Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

18 de outubro de 2015

O sentido da oferenda na Umbanda

Para melhor compreensão e para acabar com a crítica, a explicação do sentido da oferenda na Umbanda terá uma comparação com a Santa Ceia do catolicismo.

Segundo a história do Mestre Jesus na Bíblia Sagrada, um dia antes de sua prisão Cristo realizou uma ceia onde reuniu seus apóstolos proferindo as seguintes palavras:

“Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 
Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim” (1 Coríntios 11:24-25).

Lendo estas belas passagens da Bíblia Sagrada podemos entender que a Santa Ceia foi um ritual “Mágico” na qual Mestre Jesus ensinou aos apóstolos um ritual para que eles pudessem se conectar à força espiritual de Cristo que vos levaria a Deus.
Neste ritual, Cristo transforma o pão em sua carne e o vinho em seu sangue, ambos elementos sagrados que purificariam e uniriam seus apóstolos ao amor e fé do Mestre Jesus. Mas, olhando com atenção esse ritual, Cristo transforma simples alimentos em componentes mágicos, assim despertando o lado sagrado da vida, o lado sagrado do alimento, da bebida, da união.
Agora, com isso em mente, voltamos nossa atenção para os rituais de Umbanda, sendo as oferendas um dos rituais mais criticados por quem não tem conhecimento sobre nossa religião.

As oferendas são criticadas por acharem que é um desperdício de alimento. As oferendas são oferecidas às Divindades (Orixás) para “n” motivos que os seres humanos necessitem no momento e estas oferendas de alimentos ou as mesas feitas dentro dos Terreiros de Umbanda com alimentos que homenageiam os Guias têm o mesmo sentido que a Santa Ceia, pois o mesmo ato que Cristo teve ao consagrar aquele alimento aos seus apóstolos, também nós fazemos com os alimentos e bebidas em nossas oferendas; nós as consagramos aos Orixás, pedindo que irradiem suas energias vivas e divinas para que possam ser direcionadas em nossas vidas, nos trazendo paz, conforto, amor, entre outros sentimentos.

Mas também é importante frisar que toda oferenda ou mesa pode e deve ser aproveitada pela comunidade ou pelo Terreiro, assim não desperdiçando o axé ali imantado.
Da mesma forma que a oferenda de alimentos tem o mesmo sentido que a Santa Ceia, também tem o mesmo sentido a bebida que os Guias bebem com o cálice que Cristo ofereceu aos seus apóstolos. 
No momento que Cristo oferece o vinho a todos, ele consagra e transmuta o vinho, virando assim uma bebida purificadora e assim também é nos Terreiros de Umbanda, pois quando um Guia pega seu copo e faz seus rituais de consagração, nesse momento aquela bebida deixa de ter um significado pejorativo e passa a se tornar um líquido mágico, composto por energias fortes, capazes de purificar energias densas internas tanto do médium incorporado como do consulente em atendimento.

Lembrando que os Guias de Umbanda bebem por um fundamento já difundido na Umbanda e não porque Jesus o fez. As oferendas por si antecedem o nascimento de Cristo e sempre foram um ritual de agradecimento que hoje na Umbanda também já é fundamentada e bem difundida no meio.

Fonte: Nikolas Peripolli (Umbanda eu curto)


11 de agosto de 2015

Incorporação e Irradiação

O ato de incorporar não é simples. Um espírito não “entra” no médium como se entra em um carro. Na verdade, a plena incorporação leva tempo e precisa estabelecer outros processos anteriores. Um deles é a irradiação.
A irradiação é o período de tempo variável que as Entidades irradiam suas vibrações no médium, preparando seus corpos sutis para posteriores incorporações. Nesta etapa, o médium pode captar a vibração da Entidade e ter contato fluidicamente com o corpo astral da Entidade. Isto dará ao médium uma impressão de como é a Entidade, como ele a sente. O médium pode, nesta fase, captar muitas ideias oriundas das Entidades, mas pode se confundir muito com seus próprios pensamentos. Pode sentir uma forte força o conduzindo a andar, sentar ou manipular algo. O médium sente muitas reações corporais: suor, tremores, mãos frias e molhadas ou então calores, falta de noção de espaço e possível visão embaçada, além de dormência, taquicardia (palpitações), fraqueza nas pernas, tonteira, torpor, dor em determinadas áreas do corpo. Esses são alguns sintomas que o médium pode sentir.
Estas reações são variáveis de pessoa para pessoa, resultado da manipulação energética que as Entidades operam em seus médiuns e o resultado dessa manipulação é a desobstrução dos chacras, reparo dos buracos na aura, além de preparar as áreas responsáveis para estabelecer futuras incorporações.
A ansiedade, o medo, a angústia e falta de esclarecimento podem dificultar essa fase, pois o médium, muitas vezes, não permite receber de forma plena as irradiações espirituais, bloqueando parcial ou totalmente.



O que o médium pode fazer para melhorar e captar bem as irradiações e a transição para as incorporações
Quando o médium sentir as primeiras ações de sua entidade é aconselhável esvaziar a mente de pensamentos, perguntas, dúvidas e medos. Deve deixar o corpo leve, sem tensões. Nesta fase, o médium pode ter visões, ou seja, imagens lançadas ao médium pela própria entidade. E quanto mais relaxado e livre de pensamentos ele tiver, mas vai sentir sua entidade e interagir com ela.
Ao iniciante, chega sempre um momento que é difícil distinguir o que são seus pensamentos, ações das entidades ou reações dele mesmo. Uma incorporação se estabelece quando o médium perde parcial ou total consciência sobre seu corpo e este passa a ser dirigido por uma força estranha a ele. O médium não comanda o seu corpo e, se tentar sentar, caminhar, agir normalmente, não irá conseguir.
Quando o médium de Umbanda perder o controle de seu corpo e perceber uma força o conduzindo de forma equilibrada, controlada e ordenada, a Entidade estabeleceu uma excelente sintonia com o aparelho. A Entidade pode demorar um pouco para falar, mas não é via de regra. O médium vai perceber que as ideias lhe chegam e são pronunciadas de forma rápida, sem que fique perdido em pensamento e reflexões para depois falar. A fala da entidade é direta. Muitas vezes, no início, as palavras podem passar pelo mental do médium antes de serem ditas, mas, com o tempo, isso se torna praticamente automático. E muitas vezes o médium pode passar pela situação de pensar uma coisa e de sua boca sair outra completamente diferente. Lembre-se: é a Entidade que está no controle e não o médium.
O médium consciente vê e ouve tudo, mas mesmo assim perde completamente o domínio de seu corpo. O que ocorre é uma perda de noção tempo-espaço, além da sensibilidade corporal, que se altera.
Portanto, além de cuidar dos pensamentos e energia vibratória, o médium deve também cuidar do corpo, da alimentação e fazer os resguardos para que tudo esteja equilibrado para que a Entidade tenha um “aparelho” satisfatório para trabalhar. Pois água limpa em copo sujo jamais será de boa qualidade para o consumo.
Nos médiuns em idade avançada, as manifestações são simplesmente mentais, pela fragilidade do corpo físico.
Então, a boa incorporação não depende somente das Entidades, mas principalmente dos médiuns, pois quanto mais disciplina e prática tiverem, mais firmes serão suas atividades mediúnicas no Terreiro.


Fonte: Marcelo Fernandes

12 de julho de 2015

Função da glândula Pineal



A pineal está localizada no meio do cérebro, na altura dos olhos. Ela é um órgão cronobiológico, ou seja, é um relógio interno. Ela age captando as radiações do Sol e da Lua, obedecendo aos sincronizadores energéticos.
O Sol é um sincronizador energético externo que rege a noção de tempo e que influencia a pineal, regendo o ciclo de sono e de vigília, quando esta glândula secreta o hormônio melatonina. Isso dá ao organismo a referência de horário. Existe também o sincronizador energético interno, que são os genes, trazendo o perfil de ritmo regular de cada pessoa.
Nós vivemos em três dimensões e nos relacionamos com a quarta, através do tempo. A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que estão além desta nossa dimensão, sendo o ponto em que a alma se liga ao corpo. A pineal é um terceiro olho, literalmente, e converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos.
O espiritual age pelo campo eletromagnético. A pineal capta informações do mundo espiritual por ondas eletromagnéticas, como “um telefone celular”, e as transforma em estímulos neuroquímicos.
A pineal está ligada a dois centros nervosos, um de cada ouvido. Estes dois centros nervosos, e mais o centro situado na própria glândula, formam um triângulo, com a pineal no centro da cabeça com o ápice ou vértice superior, e dois centros nervosos dos ouvidos formando a base. Assim, tudo o que afeta os tímpanos afeta a pineal e qualquer princípio que afeta a pineal irá afetar também os tímpanos.
Isso porque a glândula pineal está localizada em uma área cheia de líquido. O som faz o líquido vibrar, provocando uma reação na glândula, convertendo ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos.
Tudo é vibração e nós vibramos em diferentes frequências e também somos influenciados em diferentes frequências, por meio natural ou não. Constantemente estamos sendo bombardeados com energias vindas do universo e da espiritualidade.
Quanto mais se intensifica a frequência vibracional, mais a pineal “trabalha”, quanto mais ela trabalha, mais se intensifica a vibração, formando um círculo que nos leva rapidamente ao estado de projeção consciente.
Sendo assim, os barulhos, zumbidos, apitos, sininhos que algumas pessoas escutam são produzidos pelo trabalho/desenvolvimento da glândula pineal e todo um fator externo está contribuindo para isso. Nós estamos, literalmente, escutando-a trabalhar, cujo trabalho é se conectar com outra dimensão.
Portanto, médiuns, ao escutarem um zunido em seu ouvido, estejam certos que sua glândula pineal está sincronizando com a espiritualidade!






9 de junho de 2015

AS DORES DO DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL




Para os médiuns que estão em desenvolvimento espiritual pode ser muito comum a experiência de algumas “dores da evolução” em sua jornada.
As dores acontecem porque o apartar de crenças antigas ferem, mas o desenvolvimento espiritual sempre resulta em mais clareza, sabedoria e uma perspectiva do mundo mais profunda.
A identificação dessas lutas comuns do caminho espiritual pode ser útil porque há certas energias arquetípicas que todas as pessoas em desenvolvimento espiritual acabam encontrando.
Listo aqui as 5 dores psicossociais mais comuns em virtude da ascensão espiritual que os médiuns experimentam:
1) Perda de alguns amigos antigos
Isso ocorre porque, tornando-se espiritualmente mais conectado, sua forma de ver o mundo e a vida muda, não havendo mais tanta afinidade com seus amigos. Isso pode fazer com que alguns de seus amigos azedem com você, distanciem-se e até lhe ridicularizem.
Antes, talvez você estivesse disposto a se envolver em comportamentos que agora parecem errados, como fofocar, reclamar, ou discutir alguns temas com o seu grupo de amigos. E agora não mais...
Infelizmente, estas diferenças de perspectiva e comportamento às vezes podem ser o suficiente para romper amizades que significaram muito para você ao longo dos anos. Tudo o que você pode fazer é ser genuíno e sincero, e a Espiritualidade irá conectá-lo com as pessoas que estão em maior sintonia com a sua nova vibração.

2) Os mal-entendidos na família

A maioria dos membros da família que te amam não se afastarão porque você está num Terreiro buscando seu desenvolvimento espiritual, mas provavelmente podem ficar muito confusos por sua mudança de perspectiva. Se você tem pais que são de outra religião, eles podem até acusá-lo de ter se “perdido e separado de Deus”.
Seja autêntico e assuma sua religião, mantendo a calma e sempre tendo paciência para explicar o que é a Umbanda e como funciona. Mas não faça pressão para eles entenderem... Basta continuar sendo você mesmo, e o “novo você” vai se tornar mais familiar para os seus entes queridos.

3) Sendo escarnecido e ridicularizado pela sociedade

Tornando-se mais ocupado espiritualmente pode expô-lo a um pouco de escárnio por ser diferente. Sendo zombado, ridicularizado e maltratado é apenas uma parte de pertencer a uma religião que poucos conhecem verdadeiramente e que não compreendem. Esta é provavelmente a dor mais comum do desenvolvimento espiritual.
O julgamento que você pode sentir de ser “diferente” pode ser desconfortável no início, mas confie que com o avançar do tempo ele se tornará menos frequente e mais fácil de lidar. À medida que você assume sua religião, você projeta fé e tranquilidade para o mundo, e assim receberá menos julgamento como resultado da sua confiança.
A espiritualidade vai parar de enviar as experiências que se abatem sobre os seus pontos fracos, uma vez que os transforma em seus pontos fortes. Seja autêntico, sincero e íntegro. E quando as pessoas zombarem de você, isso os fará parecerem bobos.

4) Mudanças de carreira

Quando há mudanças de perspectiva e de mundovisão, o seu trabalho simplesmente pode não ser mais uma boa opção para você. De repente, o trabalho que você tem ficou pequeno/encolhido e você se sente vazio, ou ainda pior, prejudica a sua alma. Durante um despertar espiritual, você pode chegar à conclusão de que seu trabalho não está funcionando como uma extensão de sua alma.
Para alguns, uma mudança de carreira pode ser intencional e planejada, mas para outros, pode vir na forma de uma demissão repentina. Quando você é incompatível vibracionalmente com a forma como você está gastando a maior parte de suas horas e energia durante a semana, é apenas uma questão de tempo antes que você ou seu empregador decida que, no melhor interesse de todos, você deixe o seu trabalho.
Pode ser muito doloroso ter uma transição repentina assim. Mas acredito que isso aconteceu por uma razão. Muito mais felicidade e satisfação estarão à frente para você. A vida é muito curta para ficar trabalhando em algo que “mata” sua alma!
Então, confie e renda-se à Espiritualidade, que Ela irá levá-lo exatamente onde você precisa estar espiritualmente, bem como profissionalmente.

5) Solidão

A solidão é um subproduto natural do desenvolvimento espiritual. Isso porque a forma de ver a vida muda, assim como os relacionamentos, empregos e estilos de vida, e também a sua capacidade de confiar nas coisas e pessoas que costumava confiar.
A boa notícia aqui é que quando você encontrar pessoas com as mesmas perspectivas e vibração, você terá amizades e conhecimentos que são genuínos e edificantes.
Você pode notar que você tem menos amigos, mas mais do tipo certo.
Um aumento na qualidade e uma diminuição na quantidade.
Nesse meio tempo treine ficar com você mesmo. Comece a praticar meditação e aprender a estar confortável consigo próprio.
Aprender a estar sozinho é essencial para lidar com qualquer sentimento de perda que surgiu desde que começou a trilhar seu novo caminho espiritual.
Nem todo mundo vai experimentar todos esses ajustes, mas se algum destes se aplicam a você, você não está sozinho. Seja paciente, mantenha a fé e permaneça íntegro para a nova versão de si mesmo.

Todas as coisas que estão listadas aqui são, na verdade, sinais de que você está no caminho certo.
Se você estiver enfrentando algumas destas lutas, tenha fé. A mudança está ocorrendo porque você está tornando-se uma pessoa mais conectada com o mundo espiritual e está aprendendo o que realmente tem mais valor.
A dor que você sente é apenas um catalisador temporário que irá impulsioná-lo para o seu novo Eu interior e para o seu crescimento evolutivo espiritual.

Como você muda, é natural lamentar-se da perda de aspectos do seu eu anterior. Não se apegue à sua velha identidade em sua mente. A chave para lidar com as dores do desenvolvimento espiritual é aceitar o fluxo da vida e trabalhar com a realidade, e não contra ela.

23 de abril de 2015

Ogum

Divindade masculina Yorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras da religião incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular. Tem sincretismo com São Jorge (tradicional guerreiro do mito católico, também lutador, destemido e cheio de iniciativa).

A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo Yorubá.

Portanto, Ogum é aquele que gosta de iniciar as conquistas, mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão.

É o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão, o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática – tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na indústria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e aquele que derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido. Ele é o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também ajuda a proteger o Terreiro. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nestes momentos.
Além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador, mas também do trabalhador braçal, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado. Ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.

Ogum gosta das coisas esclarecidas e às claras, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa. Não é violento e agressivo, embora seja austero e firme, pois gosta da verdade e não aceita falsidades e demandas.
Ogum é o Senhor dos caminhos e realiza a abertura destes, a ordenação, o afastamento da desordem e do caos, o corte das atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres perante a Lei Divina. A primeira “batalha” que Ogum ensina é vencer os vícios e a desordem interna para que, uma vez equilibrados, possamos atrair situações e relacionamentos ordenados, livres da desordem que nasce do desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina.
OGUM é o Orixá que examina os problemas e dá seu parecer, fornecendo os elementos necessários para que XANGÔ possa exercer a justiça. É o guerreiro valente, que enfrenta a luta do dia-a-dia sem receio e capaz de reverter uma derrota em vitória.
Lei e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem viver em obediência às Leis da Criação. O dragão subjugado por São Jorge, que é sincretizado com Ogum, representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema, da ganância. Vencendo “o dragão”, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações favoráveis, sob o amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação. Sintonizados com a Lei, alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador. Então, os inimigos terão olhos, mãos, pés e armas, mas não conseguirão nos enxergar, não poderão nos tocar e nem nos alcançar ou ferir.
Ogum é a Lei, é a via reta. É associado ao planeta Marte e ao número 7. 
Entenda que quando falamos dos Oguns que baixam nos Terreiros de Umbanda rodando suas espadas no ar, não são o próprio Orixá Ogum, pois não se incorpora Orixás na Umbanda, muito menos são Caboclos de Ogum, os caboclos de Ogum são índios que fazem cruzamento com este Orixá. Os Oguns que incorporam na Umbanda são os falangeiros de Ogum.

A respeito do sincretismo de Ogum com São Jorge, Fernandes, em seu artigo “Astrologia e Mitos Religiosos”, afirma que “o simbolismo, aliás, não poderia ser mais adequado: São Jorge veste uma armadura de guerra (a proteção necessária para atuar em ambientes inferiores) e monta um cavalo branco (as forças da matéria e o lado animal da personalidade, já purificados – por isso a cor branca – e colocados à serviço de desígnios elevados). Utiliza a lança e a espada (um símbolo do direcionamento da energia) e consegue vencer o dragão (as forças das trevas). A espada está ligada ao Orixá de três formas: por ser guerreiro e caçador, Ogum rege as armas em geral; por ser ferreiro, é fabricante de objetos de metal; e, finalmente, é o Orixá regente do ferro, matéria-prima para a maioria das armas. Como símbolo, a espada representa a energia mobilizada e direcionada para cortar o avanço do mal”.

DIA DE HOMENAGEM – 23 de abril
DIA DA SEMANA - terça-feira
CONTAS - na Umbanda: vermelhas
FLORES - vermelhas (Crista de Galo ou cravo vermelho)
MINERAL – ferro e aço
FRUTAS - cajá; manga espada
COMIDA – feijoada de feijão vermelho
BEBIDA - na Umbanda: cerveja branca
SÍMBOLO - espada ou escudo
SAUDAÇÃO - PATAKORI OGUM ou OGUM IÊ

INFLUÊNCIA DO ORIXÁ SOBRE SEUS FILHOS (ARQUÉTIPO)
POSITIVAS - Quando prevalece a vibração do Orixá: são corajosos, intrépidos, ordeiros, elegantes, etc.
NEGATIVAS - Quando prevalece o livre arbítrio negativo: são arrogantes, indisciplinados, ciumentos, covardes, etc.

OGUM, nosso guerreiro invencível, Orixá protetor dos viajantes e dos oprimidos, estenda a sua vibração até nós para que possamos caminhar na estrada da vida, no cumprimento tranquilo de nossa tarefa cármica.

PATAKORI OGUM! 


19 de março de 2015

Processo mediúnico e os chackras

O processo mediúnico não se dá simplesmente no campo material. Envolve todo um complexo sistema com os múltiplos corpos que o ser humano possui, assim como os seus centros de força, que são os Chakras.

Os Chakras são os pontos localizados no corpo etérico – duplo-etéreo – e que conectam o corpo material ao corpo espiritual.

Há ao todo no ser humano sete corpos, do mais denso ao mais sutil, quais sejam: Material, Duplo-etéreo, Astral, Mental Inferior, Mental Superior, Búdico e Átma. Kardec simplificou esse sistema dividindo-o em apenas três: Material, Perispírito e Espírito, sendo que o corpo material compreenderia tanto o corpo físico e o duplo-etéreo; o perispírito compreende o corpo astral, mental inferior e mental superior; e o espírito compreende o corpo búdico e o átma.

No processo mediúnico devemos nos focar no corpo astral (perispírito), no duplo-etéreo e no corpo material. Os Chakras estão localizados no duplo-etéreo e encontram seus correspondentes no corpo astral – chamados de parachakras – e no corpo material, pelas glândulas endócrinas.

Existem centenas de chakras por todo o sistema energético humano, porém, os principais são os sete maiores, que se encontram mais ou menos alinhados com a nossa coluna vertebral, são: Básico ou Sacro ou Genésico, Umbilical ou Gástrico, Plexo Solar ou Esplênico, Cardíaco, Laríngeo, Frontal e Coronário.



Durante o processo mediúnico permitimos que a Entidade que irá se manifestar aproxime seu campo vibratório do nosso duplo-etéreo e corpo astral. No caso, o espírito não irá dominar a sua matéria, mas irá através da manipulação dos parachakras e chakras manifestar as suas vontades através dos aparelhos envolvidos. O Espírito desencarnado não possui mais duplo-etéreo, que seria o veículo intermediário entre o mundo espiritual e material.

A Entidade, depois de se familiarizar com o espaço vibratório do médium, começa a conectar seus centros de força aos do médium. Por exemplo: para falar, a Entidade irá dominar o chakra laríngeo do médium e manifestará sua voz através deste artifício e também irá conectar-se ao chakra frontal onde sugestionará as palavras ao médium, o qual falará com sua própria voz.

Mas não são apenas os chakras superiores (laríngeo, frontal e coronário) que são usados pelas Entidades, muitos outros estão envolvidos. O chakra básico é controlado, permitindo que o médium mantenha o transe enquanto suas funções biológicas se mantém estáveis e as funções basais operantes, por isso que os médiuns incorporados perdem a noção do tempo, não sentem necessidade de usar o toalete e não sentem frio, calor, fome, sono ou sede. Além disso, é extraída a energia telúrica e armazenada nutrindo as funções mais densas do corpo, inclusive a doação de energia ectoplásmica para os necessitados. O chakra sexual também sofre certa excitação, que nada tem a ver com o processo sexual em si, mas é um processo criativo e de nutrição. O plexo solar é o centro comandante das energias, sendo manipulado como usina geradora, transmutadora e absorvedora da irradiação da Entidade.

O chakra cardíaco é usado para o controle do corpo emocional. Além destes, são usados ainda o contrachakra do frontal, localizado na nuca e também o chakra umeral, que se localiza entre as escápulas, no meio das costas. Esses dois chakras são importantíssimos para a comunicação mediúnica, sendo sempre os primeiros a serem conectados com os centros de força da Entidade.

Outros chakras que são muito utilizados no processo mediúnico são os das palmas das mãos (palmares) e da planta dos pés (plantares). Aqui iremos encontrar várias discussões e informações, conforme a doutrina de cada um, porém vou relatar o que me foi passado pelos meus guias e os mentores aos quais tive contato.

Os chakras palmares têm polaridades conforme gênero, orientação de escrita e também através da convenção mental. Localizam-se no centro das palmas das mãos e pode ser atribuída polaridade negativa ou absorvedora ao chakra da palma esquerda e polaridade positiva e irradiadora da palma da mão direita. Essa orientação pode inverter caso o médium seja canhoto, seja mulher ou ele tenha a convenção mental contrária. Porém ele pode manifestar a mesma polaridade conforme lhe convir, através da visualização, pois em alguns casos é necessário irradiar as energias – como nos passes – com as duas mãos e em outras é necessário retirar as energias densas – como no descarrego – com as duas mãos.

Os chakras plantares (dos pés) seguem o mesmo princípio, porém, as solas dos pés são mais usadas como descarregadoras (uma função de grounding ou como fio-terra). Por este motivo, os médiuns devem trabalhar descalços, assim as entidades absorvem as energias negativas e deletérias pelas palmas das mãos e descarrega no chão através dos pés, onde essa energia irá até o centro telúrico e se transmutará. O inverso pode ocorrer também, retirando como uma sonda a energia da terra pelos pés e canalizando ela através das mãos, dos assobios e da fumaça.




Fonte: Douglas Rainho


7 de fevereiro de 2015

Obsessões e suas causas


Sabemos que o fundo de todas as perturbações espirituais reside nas fraquezas morais do perturbado, as imperfeições da alma que são as portas de entrada para a influência estranha.
As obsessões são provenientes de quatro fontes distintas: Moral, Cármica, Contaminação e Auto-obsessão.

Moral
Há duas situações de obsessão de fundo moral: o espírito imaturo e o espírito mal orientado.

No primeiro caso, o da imaturidade espiritual, são pessoas com o psiquismo ainda dominado por pensamentos inferiores. Sua conduta gira em torno de ações e pensamentos inferiores, que atrai espíritos imperfeitos que estão afinados com elas.
No começo da relação verifica-se tão somente uma interferência em algumas atitudes do indivíduo. Mais tarde, aparece um delicado mecanismo de inter-influência, em que as vontades e os desejos são trocados entre perturbado e perturbador. A seguir, a vontade do obsedado vai aos poucos sendo substituída pela do obsessor, instalando-se o fenômeno obsessivo.
Este tipo de obsessão é comum, há situações em que seus portadores nem percebem que dividem sua vida mental com um espírito inferior.
Na segunda situação, o do espírito mal orientado, encontra-se as pessoas que tiveram educação deficitária no lar, na religião ou na escola. A inferioridade do mundo terreno, seus costumes e sistemas educativos estimulam no ser humano o desenvolvimento das paixões e os afastam de Deus. 
Estruturas psicológicas mal orientadas provocam nas pessoas condutas desregradas, levando-as a sintonizar com espíritos inferiores, formando o processo obsessivo de fundo moral.
A Umbanda faz um tratamento de limpeza e fortalecimento, através de banho de ervas para o descarrego e energização, criando condição para a pessoa obsedada, através de orientação e evangelização, para que se afaste do espírito obsessor.

Cármica
Classificam-se como obsessões cármicas os casos relacionados com vidas passadas. 
Carma é um termo que se refere à bagagem histórica do espírito. É o produto de todas as encarnações vividas. A palavra "carma" é de origem sânscrita (uma das mais antigas línguas da Índia) e significa "ação".

Pode-se dizer que o carma é a ação do espírito em toda sua trajetória evolutiva, desde sua primeira encarnação.
Denominam-se obsessões cármicas aquelas em que as perseguições observadas são oriundas do relacionamento entre obsedado e obsessor, ocorridas em vidas passadas, neste ou noutros mundos. 
É um tipo de obsessão provocada pela desarmonia de conduta entre duas ou mais criaturas, gerando ódios, ressentimentos e vinganças que podem se estender às suas vidas futuras.
A lei de ação e reação, ou causa e efeito, regula estes processos de ajuste entre as partes envolvidas, permitindo que as consequências deste plantio mal feito deem seus frutos com vistas ao aprendizado de todos.
O comprometimento no passado, através das ligações vibratórias, atrai o desafeto desencarnado que inicia sua influência maléfica sobre ele. 
Na umbanda, alem do tratamento anterior, fazemos um trabalho de evangelização do espírito obsessor, para encontre seu caminho na espiritualidade e abandone a pessoa obsedada.

Contaminação
Os centros espíritas, os terreiros de Umbanda, as Igrejas, templos, os lares, os locais de trabalho e de diversões constituem-se em verdadeiros núcleos de magnetismo espiritual, criados pelos pensamentos dos que os frequentam. 
Nesses ambientes constituídos por pessoas mais ou menos imperfeitas, associam-se espíritos desencarnados com tendências afins. Portanto, os frequentadores podem ficar contaminados com sua influência. Tal domínio se forma em virtude da sintonia mental dos frequentadores, com os espíritos que habitualmente vão ali. Denominaram-se essas obsessões de "contaminações".

Esta obsessão na Umbanda é desfeita numa sessão de descarrego e com orientação ao consulente para mudar sua frequência vibratória.


Auto-obsessão
Na auto-obsessão, a mente da pessoa encontra-se numa condição doentia semelhante às neuroses. É uma situação onde ela atormenta a si mesma com pensamentos dos quais não consegue se livrar.

Há casos mais graves em que o consulente não aceita que seu mal resida nele mesmo.
As causas deste tipo de obsessão residem nos seus dramas pessoais, dessa ou de outras encarnações. São traumas, remorsos, culpas e situações provindas da intimidade do seu ser, que prejudicam-lhe a normalidade psicológica.
De tanto se auto-obsedar, o consulente pode acabar atraindo espíritos atrasados e/ou sofredores e terminam por serem obsedados por estes espíritos, por causa da sintonia mental com o obsedado. Agravam seu mal, mas não são os causadores dele.
A causa central desse tipo de obsessão reside no consulente que se auto-atormenta, numa espécie de punição a si mesmo.
A mente de um auto-obsedado é fechada em si mesma e é preciso abri-la para a vida exterior, ou seja, é preciso que a pessoa pare de pensar apenas em seus problemas e olhe ao seu redor.
O tratamento na Umbanda, fundamentada na evangelização e no ascendente moral, banhos de ervas e na educação do pensamento, abrirá a prisão psíquica em que o indivíduo vive, libertando-o da escravidão mental.