Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza
4 de novembro de 2014
Orixá regente do ano de 2015
De acordo com a preta-velha Vovó Luíza de Guiné, o ano de 2015 será regido pelo Orixá Ogum.
Isto significa que as pessoas se sentirão com mais vontade de iniciar uma atividade - seja na vida pessoal, profissional ou afetiva - mas a forma como isso irá acontecer para cada um dependerá do Orixá de cabeça daquela pessoa.
Ogum é tido como guerreiro e é do elemento fogo, por isso tem como característica a iniciativa, a força da ação e a combatividade. Sendo assim, no ano regido por Ogum as pessoas receberão esta força de vontade para atualizar novos projetos e retomar aquilo que ficou parado. A maioria das pessoas sentirá vontade de arregaçar as mangas e recomeçar.
Este Orixá favorece as lutas que devem ser enfrentadas para se conquistar algo. Será um ano de combatividade, com possibilidade de maior agressividade. As características de Ogum ficarão muito fortes e evidentes em 2015, porque é o ano de seu reinado. Por ser um guerreiro, a parte ativa da irritação estará mais presente nas pessoas, portanto, todos temos que ter cuidado com os momentos de ira.
Desta forma, 2015, além de ser um ano de conquistas, também será um ano com propensão de novos focos de guerras, revoluções e conflitos, principalmente por motivos políticos, já que Ogum vem para sacudir este poder. A dica é canalizar as energias belicosas em artes marciais, dança ou trabalho.
Para um 2015 com boas energias, no final de 2014 faça orações e avalie tudo de bom e ruim que aconteceu neste ano, escrevendo em um papel todas as coisas ruins. Depois queime o papel para que as energias ruins se dissipem com a fumaça.
Na virada do ano use vermelho - cor de Ogum - e use objetos com ferro e aço.
Ogum iê!
12 de maio de 2014
Adorei as Almas! Saravá os Pretos-Velhos!
Os Pretos-Velhos
pertencem à Linha das Almas (Yorimá) e representam a humildade, a fé, força de
vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de
referência para todos aqueles que necessitam, curando, ensinando, educando
encarnados e espíritos sem luz.
Todos os Pretos Velhos são Magos
do Bem, que utilizam esta vestimenta fluídica de Preto Velho para envolverem os
seus filhos na fumaça do pito, na toalha de renda, no terço de contas de
Lágrima de Nossa Senhora, na palha da Costa, sob o sorriso fácil, o olhar
profundo. Quem resiste ao encanto de um Preto ou Preta Velha?
Na verdade, os espíritos que vieram da África, vergados sob o peso da escravatura, eram na sua maioria jovens, que adquiriram a vivência e experiências espirituais em terras brasileiras, a terra da Umbanda. Aqui envelheceram e foram se preparando para serem os Pretos Velhos tão queridos da nossa religião.
A crença trazida do seu berço africano foi sendo praticada na calada das noites, nas toadas dos pontos, nos transes ao redor das fogueiras e o tempo foi passando, lhes fornecendo um conhecimento forjado pelo sofrimento e o amor pelos Orixás e entidades mágicas do Mundo Espiritual.
Espíritos de outros orbes que não a Mãe África, ali reencarnaram para enriquecer sua caminhada espiritual e encarnaram como nativos africanos, pela dolorosa provação do cativeiro, agravada muitas vezes por serem seus algozes irmãos de sangue, de ideologias diversas. Negros entregando negros nas mãos de feras brancas com destino aos navios negreiros.
Com o desencarne de milhares de africanos que passaram pela duríssima prova da escravidão, estes espíritos adquiriram, de acordo com sua evolução espiritual, luz suficiente para aderirem ao chamado daquela Espiritualidade Superior que cuida dos movimentos evolutivos da Humanidade. E, do astral, imprimiam seu jeito de ser, com suas virtudes de tolerância, paciência, perdão, alegria, musicalidade, meiguice, prontidão em servir, além da enorme sabedoria adquirida através de séculos de sofrimentos.
Vieram em céu brasileiro, na dimensão astral, ombrear forças com a Espiritualidade Indígena, advinda de espíritos igualmente sofridos e com sua sabedoria peculiar e xamânica, consolidaram uma egrégora poderosa que se manifestou finalmente através do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Quantos Vovôs e Vovós! Pai
Benedito, Pai Antero, Pai Congo, Pai Joaquim, Pai Tomé, Pai Cipriano, Pai
Guiné, Pai Serafim, Vovó Cambinda, Vovó Luiza, Vovó Maria, Vovó Ana, Vovó Rosa
da Bahia, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Maria Conga... quantos
inumeráveis espíritos que deixam seus passos de Luz por esses terreiros do
Brasil!
A grande característica desta linha é o conselho.
Os
termos "Velho", "Vovô" e "Vovó" são
para sinalizar a experiência de vida destas Entidades, pois quando pensamos em
alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó, subentendemos que esta pessoa já
tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência e compreensão. É
baseado nestes fatores que as pessoas mais velhas aconselham.
No mundo espiritual é bastante semelhante e é
devido a esta característica de aconselhar que diz-se que os Pretos Velhos são
os "Psicólogos da Umbanda". Normalmente os Pretos-Velhos tratados por
Vovô ou Vovó são mais “idosos” do que aqueles tratados por Pai, Mãe,
Tio ou Tia. E, também, os "Vovôs e Vovós" são aqueles que vieram da
África; já os "Pai", "Mãe", "Tio" e
"Tia" são os que nasceram em terras brasileiras.
Usando suas guias de contas pretas
e brancas, ou as sementes de Lágrimas de Nossa Senhora, vestindo branco ou
xadrez carijó, lenços na cabeça ou não, terços e rosários complementando os
apetrechos, que podem ainda ser velas, pedras, pembas, madeiras de riscar
pontos, e claro, seus tocos...
As linhas de atuação dos pretos velhos variam de acordo com a vibração e sua ligação aos Orixás e também acrescentam aos seus nomes a identificação da origem: Preto Velho do Congo, da Guiné, de Aruanda, das Almas, etc.
Podemos vê-los nos terreiros, desprendidos de qualquer vaidade, ou artificialidade, sempre prontos para uma prosa, ou apenas escutar e abençoar, nunca recusando um passe em quer que seja, uma baforada de fumaça, um olhar atento mesmo quando o consulente traz problemas fúteis. Porque, por trás de palavras inconsistentes, o Preto Velho lê a carência, as obsessões, as tragédias familiares, a solidão e o desamparo e estará sempre, do seu jeito, amparando.
Cada Preto Velho, cada Preta Velha é exímio mestre em fazer a caridade, dando orientação e consolo, segurança e proteção, desmanchando os nós e as demandas, firmando filho de Pemba, desvelando uma verdade que é a Luz Maior.
O dia em que a Umbanda
homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a
Lei Áurea (libertação dos escravos).
Dia
da semana: segunda-feira
Data
comemorativa: 13 de maio
Guias:
contas brancas e pretas ou lágrimas de Nossa Senhora
Chakra
atuante: básico ou sacro
Planeta
regente: Saturno
Cor
representativa: branco e preto
Saudação:
Adorei as Almas, ou Cacurucaia
Fumo:
cachimbos ou cigarros de palha
Bebida:
café preto amargo, vinho tinto suave, água, cachaça com mel (alguns gostam de
acrescentar ervas e alho)
Comida:
feijoada ou tutu de feijão, banana branca, cocada
Salve todos os Pretos-Velhos da
Umbanda! Adorei as Almas!
28 de fevereiro de 2014
Visão Espiritual do Carnaval
O benfeitor espiritual Manoel Philomeno de Miranda procurou retratar, através de psicografia pelo médium Divaldo Franco, numa visão espírita as
ocorrências mais importantes durante o transcorrer do Carnaval no Brasil.
"O Carnaval é originário das bacanália, da Grécia, quando se homenageava o deus Dionísio, os trácios e a maioria dos povos antigos já se atiravam aos infrenes prazeres coletivos. Posteriormente, estas festas ocorriam em Roma, como Saturnália, e nessa ocasião sacrificava-se uma vida humana em louvor aos gozos sensuais que iriam ser procedidos, numa demonstração bem característica da fria crueldade do sentimento pagão.
No entanto, foi a partir da Idade Média que ficou estabelecida uma comemoração anual, quando era lícito a todas as pessoas, práticas e atos censuráveis sem qualquer constrangimento.
Nos tempos modernos este costume foi oficializado, particularmente no Brasil, durante três ou mais dias, justificado como uma necessidade para que sejam descarregados os recalques e tensões, acumulados no transcorrer do ano. Surgiu então neste comenos a palavra Carnaval, formada das silabas iniciais dos vocábulos carne nada vale.”
A visão do plano espiritual desdobra-se em cores vivas e chocantes, descreve Miranda:
“Enquanto no plano físico a
multidão sequiosa de divertimentos e prazeres carnais se movimentava pelas vias
públicas principais de determinada cidade brasileira, numa crescente excitação
da sensualidade, a psicosfera nessas áreas carregava-se de vibrações escuras e
pestilenciais, fomentando a atração de Espíritos desencarnados vivendo em idêntica
volúpia, que se atiravam a desmandos de orgias escabrosas, difíceis de serem
descritos do ponto de vista terreno.
Misturando-se com as pessoas em perfeita sintonia mental, os seres desencarnados, aglomerados pelos desejos desenfreados, agrediam os transeuntes, atingindo-lhes os centros do discernimento com ideias infelizes, nefastas, colocadas imediatamente em prática de conformidade com as tendências de cada indivíduo.
Formas invisíveis de aspecto vampiresco buscavam as suas vítimas para sugar os plasmas vitais, notadamente o genésico, induzindo-as aos descalabros de toda ordem, inclusive iniciando quadros obsessivos de consequências imprevisíveis. As cenas se sucediam em seus aspectos deprimentes e constrangedores, demonstrando que uma faixa expressiva das criaturas humanas ainda se encontra nos limites do instinto, comandada pelos impulsos das sensações animalizantes, sem qualquer sensibilidade pelas emoções superiores.
Justamente nesse clima de excessos lastimáveis, dois casais que tinham ingressado recentemente nas hostes espíritas resolveram, a pretexto de se despedirem da vida profana e para não sentirem frustrações futuras, pular e dançar nesse verdadeiro caldeirão de sentimentos malsãos.”
José Ferraz
(Trabalhador Espírita da Mansão do Caminho em Salvador-BA e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda)
Misturando-se com as pessoas em perfeita sintonia mental, os seres desencarnados, aglomerados pelos desejos desenfreados, agrediam os transeuntes, atingindo-lhes os centros do discernimento com ideias infelizes, nefastas, colocadas imediatamente em prática de conformidade com as tendências de cada indivíduo.
Formas invisíveis de aspecto vampiresco buscavam as suas vítimas para sugar os plasmas vitais, notadamente o genésico, induzindo-as aos descalabros de toda ordem, inclusive iniciando quadros obsessivos de consequências imprevisíveis. As cenas se sucediam em seus aspectos deprimentes e constrangedores, demonstrando que uma faixa expressiva das criaturas humanas ainda se encontra nos limites do instinto, comandada pelos impulsos das sensações animalizantes, sem qualquer sensibilidade pelas emoções superiores.
Justamente nesse clima de excessos lastimáveis, dois casais que tinham ingressado recentemente nas hostes espíritas resolveram, a pretexto de se despedirem da vida profana e para não sentirem frustrações futuras, pular e dançar nesse verdadeiro caldeirão de sentimentos malsãos.”
José Ferraz
(Trabalhador Espírita da Mansão do Caminho em Salvador-BA e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda)
Esta descrição serve também para os Umbandistas. Salienta-se que pode-se brincar o Carnaval, desde que seja de forma sadia, sem excessos, sem bebedeiras e sem luxúria. Pois os Espíritos do Baixo Astral estão à postos para obsediar a todos que mantenham o mesmo padrão vibratório deles.
Saravá!
16 de fevereiro de 2014
Recado aos médiuns
O que eu vou falar agora é algo que quase nenhum
dirigente fala, mas que é fundamental para que o médium (iniciante ou não)
entenda o que acontece quando aceita entrar para a corrente em um Terreiro de
Umbanda.
Dentro do Terreiro existe uma hierarquia entre os Guias, claro. Os Guias chefes, geralmente os Guias do dirigente, comandam o exército espiritual que está ali presente. Ou seja, comanda sua própria falange, as entidades que estão diretamente abaixo dele na hierarquia, inclusive aqueles que não se conhece, pois muitos deles não chegam a baixar no terreiro, e também os Guias dos outros médiuns da corrente, como em um exército e, consequentemente, os Guias que estão abaixo deles, que quase nunca (ou nunca) se apresentam também.
Parece óbvio, né? Mas o que ocorre quando alguém entra em um Terreiro não é tão claro...
O Guia (leia-se Entidade) “abre um trabalho” para um consulente quando ele vem tomar um passe, fazer uma consulta. Isto quer dizer que o Guia se torna responsável por esta pessoa, assumindo os “inimigos” espirituais, os desafetos, os verdugos, como sendo seus. O Guia passa a proteger o consulente, a ser aquele que vai bater de frente com quem quer que seja que venha lhe prejudicar. Isto é parte do tratamento e a outra parte tem a ver com o próprio consulente melhorar sua conduta.
Entende o que o Guia faz pelas pessoas? O Guia, seja qual for, passa a dar sua própria “cara à tapa” em seu lugar. Isto é muito sério. Não dá para assumir inimigos à toa. E todo Guia sabe disso.
Quando uma pessoa resolve aceitar o convite e entrar para a linha de trabalhos da casa, para a corrente, isto é ainda mais sério. Todos os Guias da casa passam a fazer tal proteção (não importa quanto tempo a pessoa tem de corrente) e, além de assumir seus inimigos e zelar pelo filho da casa, ainda passarão a fazer certos acordos com outros espíritos para que o médium possa se desenvolver mediunicamente. Existe toda uma movimentação para que isto aconteça da melhor forma para este novo filho.
E quando ele entra na linha de passes e começa a dar consultas, então, novos acordos são forjados, novas alianças são feitas, tudo para que este filho possa caminhar o mais suavemente possível. Pelo menos do lado espiritual.
Lógico que tudo isto sempre depende do próprio filho. Não adianta um Guia de Luz se matar fazendo alianças, recuperando verdugos, batalhando ao seu lado se este médium não se melhorar também. Isto só vai desperdiçar as forças do Guia, pois assim que ele terminar com tudo isso, o próprio filho abrirá campo para que os verdugos (kiumbas) retornem. Se o médium se mantiver negativo, não há trabalho que possa ser feito para afastar dele as coisas ruins – o próprio médium se encarregará de trazê-las de volta.
Os Guias trabalham muito por nós. Nós devemos, no mínimo, repensar nossa forma de agir, se quisermos evoluir e não mais sucumbir ao sofrimento espiritual imposto pelos kiumbas e inimigos espirituais. Devemos também sermos dedicados ao Terreiro e às Entidades, sermos gratos pela oportunidade que nos foi dada para diminuirmos nosso karma e evoluirmos!
Dentro do Terreiro existe uma hierarquia entre os Guias, claro. Os Guias chefes, geralmente os Guias do dirigente, comandam o exército espiritual que está ali presente. Ou seja, comanda sua própria falange, as entidades que estão diretamente abaixo dele na hierarquia, inclusive aqueles que não se conhece, pois muitos deles não chegam a baixar no terreiro, e também os Guias dos outros médiuns da corrente, como em um exército e, consequentemente, os Guias que estão abaixo deles, que quase nunca (ou nunca) se apresentam também.
Parece óbvio, né? Mas o que ocorre quando alguém entra em um Terreiro não é tão claro...
O Guia (leia-se Entidade) “abre um trabalho” para um consulente quando ele vem tomar um passe, fazer uma consulta. Isto quer dizer que o Guia se torna responsável por esta pessoa, assumindo os “inimigos” espirituais, os desafetos, os verdugos, como sendo seus. O Guia passa a proteger o consulente, a ser aquele que vai bater de frente com quem quer que seja que venha lhe prejudicar. Isto é parte do tratamento e a outra parte tem a ver com o próprio consulente melhorar sua conduta.
Entende o que o Guia faz pelas pessoas? O Guia, seja qual for, passa a dar sua própria “cara à tapa” em seu lugar. Isto é muito sério. Não dá para assumir inimigos à toa. E todo Guia sabe disso.
Quando uma pessoa resolve aceitar o convite e entrar para a linha de trabalhos da casa, para a corrente, isto é ainda mais sério. Todos os Guias da casa passam a fazer tal proteção (não importa quanto tempo a pessoa tem de corrente) e, além de assumir seus inimigos e zelar pelo filho da casa, ainda passarão a fazer certos acordos com outros espíritos para que o médium possa se desenvolver mediunicamente. Existe toda uma movimentação para que isto aconteça da melhor forma para este novo filho.
E quando ele entra na linha de passes e começa a dar consultas, então, novos acordos são forjados, novas alianças são feitas, tudo para que este filho possa caminhar o mais suavemente possível. Pelo menos do lado espiritual.
Lógico que tudo isto sempre depende do próprio filho. Não adianta um Guia de Luz se matar fazendo alianças, recuperando verdugos, batalhando ao seu lado se este médium não se melhorar também. Isto só vai desperdiçar as forças do Guia, pois assim que ele terminar com tudo isso, o próprio filho abrirá campo para que os verdugos (kiumbas) retornem. Se o médium se mantiver negativo, não há trabalho que possa ser feito para afastar dele as coisas ruins – o próprio médium se encarregará de trazê-las de volta.
Os Guias trabalham muito por nós. Nós devemos, no mínimo, repensar nossa forma de agir, se quisermos evoluir e não mais sucumbir ao sofrimento espiritual imposto pelos kiumbas e inimigos espirituais. Devemos também sermos dedicados ao Terreiro e às Entidades, sermos gratos pela oportunidade que nos foi dada para diminuirmos nosso karma e evoluirmos!
Saravá!
4 de fevereiro de 2014
Livro sobre a Umbanda!
Este livro foi feito em formato de perguntas e respostas, de forma didática para todos aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre a Umbanda.
Quem desejar adquirir um exemplar, deixe mensagem in box em nossa página: Yalorixá Patrícia ou Ogã Aguinaldo.
Cada exemplar custa R$ 35,00.
2 de fevereiro de 2014
Linha dos Baianos
Na Umbanda pura, sem mistura com Candomblé, Nações ou catolicismo, dia 02 de fevereiro é dia de Nosso Senhor do Bonfim - o padroeiro do Povo Baiano. Por este motivo, esta data ficou instituído, na Umbanda, como o dia de se homenagear a Linha dos Baianos.
O Baiano representa a força daquele que fica à margem da sociedade, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande frequência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos. Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e Pretos-Velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos. Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Kiumbanda, por isso podem trabalhar desfazendo feitiços.
Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero "venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo". Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o kiumba não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado.
Costumam dizer que se estão ali trabalhando é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra. São amigos e gostam de conversar e contar casos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.
Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé. Os trabalhos com a corrente dos Baianos trazem muita paz, passando perseverança para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças. Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exus, etc. São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos. São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta, diferente de qualquer entidade.
Os Baianos não têm filhos de cabeça, pois são entidades auxiliares.
Cor
|
Amarelo
|
Fio de Contas
|
Amarelo
|
Ervas
|
Arruda, guiné, espada de São Jorge
|
Símbolo
|
Cactus ou Cruz
|
Pontos da Natureza
|
Campina
|
Flores
|
brancas ou do campo
|
Essências
|
Arruda
|
Pedras
|
Ágata amarela
|
Metal
|
Latão
|
Saúde
|
Psíquica e emocional
|
Planeta
|
Terra
|
Dia da Semana
|
Segunda-feira
|
Elemento
|
Terra
|
Chacra
|
Umbilical
|
Saudação
|
É da Bahia
|
Bebida
|
Água de coco, cachaça, batida de coco, caldo de cana
|
Animal representativo
|
Galinha angolana
|
Comidas
|
Coco, cocada, aipim com melado
|
Número
|
2
|
Data Comemorativa
|
2 de Fevereiro
|
Sincretismo
|
não há
|
20 de janeiro de 2014
Oxossi
Oxossi
significa ação envolvente ou circular dos viventes da Terra, ou seja, o caçador
de almas, que atende na doutrina e na catequese. Suas entidades falam de
maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e
trabalhos.
Seus
pontos cantados traduzem beleza nas imagens e na música e geralmente são
invocações às forças da espiritualidade e da natureza, principalmente as matas.
São caracterizados pela cor verde que corresponde ao elemento verde da
natureza, as matas e o povo que as habita, os índios e seus mestiços, os
Caboclos.
É
a força cósmica da natureza comandando a mente por intermédio dos aromas e
princípios curativos das ervas, inclusive da descarga humana, por meio dos
banhos e defumações purificadoras que recebem das selvas os elementos
primordiais dessas magias. Na Umbanda, é sincretizado com São Sebastião.
A linha de Oxossi é famosa por ser a
linha da grande maioria dos Caboclos. Oxossi é conhecido na Umbanda como o
senhor das matas e de todos os Caboclos. Desta linha provém uma força de grande
poder que emana diretamente de Oxossi.
Você já deve ter ouvido a expressão
"Todo Caboclo é de Oxossí". Esta afirmação é porque esta linha é
apadrinhada deste Orixá, mas temos caboclos que vibram para Ogum (Caboclo Araribóia,
Ubirajara, etc.), que vibram para Xangô (Caboclo Sete-Pedreiras, Cachoeira,
etc.), que vibram para Oxalá (Caboclo Pena-Branca, Aymoré, etc.), que vibram
para Cosme e Damião (Caboclinho da Mata, Tupizinho, etc.), na linha de Iemanjá
(Cabocla Estrela do Mar, Indaiá, etc.), na linha de Iansã e outras linhas.
Características
Características
Cor
|
Verde
|
Fio de Contas
|
Verde (ou verde e branca)
|
Ervas
|
Alecrim, Guiné, Vence Demanda, Abre
Caminho, Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Jureminha, Mangueira, Desata Nó,
Erva de Oxossi, Erva da Jurema, Alfavaca, Caiçara, Eucalipto
|
Símbolo
|
arco e flecha
|
Pontos da Natureza (campo de força)
|
Matas
|
Flores
|
Flores do campo ou flores brancas
|
Essência
|
Alecrim ou alfazema
|
Pedras
|
Esmeralda, Amazonita, Quartzo
Verde, Calcita Verde
|
Metal
|
Bronze
|
Saúde
|
Aparelho Respiratório
|
Planeta
|
Vênus
|
Dia da Semana
|
Quinta-feira
|
Elemento
|
Terra
|
Chacra
|
Frontal
|
Vibração
|
Vegetal
|
Campo de atuação
|
Conhecimento
|
Saudação
|
Okê Caboclo, Okê Oxossi
|
Bebida
|
Vinho branco, água de coco, água
mineral
|
Animal representativo
|
pavão
|
Comidas
|
Axoxô (milho com fatias de coco),
frutas, pamonha
|
Número
|
6
|
Data Comemorativa
|
20 janeiro
|
Sincretismo
|
São Sebastião
|
Atribuições
Oxossi
é o caçador por excelência, mas é o caçador de almas, pois sua busca visa o
conhecimento e o desenvolvimento espiritual. Logo, é o cientista e o
doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados,
tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
Oxossi é o Orixá da fartura, é ele quem traz para o
homem as plantas curativas. Vibra sobre tudo que nasce sobre a terra, exceto as
plantas tóxicas e venenosas.
Os Caboclos, seus enviados ao nosso plano físico,
são hoje conhecidos como os caçadores e catequizadores de almas. Deles emanam o
sentimento e a força para lutar e vencer qualquer situação.
Oxossi é um vencedor, traz para o povo a
sobrevivência, a fartura, a cura das doenças pela natureza, a saúde plena. Esta
linha representa mudanças, o movimento, tudo o que é novo e vibrante. Ligado às
alterações mentais e físicas, Oxossi é o constante movimento da natureza, que
está sempre em evolução, é a essência, ou seja, é aquilo que anima, que dá
vida.
As
Características dos Filhos de Oxossi
O
filho de Oxossi apresenta arquetipicamente as características atribuídas ao
Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele
intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.
Os
filhos de Oxossi são geralmente pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto
mental como fisicamente. Têm, portanto, grande capacidade de concentração e de
atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência
para aguardar o momento correto para agir.
Fisicamente,
os filhos de Oxossi, tendem a serem relativamente magros, um pouco nervosos,
mas controlados. São reservados, tendo forte ligação com o mundo material, sem
que esta tendência denote obrigatoriamente ambição e instáveis em seus
amores.
No
tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito
de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa
e da aldeia para embrenhar-se na mata, a fim de caçar. Seus filhos, portanto
são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de
rompimento de laços.
Nada
pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade do
caçador. Assim os filhos de Oxossi trazem em seu inconsciente o gosto pelo
ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação, tão
importantes para seu Orixá. Quando em perseguição a um objetivo, mantêm-se de
olhos bem abertos e ouvidos atentos. Sua luta é baseada na necessidade de
sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o
que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que
não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento
certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que
exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto
quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os
filhos de Oxossi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros,
respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam
preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira
independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do
trabalho em equipe. Ao mesmo tempo, é marcado por um forte sentido de dever e
uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do
sustento da tribo.
Os
filhos de Oxossi tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o
sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se
realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou
trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com
cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxossi como Orixá de
cabeça, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis.
Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já
que o conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas
individualidades que nunca se misturam.
Os
filhos de Oxossi compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não
termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser
modificado radicalmente pelo segundo Orixá. Gostam de viver sozinhos,
preferindo receber grupos limitados de amigos. É, portanto, o tipo coerente com
as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco, têm os pés
ligados à terra.
São
pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas
atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família.
São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de
residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de
uma vida doméstica harmoniosa e calma.
O
tipo psicológico do filho de Oxossi é refinado e de notável beleza. É dotado de
um espírito curioso, observador de grande penetração. São cheios de manias,
volúveis em suas reações amorosas, muito suscetíveis e tidos como
"complicados". É solitário, misterioso, discreto, introvertido. Não
se adapta facilmente à vida urbana e é geralmente um desbravador, um pioneiro.
Possui extrema sensibilidade, qualidades artísticas, criatividade e gosto
depurado. Sua estrutura psíquica é muito emotiva e romântica.
Okê,
Caboclo! Saravá, Oxossi!
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