Para melhor compreensão e para acabar com a crítica, a explicação do sentido da oferenda na Umbanda terá uma comparação com a Santa Ceia do catolicismo.
Segundo a história do Mestre Jesus na Bíblia Sagrada, um dia antes de sua prisão Cristo
realizou uma ceia onde reuniu seus apóstolos proferindo as seguintes palavras:
“Tomai, comei; isto é o meu corpo
que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (1 Coríntios 11:24-25).
Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (1 Coríntios 11:24-25).
Lendo estas
belas passagens da Bíblia Sagrada podemos entender que a Santa Ceia foi um
ritual “Mágico” na qual Mestre Jesus ensinou aos apóstolos um ritual para que
eles pudessem se conectar à força espiritual de Cristo que vos levaria a Deus.
Neste ritual,
Cristo transforma o pão em sua carne e o vinho em seu sangue, ambos elementos
sagrados que purificariam e uniriam seus apóstolos ao amor e fé do Mestre
Jesus. Mas, olhando com atenção esse ritual, Cristo transforma simples
alimentos em componentes mágicos, assim despertando o lado sagrado da vida, o
lado sagrado do alimento, da bebida, da união.
Agora, com
isso em mente, voltamos nossa atenção para os rituais de Umbanda, sendo as
oferendas um dos rituais mais criticados por quem não tem conhecimento sobre
nossa religião.
As oferendas
são criticadas por acharem que é um desperdício de alimento. As oferendas são
oferecidas às Divindades (Orixás) para “n” motivos que os seres humanos
necessitem no momento e estas oferendas de alimentos ou as mesas feitas dentro
dos Terreiros de Umbanda com alimentos que homenageiam os Guias têm o mesmo
sentido que a Santa Ceia, pois o mesmo ato que Cristo teve ao consagrar aquele
alimento aos seus apóstolos, também nós fazemos com os alimentos e bebidas em
nossas oferendas; nós as consagramos aos Orixás, pedindo que irradiem suas
energias vivas e divinas para que possam ser direcionadas em nossas vidas, nos
trazendo paz, conforto, amor, entre outros sentimentos.
Mas também é
importante frisar que toda oferenda ou mesa pode e deve ser aproveitada pela comunidade ou pelo Terreiro, assim
não desperdiçando o axé ali
imantado.
Da
mesma forma que a oferenda de alimentos tem o mesmo sentido que a Santa Ceia, também
tem o mesmo sentido a bebida que os Guias bebem com o cálice que Cristo
ofereceu aos seus apóstolos.
No momento que Cristo oferece o
vinho a todos, ele consagra e transmuta o vinho, virando assim uma bebida
purificadora e assim também é nos Terreiros de Umbanda, pois quando um Guia
pega seu copo e faz seus rituais de consagração, nesse momento aquela bebida
deixa de ter um significado pejorativo e passa a se tornar um líquido mágico,
composto por energias fortes, capazes de purificar energias densas internas
tanto do médium incorporado como do consulente em atendimento.
Lembrando que
os Guias de Umbanda bebem por um fundamento já difundido na Umbanda e não
porque Jesus o fez. As oferendas por si antecedem o nascimento de Cristo e
sempre foram um ritual de agradecimento que hoje na Umbanda também já é
fundamentada e bem difundida no meio.
Fonte:
Nikolas Peripolli (Umbanda eu curto)