Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

22 de dezembro de 2013

PAGAR MENSALIDADE?!


Por Alexandre Cumino

Você colabora com seu Terreiro?

Sem dinheiro não conseguimos nem pegar um ônibus, comer, vestir ou fazer parte de alguma atividade social que se auto-mantenha, a não ser que... outros estão custeando nossa presença; o que é feito de fato quando um templo recebe a todos para um culto, louvação ou atividade mediúnica caritativa. Sempre há gastos e, se estamos sendo recebidos graciosamente e gratuitamente, alguém está custeando os gastos para realizar tal empreitada.

O bem mais precioso, que é a vida, nos foi concedido gratuitamente, assim como a presença de Deus, são bens que não se compram, vende ou troca. Daí a máxima: “dar de graça o que de graça recebemos”. Por esta máxima se dá a ética, não cobrar um único centavo pelo trabalho espiritual realizado nos Templos, que são a Casa de Deus, em que se reconhece o poder de realização muito além de nosso querer, ego ou vaidade. Gratuitamente está ali a graça divina e o poder de ação de nossos Guias e Orixás.

No entanto, quem paga o aluguel, luz, água, produtos de limpeza, vela, defumação, bebidas, fumo e outros elementos ritualísticos, além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um templo? O dirigente deve pagar tudo a fim de fazer valer sua condição de “beneficiário maior” ou este é seu “carma”, o de manter e sustentar, sozinho, o trabalho que é realizado por um grupo de médiuns, uma comunidade? Então os outros médiuns, todos templos vivos de Deus e sacerdotes deste templo individual, que se reúnem no coletivo (terreiro), não tem a mesma responsabilidade que seu dirigente/sacerdote, guardando as proporções a que cada um foi chamado em sua missão?

Para um médium assumir, realmente, este compromisso mediúnico/sacerdotal deve ter na Umbanda, em sua mediunidade e missão espiritual, uma prioridade perante a vida, na qual não deve haver compromisso que seja que o libere de estar presente de forma consciente de suas responsabilidades, que não se limitam a “vir e vestir o branco”, além de se mostrar presente e disposto a ajudar, também deve se informar de como colaborar financeiramente com o templo que o acolheu, tomando conhecimento do valor de uma mensalidade ou do quanto a casa necessita para suas despesas e realizações outras voltadas à comunidade. Direitos e deveres, obrigações e responsabilidades também fazem parte de um trabalho espiritual.

Se, de um lado, tudo recebemos do “espírito”, de Deus e suas Divindades e Entidades, por outro vivemos e nos movimentamos em um mundo real, no qual estamos em sociedade com suas regras e leis que devem ser observadas, respeitadas e cumpridas. Quem pretende realizar um trabalho espiritual com os olhos vendados para esta realidade está fadado ao fracasso, pois deve haver um equilíbrio, como um “caminho do meio”, entre espírito e matéria, nem tanto à terra e nem tanto ao céu. Pregar e viver o sagrado fora da realidade material em que vivemos é tão perigoso e arriscado quanto pregar e viver um mundo sem a presença do sagrado, de Deus e seus mistérios. Pois ambas as opções podem alienar, iludir, fanatizar e tornar a pessoa cega e fundamentalista.

Não é difícil identificar médiuns acomodados, encostados e muito mal acostumados que em nada contribuem para as condições físicas, básicas e mínimas necessárias para se realizar um trabalho espiritual, com o mínimo de higiene, limpeza e dignidade. Muitos esquecem de que, se o espírito é sagrado, o corpo que recebe o espírito também é sagrado, se o espírito tem origem divina o corpo também tem, pois a natureza é divina. Se o mundo espiritual é sagrado na realidade de terreiro, o próprio terreiro em si, como a casa que recebe e acolhe o “Espirito”, a Deidade, também é sagrado. O chão do templo é solo sagrado no qual “pisam” os Orixás e guias espirituais, as paredes são sagradas, tanto quanto o altar e a tronqueira, pois tudo compõem o todo que é a casa da fé, espaço mágico-místico-religioso, no qual se manifesta o Mistério Maior por meio de seus adeptos; força, poder e mistério que está presente, também, em cada pedaço de pedra que compõe o Terreiro de Umbanda.

Nosso Corpo Material, assim como a estrutura física do terreiro é uma dádiva concedida como oportunidade de evolução para nosso espírito, logo, que se cuide e tenha o mesmo sentimento/respeito tanto pelo espírito/divindade quanto pelo corpo/templo, zelando por sua manutenção. Aquele que não tem como prioridade participar efetivamente da sustentação material para sua realização espiritual, não é merecedor da mesma. Salvo raras exceções de médiuns em dificuldades reais, de desemprego, diferente daqueles que, por não priorizar a “Sua Casa”, vivem dando desculpas de que “não tem recurso” ou estão “apertados este mês”; simplesmente por que têm outros gastos que vem antes de seu compromisso, com a casa que o acolheu. Se sobra um “dinheirinho” já está destinado a qualquer outra atividade, menos ao compromisso assumido. Alguns fazem todos os cursos de espiritualidade que veem pela frente, se gabam de ser estudantes da espiritualidade, iniciados e preparados pelo astral em sua caminhada certa ao dia em que vão abrir sua própria casa, no entanto, em nada colaboram com o principal, o templo ao qual dizem “fazer parte”.

O templo (terreiro) é de todos e não apenas do sacerdote (pai ou mãe de santo). Todos têm responsabilidade, direitos e deveres sobre este templo. Sem que todos se sintam parte e façam parte do templo então o templo estará abandonado, largado, sujo, empoeirado e profanado. Se você faz parte de um templo então arregace as mangas e procure saber por onde pode fazer para ajudar nesta estrutura, procure saber quais são as dificuldades que este templo passa. Procure saber se o seu templo está em local adequado, verifique se o templo acomoda bem as pessoas que o procuram, se informe sobre as leis direitos e deveres de um templo. De nada adianta criticar falta de espaço, climatização ruim ou qualquer outra dificuldade se você não ajude a manter o seu templo inclusive, quem tem condições financeiras, ir além do pagamento de uma simples mensalidade.


PAGAR MENSALIDADE?! É O MÍNIMO QUE VOCÊ PODE FAZER POR SEU TEMPLO!!! Um templo não é um clube que você paga uma mensalidade e vira as costas para as dificuldades e necessidades do mesmo.

20 de dezembro de 2013

Orixá regente do ano de 2014


De acordo com a Vovó Luiza de Guiné, que é a Dirigente Espiritual de nossa Casa de Umbanda, o ano de 2014 será regido por Xangô. Ela fez esta afirmação em meados do mês de novembro, muito antes de qualquer site ou pai de santo ter se pronunciado a respeito deste assunto.

Como sabemos, Xangô é o Orixá da Justiça e Sabedoria, tendo Júpiter como seu planeta regente, o qual será o planeta regente do novo ano, criando assim correspondência direta com Xangô. O senso de Justiça de Xangô é representado pelo raio e pelo trovão e Ele sempre separa o bem do mal.

Sendo assim, sendo Xangô o regente de 2014, para que as pessoas tenham um ano bom terão que ser justas, corretas, honestas, cumprir com suas obrigações e deveres, procurar agir corretamente e pensar antes de agir, para não sofrer futuras consequências.

Por causa da regência de Xangô, em 2014 também haverá uma tendência de que as pessoas estejam bem mais espertas e atentas do que o habitual e qualquer falha ou erro, por menor que seja, poderá ser motivo de desentendimentos e de julgamentos.  
Segundo a nossa querida Vó Luiza, em doutrina aos filhos da Casa, explicou que sendo regido por Xangô, 2014 será um ano bom para quase tudo, inclusive para quem busca romance, casamento e realização profissional. Mas, para tudo, é preciso muita luta por seus objetivos, pois nada cairá do céu.

Portanto, o ano de 2014 será bom para início de um trabalho ou abertura de empresa, será uma época boa para tomadas de decisão, para novos projetos ou colocar antigos planos em ação, também será bom para promoções no emprego, se as pessoas forem merecedoras. Haverá liberdade de movimento em 2014, que invocará sentimentos impulsivos, renovação, transformação. Estudar, criar e colocar em prática são as tônicas para 2014.

Contudo, apesar de cada ano ter um regente, devemos lembrar que todos os Orixás e Entidades da Umbanda sempre estão junto a nós, basta chamar por Eles. Independente do Orixá regente do ano, a Vó Luiza pede para todos lembrarem de que a fé, o respeito e homenagem deve sempre serem dados a todos os Orixás e Entidades da Umbanda, e não somente ao Orixá regente do ano.

Que 2014 seja abençoado para todos!

Axé!



13 de dezembro de 2013

Os Marinheiros na Umbanda


Os Marinheiros da Umbanda são homens e mulheres que, quando encarnados, de alguma forma se relacionaram com o mar. Eles são os "limpa-trilhos" da Umbanda, levando todo o mal para as ondas do mar e, por este motivo, são considerados os Exus da calunga grande.

Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá, trazendo mensagem de esperança e muita força. Seu trabalho é realizado em descarrego, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver demandas.

Quase sempre se apresentam cambaleantes (não por estarem bêbados, mas sim por causa do balanço do navio), e têm em suas danças o balanço das ondas do mar.
A gira de marinheiro é bem alegre e descontraída. Eles são sorridentes e animados, não tem tempo ruim para esta falange. Com palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus problemas. Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar aqueles que estão com problemas amorosos ou em procura de alguém, de um "porto seguro".

Em muito, seu trabalho é parecido com o dos Exus. Dificilmente um leigo irá notar a diferença entre alguns marinheiros e os Exus na hora da gira, pois alguns Exus vêm com todos os trejeitos dos Marinheiros e com outros nomes, é quase imperceptível.

Os Marinheiros não têm filhos de cabeça, pois são entidades auxiliares. Têm como chefe de falange o Seu Martim Pescador.

Características:
Cor = azul marinho
Guias = contas azul marinho ou azul marinho com branco
Erva = arruda
Símbolos = âncora, peixe, onda, navio
Ponto da natureza = orla do mar
Flor = margarida branca
Pedra = água marinha
Metal = bronze
Dia da semana = sábado
Elemento = água
Bebidas = cerveja, cachaça, vodka, rum, conhaque ou uísque
Animal representativo = peixe
Comidas = peixe ou frutas
Data comemorativa = 13 de dezembro
Sincretismo = não há
Saudação = Da Costa, Marujo! Salve a Marujada!

Alguns representantes mais conhecidos:

Seu Martim Pescador
Maria do Cais
Chico do Mar
Zé Pescador
Seu Iriande
Seu Gererê
Seu Sete Marolas