braços leves, mas firmes
·         Cabeça rodando
·         Vontade imensa levantar os braços, gritar ou bradar

OGUM:
Tratando-se de um orixá guerreiro, nossa concentração tende ser a mais perfeita possível. Como seu Ogum está em várias linhas, como: mar, terra, mato e o espaço podem dirigir a concentração para vários pontos. Levantai vossos olhos na direção de sua imagem e contemplai o seu rosto, sua armadura, seu escudo e sua lança. Sinta o seu poder a sua presença, a sua frente, vibre com os pontos cantados e batidos. Entregue a sua mente e seu corpo. Mentalize em sua mente um guerreiro perfeito, um amigo, um pai. São Jorge, guerreiro vencedor de demanda, guardião da bandeira de Nosso Senhor Jesus Cristo, que em batalhas nunca tremeu. Por isso, nunca tenham receio nem temor quando se concentrar para o glorioso e particularmente amado Ogum.
Fluídos mais comuns na gira de Seu Ogum:
·         Calor na nuca
·         Força nos braços
·         Força nas pernas
·         Calor no corpo
·         Tremor no corpo
·         Forte influência no pensamento e na vontade

XANGÔ:
Os médiuns continuam em seus lugares habituais. Xangô é rei da Justiça e da seriedade, Orixá de muita força. Sua concentração não é nada fácil, pois a sua incorporação é muita puxada para o médium. Como este Orixá tem como o seu ponto de firmeza as pedras, suas montanhas, suas grutas e até mesmo o seu leão, levemos nossos pensamentos até estes lugares, imagine você sentado lá em cima de uma pedreira bradando e saudando a natureza e os ventos. Contemple a força e o poder do seu leão que aos seus pés deita-se com sua grandiosa beleza.
Envolva-se nesta força, que a gira de Seu Xangô transmite para o médium. Não relute nem tente cortar o pensamento, se entregue a esse Rei da Justiça e do amor.
Fluídos mais comuns na gira de Seu Xangô:
·         Calor no corpo
·         Força
·         Braços e pernas dormentes
·         Cabeça rodando
·         Garganta doendo
·         Arrepios na cabeça
·         Se sente grande
·         Pensamento firme
·         Corpo trêmulo

OXOSSI:
Nesta gira, a concentração se diferencia entre Enviado de Oxossi, Caboclos e Boiadeiros. Enviado de Seu Oxossi é uma incorporação muito forte, sua concentração tem que ser muito clara e o médium tem que estar muito equilibrado e pronto espiritualmente para a sintonia ser perfeita. Tanto a incorporação quanto a desincorporação de qualquer enviado é muito séria e requer o máximo do médium, por esse motivo só o Médium Chefe do terreiro o incorpora. A concentração é diferente. Primeiro é enviado pelo Mundo Espiritual uma falange para a limpeza do ambiente. Depois o médium incorpora um irmão que o ajudará na limpeza do seu corpo e mente, após essa purificação, o médium é preparado para a incorporação de um Enviado. Você não se concentra direto para um Enviado. Você não tem o domínio de sua mente para concentrar para um Enviado de São Sebastião. O ato de incorporação de um Enviado vem sempre do Mundo Espiritual, nunca do médium.
Quanto aos Caboclos, sua concentração é bem mais fácil, por terem vivido nas matas e selvas, em contato direto com a natureza. Podemos fazer uma concentração perfeita seguindo estes costumes, vamos pensar nas matas e nas selvas. Vamos nos imaginar dentro de uma tribo de índios, com suas cabanas, seus caboclos, sua caboclas enfeitadas com lindos penachos de penas, colorindo as suas vestimentas, sua integração perfeita com a natureza, pássaros voando pelo meio da mata virgem. Bravos Orixás que um dia foram donos de nossa terra. E hoje são considerados no Mundo Espiritual como bravos guerreiros de Oxalá.
Vamos falar em uma concentração muito forte, que é a falange dos Boiadeiros. Que também pertence à linha de Oxossi. Como nós já sabemos os Boiadeiros viveram no Nordeste do nosso País. Eram trabalhadores do campo, tocavam o gado para as pastagens, viviam montados em seus cavalos ligeiros, confiavam firmemente no seu laço certeiro. Este mesmo laço que hoje é usado para laçar almas que estejam perdidas. Tinham como o seu maior valor, sua força e sua fé em Jesus para enfrentar os castigos que aquela terra oferecia.
Para se concentrar nos fortes Boiadeiros do nosso sertão, pense em suas terras, em seu laço, no seu boi, na sua boiada, naquele chapéu de couro junto com seu chicote e nos pontos que são cantados e batidos através dos nossos atabaques.
Fluídos mais comuns na gira de Seu Oxossi, Caboclos e Boiadeiros:
·         Corpo quente
·         Cabeça rodando
·         Vibração pelo corpo todo
·         Vontade de dançar
·         Sentindo-se muito forte
·         Pensamento com firmeza
·         Corpo leve
·         Mãos trêmulas
·         Pernas muito trêmulas

OBALUAÊ e OMULÚ:
Nesta gira a concentração só é feita por médiuns antigos e preparados. Seu Obaluaê e Seu Omulú trabalham na linha de doenças. Para os médiuns novos a concentração tem que ser de muita força e dedicação, pois na sua gira existe toda uma falange trabalhando para que os fluídos de doença e mazelas sejam retiradas de junto de nós.
Médiuns devem se concentrar, pedindo mentalmente para que todo mal se afaste de todos dentro e fora do terreiro, que toda doença do corpo físico seja levada. E que a paz de nosso corpo volte, com a graça de Deus.

CRIANÇAS:
Concentração para gira de Criança é a mesma coisa, mas é mais espontânea e simples. Sabemos que esta gira pertence a todas as crianças do Mundo Espiritual. Partindo desse conhecimento, podemos fazer a nossa concentração diretamente voltadas a elas. Fechem os olhos materializem em sua mente uma pracinha linda e bela cheia de árvores, lindos jardins com muitas flores, com crianças brincando, risos de alegria e felicidade. As Crianças do Espaço adoram se manifestarem em médiuns novos, pois para eles o fato de um médium novo ficar balançando para lá e para cá é uma brincadeira. Por isso, às vezes é preciso se concentrar bem para que a incorporação se conceda logo.
Fluídos mais comuns na gira das Crianças:
·         Alegria
·         Vontade de rir
·         Vontade de pular
·         Felicidade
·         Mãos trêmulas
·         Bons pensamentos
·         Vontade de comer doce

POVO DO ORIENTE:
O Povo do Oriente não se trata de um Orixá, mas todo o respeito para com a sua gira é a mesma de um Orixá. Quando falamos nos Povos do Oriente, abrimos vários tipos de incorporações: a) Médicos do Espaço; b) Budistas; c) Árabes; d) Hindus; e) Indianos; f) Socorristas do Espaço.
São todos da mesma falange, com o mesmo padrão de concentração. Para uma incorporação ser bem feita devemos nos deixar levar pelos pensamentos do bem, pensar nas areias do Deserto, nas montanhas, em hospitais Espirituais e no grande homem que foi "Gandhi”.
Fluídos mais comuns na gira dos Povos do Oriente:
·         Corpo leve
·         Mente leve
·         Arrepios pelo corpo
·         Paz
·         Seriedade
·         Incorporação suave
·         Mãos trêmulas

PRETO VELHO:
Na gira de Preto Velho a concentração do médium tem de ser voltada à época da escravidão, época essa em que viveram os nossos queridos Pretos-Velhos. Então, reportemo-nos àquelas fazendas de café do século passado, mas sempre pensando em um negro velho, sentado em cima de um tronco de árvore com o seu cachimbo a pitar, com um cajado ao lado para lhe facilitar o seu andar, nas festas que faziam dentro de suas senzalas, da alegria que tiveram quando foram libertados da escravidão. Sempre que você levar o seu pensamento aos Pretos-Velhos, pense sempre em coisas boas, nunca em sofrimento. Lembrai do cruzeiro bendito. Lembrai de um Velho querido.
Fluídos mais comuns na gira de Preto Velho:
·         Dor nas costas
·         Arrepios
·         Mãos trêmulas
·         Pernas trêmulas
·         Corpo leve
·         Vontade de sacudir o corpo
·         Cabeça pesada
·         Paz

POMBAS-GIRAS E EXUS:
A concentração para essa gira não é muito difícil, mas de muita responsabilidade para o médium. É uma gira muito pesada para um médium novo e ele só trabalhará com ordem do Guia Chefe do Centro. Nesta gira, a concentração é simples e perigosa. Para um médium já antigo, que conhece os fluídos de seu Exu ou da sua Pomba-Gira, fica mais fácil, porém para um médium novo que não conheça os fluídos do Povo da Rua, fica bem complicado. Abra sua mente para os pontos cantados, não pense em entidades de luz, para não atrapalhar a concentração. Nesta gira sempre o Exu da casa e chefe da gira vem primeiro. E sempre é ele que puxa os seus manos, podemos assim dizer. Sendo deste modo, a concentração é quase espontânea para o médium. Ligue-se nos pontos e no atabaque, para que facilite a sua incorporação.
Fluídos mais comuns na gira de Pomba-gira e Exu:
·         Vontade de rir
·         Corpo pesado
·         Gosto ruim na boca
·         Sensação de embriaguez
·         Pensamentos sem firmeza

Atenção:
Toda concentração tem o seu começo e fim. Quando você estabelece um contato com o Mundo Espiritual, você abre uma linha de incorporação. Quando o médium está pronto ou em fase de desenvolvimento, você se concentra e tem a incorporação, depois há a desincorporação e a desconcentração. O fato de você cortar o pensamento no final de uma incorporação é muito importante, pois não é só porque o guia foi embora que o canal com o Mundo Espiritual está fechado. O canal só se fecha quando você pára de se concentrar.
Depois que seu guia já subiu, você deve parar com a concentração, às vezes isso não é muito fácil, pois você ainda sente os fluídos da última incorporação. Leve o seu pensamento a nosso Pai Oxalá e respire fundo, bata sua cabeça no congá pedindo força, volte para o seu lugar e fique parado. Se as pernas estiverem bambeando sente-se no banco, beba uma água, tente botar a sua mente em estado normal. Se não conseguir vá até o médium chefe do terreiro. Lembre-se: não é o guia que está querendo voltar, ele sabe muito bem quais são as ordens e como cumpri-las, é o fluído da entidade que ainda está perto de você.

Manifestação:
A Manifestação é um passo a mais que se dá nessa nossa caminhada para servimos ao nosso Mestre Jesus, como médium de incorporação. Como na concentração, cada Orixá tem seu modo de se manifestar, todos têm sua forma diferenciada de se manifestar, cada Orixá ou entidade tem suas próprias características. A Manifestação nada mais é que a consequência de uma boa concentração. É a hora em que seu Espírito se afasta de sua matéria e dá lugar a outro Irmão Espiritual.
Atenção: médiuns conscientes devem ficar atentos para não deixar que seus pensamentos interfiram na manifestação. Deixe o espírito da entidade trabalhar, do jeito dele. Não queira interferir. Para tanto, confie e relaxe.

Mistificação:
Mistificação é quando o médium, por algum motivo, não sente a vibração da entidade, não incorpora naquele momento, mas mesmo assim finge receber o guia, imitando seus movimentos. Mistificar também é interferir na forma de trabalho da entidade.
Para não mistificar, não tenha pressa, não se afobe para incorporar. Sinta a vibração, deixe que a entidade tome conta por completo. O orgulho e a vaidade também são fontes de mistificação. Por exemplo: um médium pode achar importante e bonito receber determinada entidade, como a cigana. Aí, sente uma vibração de uma pomba-gira e já sai rodando e fazendo trejeitos como se fosse uma cigana. Cuidado!