Dia 26 de julho é o dia que, devido ao sincretismo com Sant’Ana,
comemora-se na Umbanda o Orixá Nanã Buruquê. Mas muitos terreiros pouco cultuam
e alguns poucos conhecem este Orixá.
Nanã é a divindade que junto com Zambi fez parte da criação, é a
mais antiga de todos os Orixás, a mais velha e a mais respeitada. Historiadores
afirmam que Nanã “surge” anterior à Idade do Ferro, provocando uma
relação “conturbada” com Ogum. É responsável pelo elemento barro, que deu forma
ao primeiro homem e a todos os seres viventes da terra.
Segundo a lenda africana, quando Zambi, o ser Supremo, encarregou
Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, Oxalá tentou vários caminhos. Tentou
fazer o Homem de ar, como Ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer
de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e
nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do
fundo da lagoa onde Ela morava, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá
criou o homem e o modelou no barro. Com o sopro de Zambi ele caminhou. Com
a ajuda dos Orixás povoou a terra.
Com
o barro, Nanã propicia o uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a
desenvolver a cultura.
Orixá
que auxilia as passagens difíceis da vida, que pode trazer riquezas,
assim como a miséria, é a própria evolução do Ser, o princípio, o
meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte. Nanã tanto rege a vida como a
morte, pólos da mesma realidade.
Pertencem
a Nanã os búzios, que simbolizam morte por estarem vazios e fecundidade porque
lembram os órgãos genitais femininos, entretanto, o que a melhor sintetiza é o
“grão”, pois, além de Nanã possuir domínio sobre a agricultura e
desenvolvimento do homem, todo “grão” tem que morrer para germinar. Nanã é que
dá nascimento às sementes permitindo transmutação e transformação contínua para
que nada se perca.
Atributos:
calma e misericórdia. Nanã é o momento inicial em
que a água brota da terra ou da pedra. É a soberana de todas as águas; é também
a lama, a terra em contato com a água; é o pântano, o lodo, sua principal
morada e regência. Ela é a chuva, a tempestade, a garoa. Nanã é a mãe, boa,
querida, carinhosa, compreensível e sensível; a senhora da passagem desta vida
para a outra, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões.
Este Orixá relembra a nossa ancestralidade mística, o momento em que
fomos criados espírito. A água foi necessária na Terra para a geração da vida,
tendo o barro ou a lama um simbolismo correspondente ao momento em que fomos
"feitos" pelo Pai. Assim, Nanã é considerada a Grande Mãe. Ela
reconduz os espíritos desencarnados ao mundo espiritual, aconchegando-os em
seus braços.
Tipo psicológico dos filhos de Nanã: os filhos deste Orixá podem ser tímidos e ao mesmo tempo serenos. Por
vezes, são severos nos seus valores morais e austeros na educação da família.
Não raro, são rabugentos, o que os fazem ser temidos. Geralmente não são
sensuais e não se ligam às questões da sexualidade. Outras vezes, por medo de
serem amados e virem a sofrer, se dedicam com afinco à profissão, sendo
dispostos à ascensão social.
Quanto à calma e à lentidão que lhes são
peculiares, nos momentos das decisões, acabam gerando conflitos com pessoas
ativas e dinâmicas. Em equilíbrio, são pessoas bondosas, simpáticas, bonachonas
e dignas de confiança.
Aspectos positivos: sensatez, perseverança, ordem, objetividade, paciência,
respeitabilidade, calma. Sem pressa para realização, o tempo não os aflige. São
benevolentes, gentis, mansos, como se fossem bons e amorosos avós.
Aspectos negativos: conservadorismo extremado, preguiça, avareza, indiferença,
estupidez. Demorados, teimosos e rabugentos, adiam as decisões e podem ser
vingativos.
Florais de Bach: Centaury, Hornbeam, Clematis e Willow.
Mineral: ametista.
Metal: ouro
branco.
Planeta: Lua,
que é o regente do signo de câncer – ligação com as águas; junção da água das
chuvas e solo barrento e pantanoso, demonstrando que precisam trabalhar o
passado, libertando e deixando ir embora o que não serve mais.
Signo: escorpião,
que é regido por Plutão – ligação com as águas paradas e profundas (o mangue),
refletindo a expressão "eu calo" do escorpiano que observa e que é
profundo no sentir os ambientes e a psiquê humana; possuem a capacidade de
vivenciar a dor e o sofrimento e renascer mais forte, com maior capacidade de
domínio sobre as próprias emoções.
Flores: de cor
roxa.
Chackra: frontal
Dia da semana: sábado
Saudação: Saluba, Nanã!