Sempre que falamos
de espiritualidade, de mediunidade, estamos também falando, por consequência,
de estudo. O bom médium estuda, isto é fato. Já virou até lugar comum, de tão
repetido que é este conceito. Esta é a primeira coisa que sempre é recomendada.
Mas a qual estudo estamos nos referindo?
A todos os
tipos de estudo. Estudar sobre a religião, ou melhor, sobre a doutrina
filosófica da Umbanda e da espiritualidade como um todo, que nos fala dos
pormenores do nosso dia-a-dia.
Outra forma
de estudo muito recomendada é: conheça o corpo humano, seus órgãos e redes
vitais. Isso faz com que nós, no mínimo, saibamos que o problema do fígado é no
fígado, não no estômago. Na hora de dar um passe energético conseguimos
bombardear mais eficazmente o lugar correto, poupando as energias de terem que
se desviar. “O guia faz isso sozinho”, é... faz. Mas não custa nada ajudarmos o
irmão espiritual, não é? Fica mais fácil pra ele, para nós e para o consulente,
que tem o resultado mais rápido, mais direto.
Entretanto, o
grande problema da Umbanda é em um nível muito menos sutil que os citados
acima. É uma coisa de base, uma coisa que vem pegando no calcanhar como uma
pedra no sapato e que me faz pensar cada vez mais em que tipo de coisa nossos
irmãos desencarnados têm que aguentar para prestar a caridade. Diz respeito ao
estudo da nossa língua portuguesa, ou seja, ao falar errado.
Muitos dizem
e consideram que as Entidades e Guias falam errado porque quando estavam
encarnados eram escravos ou índios. Já estudamos que nem todos encarnaram nestas
etnias... e mesmo assim, por que agora como espíritos iluminados e de grande
sabedoria falariam com português errado e sem conhecimento básico de algumas
coisas? Será que é a entidade que não sabe (é ignorante) ou é o médium?
As Entidades
e Guias têm, sim, algumas expressões e termos específicos de sua linha, mas
isto não significa falar erroneamente, com português de doer os ouvidos...
Então, chega-se à conclusão de que os erros advêm dos médiuns!
Os guias
quando se apresentam estabelecem uma rede energética que faz fluir os
pensamentos de um para o outro. Ele usa o que conhecemos e nós temos acesso a
um pouco do que ele conhece, as suas ideias partilham de nossa mente e,
portanto, temos conceitos prontos sobre os assuntos, que devemos passar da
melhor forma possível. Para isso, um bom vocabulário, uma construção correta da
frase é o melhor caminho.
Mas também há
o outro pólo desta questão: alguns médiuns que querem demonstrar que são
eruditos (e que suas entidades também) e acabam usando a conjugação verbal na
segunda pessoa do plural ou usam termos rebuscados com o objetivo de dar uma
tonalidade de mensagem superior. Aí ficam enchendo as mensagens de “Vós sois”, “vós
ireis”, “vós isto”, “vós aquilo”...!
Deixe o Guia
trabalhar, atuar da maneira dele, mas estude, conheça a doutrina, o corpo
humano, os chakras, as Leis da Espiritualidade e, sobretudo, estude o
português! Quanto maior nosso conhecimento, melhor e mais claro serão nossos pensamentos
e melhor a Entidade poderá ajudar o consulente!
Fonte:
adaptado de Nino de Nani