Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

7 de fevereiro de 2015

Obsessões e suas causas


Sabemos que o fundo de todas as perturbações espirituais reside nas fraquezas morais do perturbado, as imperfeições da alma que são as portas de entrada para a influência estranha.
As obsessões são provenientes de quatro fontes distintas: Moral, Cármica, Contaminação e Auto-obsessão.

Moral
Há duas situações de obsessão de fundo moral: o espírito imaturo e o espírito mal orientado.

No primeiro caso, o da imaturidade espiritual, são pessoas com o psiquismo ainda dominado por pensamentos inferiores. Sua conduta gira em torno de ações e pensamentos inferiores, que atrai espíritos imperfeitos que estão afinados com elas.
No começo da relação verifica-se tão somente uma interferência em algumas atitudes do indivíduo. Mais tarde, aparece um delicado mecanismo de inter-influência, em que as vontades e os desejos são trocados entre perturbado e perturbador. A seguir, a vontade do obsedado vai aos poucos sendo substituída pela do obsessor, instalando-se o fenômeno obsessivo.
Este tipo de obsessão é comum, há situações em que seus portadores nem percebem que dividem sua vida mental com um espírito inferior.
Na segunda situação, o do espírito mal orientado, encontra-se as pessoas que tiveram educação deficitária no lar, na religião ou na escola. A inferioridade do mundo terreno, seus costumes e sistemas educativos estimulam no ser humano o desenvolvimento das paixões e os afastam de Deus. 
Estruturas psicológicas mal orientadas provocam nas pessoas condutas desregradas, levando-as a sintonizar com espíritos inferiores, formando o processo obsessivo de fundo moral.
A Umbanda faz um tratamento de limpeza e fortalecimento, através de banho de ervas para o descarrego e energização, criando condição para a pessoa obsedada, através de orientação e evangelização, para que se afaste do espírito obsessor.

Cármica
Classificam-se como obsessões cármicas os casos relacionados com vidas passadas. 
Carma é um termo que se refere à bagagem histórica do espírito. É o produto de todas as encarnações vividas. A palavra "carma" é de origem sânscrita (uma das mais antigas línguas da Índia) e significa "ação".

Pode-se dizer que o carma é a ação do espírito em toda sua trajetória evolutiva, desde sua primeira encarnação.
Denominam-se obsessões cármicas aquelas em que as perseguições observadas são oriundas do relacionamento entre obsedado e obsessor, ocorridas em vidas passadas, neste ou noutros mundos. 
É um tipo de obsessão provocada pela desarmonia de conduta entre duas ou mais criaturas, gerando ódios, ressentimentos e vinganças que podem se estender às suas vidas futuras.
A lei de ação e reação, ou causa e efeito, regula estes processos de ajuste entre as partes envolvidas, permitindo que as consequências deste plantio mal feito deem seus frutos com vistas ao aprendizado de todos.
O comprometimento no passado, através das ligações vibratórias, atrai o desafeto desencarnado que inicia sua influência maléfica sobre ele. 
Na umbanda, alem do tratamento anterior, fazemos um trabalho de evangelização do espírito obsessor, para encontre seu caminho na espiritualidade e abandone a pessoa obsedada.

Contaminação
Os centros espíritas, os terreiros de Umbanda, as Igrejas, templos, os lares, os locais de trabalho e de diversões constituem-se em verdadeiros núcleos de magnetismo espiritual, criados pelos pensamentos dos que os frequentam. 
Nesses ambientes constituídos por pessoas mais ou menos imperfeitas, associam-se espíritos desencarnados com tendências afins. Portanto, os frequentadores podem ficar contaminados com sua influência. Tal domínio se forma em virtude da sintonia mental dos frequentadores, com os espíritos que habitualmente vão ali. Denominaram-se essas obsessões de "contaminações".

Esta obsessão na Umbanda é desfeita numa sessão de descarrego e com orientação ao consulente para mudar sua frequência vibratória.


Auto-obsessão
Na auto-obsessão, a mente da pessoa encontra-se numa condição doentia semelhante às neuroses. É uma situação onde ela atormenta a si mesma com pensamentos dos quais não consegue se livrar.

Há casos mais graves em que o consulente não aceita que seu mal resida nele mesmo.
As causas deste tipo de obsessão residem nos seus dramas pessoais, dessa ou de outras encarnações. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas da intimidade do seu ser, que prejudicam-lhe a normalidade psicológica.
De tanto se auto-obsedar, o consulente pode acabar atraindo espíritos atrasados e/ou sofredores e terminam por serem obsedados por estes espíritos, por causa da sintonia mental com o obsedado. Agravam seu mal, mas não são os causadores dele.
A causa central desse tipo de obsessão reside no consulente que se auto-atormenta, numa espécie de punição a si mesmo.
A mente de um auto-obsedado é fechada em si mesma e é preciso abri-la para a vida exterior, ou seja, é preciso que a pessoa pare de pensar apenas em seus problemas e olhe ao seu redor.
O tratamento na Umbanda, fundamentada na evangelização e no ascendente moral, banhos de ervas e na educação do pensamento, abrirá a prisão psíquica em que o indivíduo vive, libertando-o da escravidão mental.

27 de dezembro de 2014

Previsões para 2015

Após um ano difícil de Xangô, em 2015 ingressamos na regência de Ogum, o propulsor da ação. É o ano de se trazer a responsabilidade para si mesmo e manifestar na prática aquilo que mais se quer construir.
Na verdade, o ano espiritual só tem início em março, mais precisamente no dia 20. Contudo, o primeiro trimestre já pode servir para se preparar para o que vem no novo ano. Então, é importante agir, criar novas condições de trabalho e de relacionamento, ou de qualquer coisa ou situação que se queira mudar.

Ogum é um guerreiro e não pergunta. Ele decide, vai e faz. Portanto, é hora de parar de dar explicações para os outros e para si mesmo. Apenas deve-se reconhecer o impulso que vem de dentro e avaliar se faz sentido.
O ano de 2015 ainda continuará sendo muito agressivo, violento. Ogum propicia isso...

No final de março, início de abril e da metade até o final de setembro serão períodos bastante delicados, ocorrendo mudanças sutis, mas que podem gerar crises, reavivando a necessidade de se posicionar de forma diferente, valorizando mais a verdade interior do que a imagem social. Assim, deve-se manter-se proativo e de prontidão, buscando tomar o controle de sua vida para realizar seus objetivos.

Do final de janeiro a meados de fevereiro, final de maio a meados de junho e final de setembro e meados de outubro, deve-se procurar cultivar um estado mais reflexivo e evitar assumir novos compromissos.

De início de agosto até o início de setembro será muito positivo para reconciliar-se com pessoas queridas, rever antigas amizades e até reavivar amores do passado. Ou, então, terminar definitivamente – de acordo com o que for melhor para cada um.

Feliz 2015!

Fonte: Sérgio Frug

23 de dezembro de 2014

O sentido do Natal para os Umbandistas


Natal é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo.
O sincretismo adotado na Umbanda leva-nos a identificar Oxalá com Jesus Cristo. Mas é apenas isso, identificação / sincretismo. Oxalá não é Jesus! É o nascimento de Jesus que é lembrado nesse dia. Oxalá nada tem a ver com isso, apesar de, novamente pelo sincretismo, adotarmos o dia 25 como dia de Oxalá.

Umbandista celebra o Natal? Sim, celebra. Afinal, Jesus merece ser celebrado, pois foi o primeiro espírito encarnado que vem falar abertamente do amor, da vida espiritual pós-morte física. Sofreu por essa anunciação, merecendo respeito e admiração de toda a humanidade. Nós, umbandistas, festejamos a data como uma egrégora.

Para o Umbandista, o Natal é o momento em que se canaliza a atuação intensa de Pai Oxalá, na presença mística de Jesus, que traz à tona a vontade de ser e fazer o melhor para ajudar os outros. Sendo assim, o Natal transcende a criação católica e está mais voltada a interagir com a atmosfera emotiva e fraterna que este período proporciona. É um momento de comungar com o sentimento de amor, de união familiar, de fraternidade. É um ato religioso de religar-se com o amor da Espiritualidade e com as pessoas importantes para cada um.

Dia 25, então, tem dublo sentido para o umbandista: comemora-se o Natal e homenageia-se Oxalá, podendo-se fazer um amalá para Ele.


Feliz Natal, Umbandistas!

4 de novembro de 2014

Orixá regente do ano de 2015


De acordo com a preta-velha Vovó Luíza de Guiné, o ano de 2015 será regido pelo Orixá Ogum.
Isto significa que as pessoas se sentirão com mais vontade de iniciar uma atividade - seja na vida pessoal, profissional ou afetiva - mas a forma como isso irá acontecer para cada um dependerá do Orixá de cabeça daquela pessoa.

Ogum é tido como guerreiro e é do elemento fogo, por isso tem como característica a iniciativa, a força da ação e a combatividade. Sendo assim, no ano regido por Ogum as pessoas receberão esta força de vontade para atualizar novos projetos e retomar aquilo que ficou parado. A maioria das pessoas sentirá vontade de arregaçar as mangas e recomeçar.

Este Orixá favorece as lutas que devem ser enfrentadas para se conquistar algo. Será um ano de combatividade, com possibilidade de maior agressividade. As características de Ogum ficarão muito fortes e evidentes em 2015, porque é o ano de seu reinado. Por ser um guerreiro, a parte ativa da irritação estará mais presente nas pessoas, portanto, todos temos que ter cuidado com os momentos de ira.

Desta forma, 2015, além de ser um ano de conquistas, também será um ano com propensão de novos focos de guerras, revoluções e conflitos, principalmente por motivos políticos, já que Ogum vem para sacudir este poder. A dica é canalizar as energias belicosas em artes marciais, dança ou trabalho.

Para um 2015 com boas energias, no final de 2014 faça orações e avalie tudo de bom e ruim que aconteceu neste ano, escrevendo em um papel todas as coisas ruins. Depois queime o papel para que as energias ruins se dissipem com a fumaça.

Na virada do ano use vermelho - cor de Ogum - e use objetos com ferro e aço.

Ogum iê!

12 de maio de 2014

Adorei as Almas! Saravá os Pretos-Velhos!


Os Pretos-Velhos pertencem à Linha das Almas (Yorimá) e representam a humildade, a fé, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam, curando, ensinando, educando encarnados e espíritos sem luz.

Todos os Pretos Velhos são Magos do Bem, que utilizam esta vestimenta fluídica de Preto Velho para envolverem os seus filhos na fumaça do pito, na toalha de renda, no terço de contas de Lágrima de Nossa Senhora, na palha da Costa, sob o sorriso fácil, o olhar profundo. Quem resiste ao encanto de um Preto ou Preta Velha?

Na verdade, os espíritos que vieram da África, vergados sob o peso da escravatura, eram na sua maioria jovens, que adquiriram a vivência e experiências espirituais em terras brasileiras, a terra da Umbanda. Aqui envelheceram e foram se preparando para serem os Pretos Velhos tão queridos da nossa religião.

A crença trazida do seu berço africano foi sendo praticada na calada das noites, nas toadas dos pontos, nos transes ao redor das fogueiras e o tempo foi passando, lhes fornecendo um conhecimento forjado pelo sofrimento e o amor pelos Orixás e entidades mágicas do Mundo Espiritual.

Espíritos de outros orbes que não a Mãe África, ali reencarnaram para enriquecer sua caminhada espiritual e encarnaram como nativos africanos, pela dolorosa provação do cativeiro, agravada muitas vezes por serem seus algozes irmãos de sangue, de ideologias diversas. Negros entregando negros nas mãos de feras brancas com destino aos navios negreiros.

Com o desencarne de milhares de africanos que passaram pela duríssima prova da escravidão, estes espíritos adquiriram, de acordo com sua evolução espiritual, luz suficiente para aderirem ao chamado daquela Espiritualidade Superior que cuida dos movimentos evolutivos da Humanidade. E, do astral, imprimiam seu jeito de ser, com suas virtudes de tolerância, paciência, perdão, alegria, musicalidade, meiguice, prontidão em servir, além da enorme sabedoria adquirida através de séculos de sofrimentos.

Vieram em céu brasileiro, na dimensão astral, ombrear forças com a Espiritualidade Indígena, advinda de espíritos igualmente sofridos e com sua sabedoria peculiar e xamânica, consolidaram uma egrégora poderosa que se manifestou finalmente através do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Quantos Vovôs e Vovós! Pai Benedito, Pai Antero, Pai Congo, Pai Joaquim, Pai Tomé, Pai Cipriano, Pai Guiné, Pai Serafim, Vovó Cambinda, Vovó Luiza, Vovó Maria, Vovó Ana, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina, Vovó Maria Conga... quantos inumeráveis espíritos que deixam seus passos de Luz por esses terreiros do Brasil!

A grande característica desta linha é o conselho. Os termos "Velho", "Vovô" e "Vovó" são para sinalizar a experiência de vida destas Entidades, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó, subentendemos que esta pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência e compreensão. É baseado nestes fatores que as pessoas mais velhas aconselham.

No mundo espiritual é bastante semelhante e é devido a esta característica de aconselhar que diz-se que os Pretos Velhos são os "Psicólogos da Umbanda". Normalmente os Pretos-Velhos tratados por Vovô ou Vovó são mais “idosos” do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tia. E, também, os "Vovôs e Vovós" são aqueles que vieram da África; já os "Pai", "Mãe", "Tio" e "Tia" são os que nasceram em terras brasileiras.

Usando suas guias de contas pretas e brancas, ou as sementes de Lágrimas de Nossa Senhora, vestindo branco ou xadrez carijó, lenços na cabeça ou não, terços e rosários complementando os apetrechos, que podem ainda ser velas, pedras, pembas, madeiras de riscar pontos, e claro, seus tocos...

As linhas de atuação dos pretos velhos variam de acordo com a vibração e sua ligação aos Orixás e também acrescentam aos seus nomes a identificação da origem: Preto Velho do Congo, da Guiné, de Aruanda, das Almas, etc.

Podemos vê-los nos terreiros, desprendidos de qualquer vaidade, ou artificialidade, sempre prontos para uma prosa, ou apenas escutar e abençoar, nunca recusando um passe em quer que seja, uma baforada de fumaça, um olhar atento mesmo quando o consulente traz problemas fúteis. Porque, por trás de palavras inconsistentes, o Preto Velho lê a carência, as obsessões, as tragédias familiares, a solidão e o desamparo e estará sempre, do seu jeito, amparando.

Cada Preto Velho, cada Preta Velha é exímio mestre em fazer a caridade, dando orientação e consolo, segurança e proteção, desmanchando os nós e as demandas, firmando filho de Pemba, desvelando uma verdade que é a Luz Maior.

O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).

Dia da semana: segunda-feira
Data comemorativa: 13 de maio
Guias: contas brancas e pretas ou lágrimas de Nossa Senhora
Chakra atuante: básico ou sacro
Planeta regente: Saturno
Cor representativa: branco e preto
Saudação: Adorei as Almas, ou Cacurucaia
Fumo: cachimbos ou cigarros de palha
Bebida: café preto amargo, vinho tinto suave, água, cachaça com mel (alguns gostam de acrescentar ervas e alho)
Comida: feijoada ou tutu de feijão, banana branca, cocada

Salve todos os Pretos-Velhos da Umbanda! Adorei as Almas!



28 de fevereiro de 2014

Visão Espiritual do Carnaval



O benfeitor espiritual Manoel Philomeno de Miranda procurou retratar, através de psicografia pelo médium Divaldo Franco, numa visão espírita as ocorrências mais importantes durante o transcorrer do Carnaval no Brasil.

"O Carnaval é originário das bacanália, da Grécia, quando se homenageava o deus Dionísio, os trácios e a maioria dos povos antigos já se atiravam aos infrenes prazeres coletivos. Posteriormente, estas festas ocorriam em Roma, como Saturnália, e nessa ocasião sacrificava-se uma vida humana em louvor aos gozos sensuais que iriam ser procedidos, numa demonstração bem característica da fria crueldade do sentimento pagão.

No entanto, foi a partir da Idade Média que ficou estabelecida uma comemoração anual, quando era lícito a todas as pessoas, práticas e atos censuráveis sem qualquer constrangimento.

Nos tempos modernos este costume foi oficializado, particularmente no Brasil, durante três ou mais dias, justificado como uma necessidade para que sejam descarregados os recalques e tensões, acumulados no transcorrer do ano. Surgiu então neste comenos a palavra Carnaval, formada das silabas iniciais dos vocábulos carne nada vale.”

A visão do plano espiritual desdobra-se em cores vivas e chocantes, descreve Miranda: 

“Enquanto no plano físico a multidão sequiosa de divertimentos e prazeres carnais se movimentava pelas vias públicas principais de determinada cidade brasileira, numa crescente excitação da sensualidade, a psicosfera nessas áreas carregava-se de vibrações escuras e pestilenciais, fomentando a atração de Espíritos desencarnados vivendo em idêntica volúpia, que se atiravam a desmandos de orgias escabrosas, difíceis de serem descritos do ponto de vista terreno.

Misturando-se com as pessoas em perfeita sintonia mental, os seres desencarnados, aglomerados pelos desejos desenfreados, agrediam os transeuntes, atingindo-lhes os centros do discernimento com ideias infelizes, nefastas, colocadas imediatamente em prática de conformidade com as tendências de cada indivíduo.

Formas invisíveis de aspecto vampiresco buscavam as suas vítimas para sugar os plasmas vitais, notadamente o genésico, induzindo-as aos descalabros de toda ordem, inclusive iniciando quadros obsessivos de consequências imprevisíveis. As cenas se sucediam em seus aspectos deprimentes e constrangedores, demonstrando que uma faixa expressiva das criaturas humanas ainda se encontra nos limites do instinto, comandada pelos impulsos das sensações animalizantes, sem qualquer sensibilidade pelas emoções superiores.

Justamente nesse clima de excessos lastimáveis, dois casais que tinham ingressado recentemente nas hostes espíritas resolveram, a pretexto de se despedirem da vida profana e para não sentirem frustrações futuras, pular e dançar nesse verdadeiro caldeirão de sentimentos malsãos.”
José Ferraz
(Trabalhador Espírita da Mansão do Caminho em Salvador-BA e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda)

Esta descrição serve também para os Umbandistas. Salienta-se que pode-se brincar o Carnaval, desde que seja de forma sadia, sem excessos, sem bebedeiras e sem luxúria. Pois os Espíritos do Baixo Astral estão à postos para obsediar a todos que mantenham o mesmo padrão vibratório deles.

Saravá!

16 de fevereiro de 2014

Recado aos médiuns


O que eu vou falar agora é algo que quase nenhum dirigente fala, mas que é fundamental para que o médium (iniciante ou não) entenda o que acontece quando aceita entrar para a corrente em um Terreiro de Umbanda.

Dentro do Terreiro existe uma hierarquia entre os Guias, claro. Os Guias chefes, geralmente os Guias do dirigente, comandam o exército espiritual que está ali presente. Ou seja, comanda sua própria falange, as entidades que estão diretamente abaixo dele na hierarquia, inclusive aqueles que não se conhece, pois muitos deles não chegam a baixar no terreiro, e também os Guias dos outros médiuns da corrente, como em um exército e, consequentemente, os Guias que estão abaixo deles, que quase nunca (ou nunca) se apresentam também.

Parece óbvio, né? Mas o que ocorre quando alguém entra em um Terreiro não é tão claro...

O Guia (leia-se Entidade) “abre um trabalho” para um consulente quando ele vem tomar um passe, fazer uma consulta. Isto quer dizer que o Guia se torna responsável por esta pessoa, assumindo os “inimigos” espirituais, os desafetos, os verdugos, como sendo seus. O Guia passa a proteger o consulente, a ser aquele que vai bater de frente com quem quer que seja que venha lhe prejudicar. Isto é parte do tratamento e a outra parte tem a ver com o próprio consulente melhorar sua conduta.

Entende o que o Guia faz pelas pessoas? O Guia, seja qual for, passa a dar sua própria “cara à tapa” em seu lugar. Isto é muito sério. Não dá para assumir inimigos à toa. E todo Guia sabe disso.

Quando uma pessoa resolve aceitar o convite e entrar para a linha de trabalhos da casa, para a corrente, isto é ainda mais sério. Todos os Guias da casa passam a fazer tal proteção (não importa quanto tempo a pessoa tem de corrente) e, além de assumir seus inimigos e zelar pelo filho da casa, ainda passarão a fazer certos acordos com outros espíritos para que o médium possa se desenvolver mediunicamente. Existe toda uma movimentação para que isto aconteça da melhor forma para este novo filho.

E quando ele entra na linha de passes e começa a dar consultas, então, novos acordos são forjados, novas alianças são feitas, tudo para que este filho possa caminhar o mais suavemente possível. Pelo menos do lado espiritual.

Lógico que tudo isto sempre depende do próprio filho. Não adianta um Guia de Luz se matar fazendo alianças, recuperando verdugos, batalhando ao seu lado se este médium não se melhorar também. Isto só vai desperdiçar as forças do Guia, pois assim que ele terminar com tudo isso, o próprio filho abrirá campo para que os verdugos (kiumbas) retornem. Se o médium se mantiver negativo, não há trabalho que possa ser feito para afastar dele as coisas ruins – o próprio médium se encarregará de trazê-las de volta.

Os Guias trabalham muito por nós. Nós devemos, no mínimo, repensar nossa forma de agir, se quisermos evoluir e não mais sucumbir ao sofrimento espiritual imposto pelos kiumbas e inimigos espirituais. Devemos também sermos dedicados ao Terreiro e às Entidades, sermos gratos pela oportunidade que nos foi dada para diminuirmos nosso karma e evoluirmos!

Saravá!