Um Templo Espiritual
de Umbanda é idealizado e concebido em instâncias Espirituais de elevado plano
sob orientação de Oxalá. A missão de um Terreiro, neste plano, é objeto de
estudo e experimentos desenvolvidos ao longo de muitas vidas, onde neste
período são identificadas e definidas as necessidades de aprendizado e evolução
espiritual do povo de uma determinada região para a qual serão estabelecidas
metas e objetivos, bem como é feita a indicação e preparação dos espíritos que
estarão à frente deste Templo. Alguns com a missão de reencarnar para ocupar
seus lugares no assentamento e formação de um Terreiro, outros deverão
permanecer como Espíritos atendendo a este mesmo desígnio, complementando em
ambos os lados os elos que irão dar consistência, firmeza e garantia de
continuidade. Neste momento são também criadas e assentadas as colônias
formadas por espíritos de luz que darão sustentação ao que está sendo proposto,
crescendo e evoluindo na mesma medida de evolução e crescimento do Terreiro.
O assentamento e
formação de um Templo Espiritual de Umbanda são definidos muito tempo antes
pela Espiritualidade que recebeu esta incumbência de Oxalá por confiar aos
Orixás e Entidades que comandarão este Templo a missão da continuidade,
disseminação do sentido e objetivos desta religião através de um grupo formado
por um Mentor em terra e Filhos de Santo já previamente escolhidos para este
fim, onde alguns deles farão parte somente da iniciação e outros darão
continuidade, porém, haverá alguns que por opção própria irão desligar-se do Terreiro
seguindo o caminho pelo qual optou. Estes filhos poderão estar interrompendo ou
prejudicando sua própria missão, o que os levará a responder por isto.
Este grupo não é
escolhido ao acaso, cada integrante traz com ele laços de afinidade ou
compromisso no ideal de crescimento e evolução deles próprios, do Terreiro e de
seus seguidores e do anúncio desta religião à humanidade. Os integrantes deste
Templo, denominados Filhos de Santo, possuem diferentes características,
conhecimentos e mesmo necessidades de aprendizado que serão aplicados e/ou
desenvolvidos através das diferentes atividades que o Terreiro exige para sua
manutenção e continuidade, seja no aspecto material como espiritual.
Quando a
Espiritualidade idealiza um Templo para este plano são também definidos neste
mesmo momento os Mentores Espirituais e o Mentor em terra que irá comandá-lo,
este será denominado Mãe ou Pai de Santo. Estas definições são feitas em planos
muito elevados, cujo processo de implantação e formação transcorre de forma
muito natural, séria e objetiva. Por esta razão, não é dado a qualquer um esta
missão.
A firmeza, equilíbrio
e continuidade de um Terreiro estão diretamente ligados aos seus fundadores
Espirituais, pois eles têm sob sua responsabilidade e compromisso a garantia
destes propósitos.
Apesar da fundamental
importância dos componentes de uma corrente em seu equilíbrio, energia,
estabilidade e realização dos trabalhos, não são de competência de nenhum
destes qualquer atribuição quanto à firmeza, equilíbrio e continuidade do
Templo, mesmo que estes deixem de fazer parte da mesma, o que causará um
desequilíbrio momentâneo, cujo efeito poderá ser maior ou menor, dependendo da
atuação do mesmo na corrente e nas obrigações e envolvimento com a Casa. O
único representante em terra que poderá causar grande desestabilidade aos
objetivos pré-estabelecidos é a Mãe ou Pai de Santo, que tem sob sua
responsabilidade o comando da corrente, o desenvolvimento espiritual de seus
Filhos de Santo, bem como a disciplina, harmonia e solidez da Casa, sendo,
portanto, o elo de ligação entre o comando espiritual e este plano. Para
evitar-se esta desestabilidade e prejuízo à continuidade, deverá haver um
substituto à altura e devidamente orientado pela Mãe ou Pai de Santo na cadeia
de sucessão definida pela Espiritualidade, que dará continuidade à missão do
Terreiro.