No sincretismo associou-se o Xangô das Pedreiras a São Jerônimo, aquele
que amansa o leão e que tem o poder da escrita e o livro onde escreve na pedra
suas leis e seus julgamentos. Protetor dos intelectuais, dos magistrados. Já na
cachoeira o sincretismo foi com São João Batista, por causa do batismo de
Jesus, de lavar a cabeça na água doce para se purificar. Com o poder do fogo de
Xangô é queimado, destruído tudo o que é de ruim e ocorre a transmutação
trazendo tudo o que é de bom, todo o bem possível, de acordo com o nosso
merecimento. Isso é o que pedimos nas fogueiras do mês de junho.
Sincretizado também com São Judas Tadeu, por ter um livro na mão, também
pode sincretizar-se com Xangô ou que tem uma linha espiritual que atua nas
correntes de Xangô. Assim, tudo o que é ligado a trabalhos e pedidos de
estudos, à cabeça, papéis, entregamos a linha de Xangô.
São Pedro é o protetor das Almas que entram no céu, assim como a energia de
Xangô. O seu machado é o símbolo da imparcialidade. É uma divindade da vida,
representado pelo fogo ardente e por essa razão não tem afinidade com a morte e
nem com os outros orixás que se ligam à morte.
Xangô, sincretizado com São João
Batista, é também o patrono da linha do oriente, na qual se manifestam
espíritos mestres em ciências ocultas, astrologia, quiromancia, numerologia,
cartomancia. Por este motivo, a linha dos ciganos vem trabalhar nesta
irradiação.
Datas de comemoração deste Orixá que foi sincretizado com Santos
Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:
Xangô Alafim-Eché (São Jerônimo - 30 de setembro)
Xangô Abomi (Santo Antônio - 13 de junho)
Xangô Alufam (São Pedro - 29 de junho)
Xangô Agodô (São João Batista - 24 de junho)
Xangô Aganju (São José - 19 de março)
Contudo, estas datas e estes desdobramentos de Xangô são cultuados pelo
Umbandomblé, ou seja, a Umbanda misturada com fundamentos do Candomblé.
A Umbanda pura e tradicional tem apenas uma data comemorativa para
Xangô: dia 30 de setembro.