Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

24 de dezembro de 2012

O trabalho dos Guias e a forma pensamento das pessoas



O que eu vou falar agora é algo que quase nenhum dirigente fala, mas que é fundamental para que o médium (iniciante ou não) entenda o que acontece quando aceita entrar para a corrente em um Terreiro de Umbanda.

Dentro do Terreiro existe uma hierarquia entre os Guias, claro. Os Guias chefes, geralmente os Guias do dirigente, comandam o exército espiritual que está ali presente. Ou seja, comanda sua própria falange, as entidades que estão diretamente abaixo dele na hierarquia, inclusive aqueles que não se conhece, pois muitos deles não chegam a baixar no terreiro, e também os Guias dos outros médiuns da corrente, como em um exército e, consequentemente, os Guias que estão abaixo deles, que quase nunca (ou nunca) se apresentam também.

Parece óbvio, né? Mas o que ocorre quando alguém entra em um Terreiro não é tão claro:

O Guia “abre um trabalho” para um consulente quando ele vem tomar um passe, fazer uma consulta. Isto quer dizer que o Guia se torna responsável por esta pessoa, assumindo os “inimigos” espirituais, os desafetos, os verdugos, como sendo seus. O Guia passa a proteger o consulente, a ser aquele que vai bater de frente com quem quer que seja que venha lhe prejudicar. Isto é parte do tratamento e a outra parte tem a ver com o próprio consulente melhorar sua conduta.

Entende o que o Guia faz pelas pessoas? O Guia, seja qual for, passa a dar sua própria “cara à tapa” em seu lugar. Isto é muito sério. Não dá para assumir inimigos à toa. E todo Guia sabe disso.

Quando uma pessoa resolve aceitar o convite e entrar para a linha de trabalhos da casa, para a corrente, isto é ainda mais sério. Todos os Guias da casa passam a fazer tal proteção (não importa quanto tempo a pessoa tem de corrente) e, além de assumir seus inimigos e zelar pelo filho da casa, ainda passarão a fazer certos acordos com outros espíritos para que o médium possa se desenvolver mediunicamente. Existe toda uma movimentação para que isto aconteça da melhor forma para este novo filho.

E quando ele entra na linha de passes e começa a dar consultas, então, novos acordos são forjados, novas alianças são feitas, tudo para que este filho possa caminhar o mais suavemente possível. Pelo menos do lado espiritual.

Lógico que tudo isto sempre depende do próprio filho. Não adianta um Guia de Luz se matar fazendo alianças, recuperando verdugos, batalhando ao seu lado se este médium não se melhorar também. Isto só vai desperdiçar as forças do Guia, pois assim que ele terminar com tudo isso, o próprio filho abrirá campo para que os verdugos (kiumbas) retornem. Se o médium se mantiver negativo, não há trabalho que possa ser feito para afastar dele as coisas ruins – o próprio médium se encarregará de trazê-las de volta.

Os Guias trabalham muito por nós. Nós devemos, no mínimo, repensar nossa forma de agir, se quisermos evoluir e não mais sucumbir ao sofrimento espiritual imposto pelos kiumbas e inimigos espirituais.

21 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!


São os votos da Associação Umbandista Casa de Caridade Luz Divina a todos os irmãos de fé!

18 de dezembro de 2012

O que significa ter 2013 regido por Obaluaê



Em 2013 teremos como Orixá regente Obaluaê. O Planeta regente de Obaluaê é Saturno, representando tudo aquilo que diz respeito à sua responsabilidade e aos seus deveres – consigo mesmo e com a sociedade em que você vive.
É preciso que se olhe para Obaluaê como um mestre mais idoso e mais severo, mas também com um componente de sabedoria e ponderação. Obaluaê é o Orixá da transformação, o grande alquimista necessário à evolução, regente da Linha dos Pretos-velhos e das Santas Almas.

Obaluaê, como regente do ano de 2013, pede introspecção, auto-conhecimento e atenção redobrada no próprio processo evolutivo e transformador, pois o magnetismo deste ciclo anual favorece o amadurecimento, seja pela compreensão racional e vivencial, seja pela dor e pelas separações. Deve-se ter muito cuidado com as emoções em desequilíbrio e com as propostas ilusórias dos bens materiais. Em seu pólo positivo, a vibração de Obaluaê é consolidadora dos projetos e representa o lado mais realizador e empenhado em construir algo de sólido em sua vida. Ele tem um papel importante também em tudo o que diz respeito à vida profissional, à carreira e ao espaço que você ocupa na sociedade com as atividades e o trabalho. É o tempo ("cronos", o nome grego de Saturno), e é fator fundamental na maturação de tudo o que se espera na vida; portanto, a paciência e a perseverança também são elementos indispensáveis para poder extrair o melhor que Obaluaê pode lhe oferecer.

Obaluaê, por ser o Senhor da transformação, mostrará que tudo na Terra precisa se transformar e, como consequência, os seres humanos estarão mais suscetíveis a estas transformações: interiormente, pelas emoções em crise, em busca de maturidade e equilíbrio; e externamente, pelas questões climáticas e telúricas (na área geológica com terremotos, erupções vulcânicas, tsunamis e temporais).

Apesar de Obaluaê ser o Orixá do carma e do desencarne, 2013 será um ano regido pela razão.
Como vibrações auxiliares de 2013 tem-se Oxossi, com sua força do conhecimento e, portanto, trazendo esclarecimentos e descobertas, convidando ao uso da razão; e Ogum, colocando sua espada da Lei à serviço do poder transformador de Obaluaê. Oxossi e Ogum serão vibrações auxiliares, entretanto, não significa que serão co-regentes.

Então, para ter um bom ano de 2013, o ano de Obaluaê, para evoluir será necessário maturidade emocional, decisão firme e opção coerente pelas coisas essenciais à vida, sem supérfluos, assim como buscar se aproximar mais da espiritualidade.

Feliz 2013! Saravá!

15 de dezembro de 2012

Quem é Obaluaê, o regente de 2013



Obaluaê, também conhecido como Omulu, é o Orixá da cura das doenças e das pestes.

É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e, em alguns terreiros, também com São Roque, o santo que fora contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.

Certamente por estas histórias, São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes. Não é demais lembrar que apesar da semelhança entre eles, não podemos confundi-los. São Lázaro e São Roque são santos confirmados pela Igreja Católica, tiveram suas passagens pela Terra. Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos, sendo posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.

Uma dúvida muito comum entre os irmãos Umbandistas é se Obaluaê e Omulu são o mesmo Orixá ou são Orixás distintos.  A resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou Omulu é falar no mesmo Orixá. A diferença é que o nome Obaluaê está ligado à manifestação jovem deste Orixá, guerreiro, caçador e lutador. Já Omulu representa a sua manifestação velha, de sábio, feiticeiro e guardião. A palavra Obaluaê vem do Yorubá Obàlúwàiyé  que quer dizer "Rei Senhor da Terra" e Omulu significa "Filho do Senhor". Todavia, Obaluaê e Omulu representam um só Orixá.

Arquetipicamente, Obaluaê tem seu corpo coberto por palha da costa, em razão de possuir feridas na pele. Também o fato de Obaluaê possuir seu corpo coberto por palha da costa representa o mistério, especificamente, o mistério da morte que para nós encarnados ainda não está revelado.

Obaluaê é tido como senhor da cura, e é o transmutador de energias, aquele que encaminha as almas recém desencarnadas. Assim, sempre que se adentra em um cemitério se saúda Obaluaê, assim como se saúda Iansã.

O ano de 2013 será regido por Obaluaê.

Saudação: Atotô Obaluaê!
Dia da semana: segunda-feira
Data comemorativa: 17 de dezembro
Cores: preto e branco
Símbolo: na Umbanda = cruzeiro das almas; no Candomblé = Xaxará
Oferenda: pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada com areia da praia e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água

De Obaluaê originam inúmeras falanges de caboclos, pretos velhos e Exus e Pombo-giras. Também manifestam-se falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que chegam curvadas e que geralmente têm sua cabeça coberta por um pano branco.


9 de dezembro de 2012

Glossário de termos e expressões na Umbanda



ABRIR A GIRA = abertura dos trabalhos nos terreiros.
ADEJÁ ou ADJÁ = Sineta ritual, de alumínio ou cobre, constituído de uma, duas, três ou mais campânulas, usada no Candomblé.
ALDEIA = morada dos Caboclos na Aruanda.
ALGUIDAR = recipiente de barro, espécie de bacia, muito utilizada em entregas e oferendas.
AMACI = Preparado líquido, à base de ervas sagradas maceradas em água.
AMALÁ = comida de santo, oferecida em agradecimento, louvor e também pedido aos Orixás.
APARELHO = médium.
ARIAXÉ = Ponto central do terreiro, de onde emana o axé do terreiro, onde se encontram enterrados os "fundamentos" (folhas, pedras, objetos e símbolos mágicos).
ARUANDA = céu, paraíso, plano espiritual elevado, morada dos espíritos umbandistas, morada dos Orixás. 
ARUÊ = Salve!
ASSENTAMENTO = 1. Representação material do Orixá regente de uma pessoa, composta de otás (pedras onde é "fixado" o Orixá), os elementos que o representam, suas insígnias principais, moedas, etc.
ATABAQUE = instrumento musical, espécie de tambor, utilizado nos terreiros.
AXÉ = poder que emana dos Orixás, energia vital, força invisível, mágica e sagrada. 

BABALORIXÁ ou BABÁ = pai de santo
BAIXAR = diz-se de um espírito quando incorpora no médium.
BANDA = designa a linha espiritual da entidade.
BANHO DE DESCARREGO = preparado líquido de ervas sagradas para limpeza e afastamento de vibrações negativas que se toma após o banho de asseio, despejando-o sobre o corpo, excetuando a cabeça.
BATER-CABEÇA = Saudar os Orixás, inclinando-se até tocar com a cabeça o solo. Cumprimentar respeitosa e humildemente determinada Entidade, inclinando-se até tocar com a testa o chão, quando se está diante dela.
BATER PARA O SANTO = tocar os atabaques no ritmo peculiar a determinado Orixá.
BEJA = cerveja branca.
BOLAR NO SANTO = Transe mediúnico incompleto, comum nos médiuns iniciantes ou despreparados. Forma preliminar e desordenada de transe que precede a iniciação. Animismo.
BURRO = modo como os Exus denominam seus médiuns na Umbanda. 
CABAÇA = vasilha feita do fruto maduro do cabaceiro depois de retirado o miolo.
CABEÇA-FEITA = Médium desenvolvido. Médium já cruzado no terreiro. Médium que já passou pela Obrigação de Cruzamento. Médium que já tem o Orixá “Dono da cabeça” definido.
CABOCLO = espírito de índio ou mestiço.
CACIQUE = chefe de corrente espiritual composta de índios. 
CAIR NO SANTO = transe mediúnico do não iniciado ou daquele que ainda não se encontra preparado para tal. 
CALUNGA GRANDE = oceano, mar.
CALUNGA PEQUENA = cemitério.
CAMBONO ou CAMBONE = Auxiliar das entidades incorporadas e dos leigos quando não entendem suas orientações. Auxiliar nos cultos.
CAMBURECO = homem, rapaz. 
CAMOLETE ou TORÇO= Pano de cabeça.
CAMUCITÊ = Altar. Congá. Peji.
CAMUTUÊ ou CAMUTUÁ = cabeça.
CANELA PRETA = soldado da polícia.
CANJIRA = construção na entrada do Terreiro, à esquerda, onde ficam assentados os Exus.
CANZUÁ ou CAZUÁ = Palavra de origem kimbundo que significa “cabana”, “casa”.
CAPANGUEIRO = o mesmo que “companheiro” na Umbanda. 
CAPITÃO = fiscal de trabalhos no terreiro.
CARICÓ = Templo. Terreiro.
CARREGADO = pessoa sob a injunção de fluídos espirituais maléficos.
CARURUTO = charuto.
CATULÁ = anular um trabalho de magia negra.
CAVALO = modo como as entidades denominam os seus médiuns na Umbanda.
CENTRO = Terreiro. Centro de Umbanda.
CHEFE DE CABEÇA = Modo como se designa o guia-chefe do médium. Pai ou Mãe (Orixá) de cabeça.
COISA FEITA = Diz-se do trabalho feito para levar o mal a alguém. Despacho maléfico. Feitiço. Bruxaria.
COITÉ = Cuia feita do fruto do coitezeiro. Cuia feita da casca de coco.
COMPADRE = modo popular de se referir a Exu.
CONGÁ ou GONGÁ = palavra de origem banto que designa "altar sagrado, composto por imagens de devoção. 
CORPO FECHADO = designa a pessoa que se crê a salvo da influência de maus espíritos.
CORREDOR DE GIRAS = frequentador que passa por vários terreiros, sem ter firmado compromisso espiritual com nenhum deles.
CURANDÔ = curador, curandeiro.
CURIADÔ = bebida que os guias tomam. 
CURIAR = Comer. Beber.
CURIMAR = Cantar. Entoar pontos cantados.
CURIMBA = Dança do Orixá ou entidade no terreiro. Orquestra do terreiro, formada por cantores e instrumentos musicais, tais como, atabaques, tambor, agogô, chocalho, berimbau, violão, entre outros. 
CURIMBAR = dançar cantando.
CURUMIM = criança.
DAR FIRMEZA AO TERREIRO = Designa uma série de procedimentos de segurança antes do início de uma gira, no intuito de afastar ou impedir a entrada de más influências espirituais no terreiro, tais como: riscar ponto na porteira, sob o altar, defumar, cantar pontos, etc.
DAR PASSAGEM = diz-se quando o guia do médium o deixa para que outra entidade nele se manifeste.
DAR PASSES = axé da entidade transmitido ao assistido através do médium incorporado.
DEMANDA = desentendimento, problema, feitiçaria contra alguém.
DANDALUNDA = outro nome dado a Iemanjá, tais como Janaína ou Mãe Dandá.
DAR COMIDA AO SANTO = Oferenda de produtos alimentícios ao santo com o objetivo de receber o seu axé. Amalá.
DEFUMAR = limpar alguém, local ou alguma coisa de maus fluídos.
DESCARGA = ritual para afastar do corpo de alguém ou de um ambiente fluídos maléficos.
DESCARREGAR = Procedimento que visa livrar alguém de fluídos maléficos. Despachar restos de vela, pontas de charuto e demais sobras do trabalho da entidade em local adequado.
DESCER = diz-se quando o orixá ou a entidade vai incorporar no médium.
DESMANCHAR TRABALHO = anular os efeitos de trabalho de magia negra sobre uma pessoa.
DESPACHO = trabalho entregue em lugar determinado, conforme orientação de entidade espiritual, geralmente da esquerda, para desmanche de trabalhos de magia negra, feitiço.
DIA DE OBRIGAÇÃO = dia de sessão em que os médiuns observam certos atos do ritual umbandista e cumprem tudo quanto lhes é determinado pelos Guias.
EGUN = Espírito desencarnado.
ELEDÁ = conjunto formado pelo Orixá “dono da cabeça” e o Orixá secundário, denominado ajuntó.
ENCOSTO = espírito desencarnado que compartilha dos pensamentos e fluídos dos encarnados, influenciando-os e prejudicando-os, conscientemente ou não, com suas vibrações.
ENCRUZA = cruzamento de ruas e rodovias no plano material, domínio de Kiumbas. Encruza espiritual é uma encruzilhada astral para colocar oferendas, sendo o correto.
ENCRUZAR ou CRUZAR = ritual que consiste em fazer uma cruz com a pemba na testa, na nuca, nas palmas das mãos e no dorso dos pés dos médiuns, no intuito de fortificar a sua mediunidade, estabelecendo uma ligação mais firme com os seus guias espirituais e protegê-lo contra influências maléficas.
ENDÁ = sineta litúrgica usada na Umbanda.
ENFORCADO = Espírito obsessor. Kiumba.
ENGIRA = Gira. Trabalho. Sessão.
ENGOMA = Conjunto de instrumentos musicais utilizados num terreiro. Atabaques.
ENTIDADES = seres espirituais.
ERÊ = Espírito que adota o psiquismo infantil para se comunicar com os encarnados. Espírito de criança.
ESPÍRITO DE LUZ = espírito sábio, benevolente, de elevada conduta moral.
ESPÍRITO OBSESSOR = espírito atrasado moralmente, algumas vezes, francamente malvado, que convive com o encarnado em perfeita comunhão de pensamentos. 
ESTRELA DE SEIS PONTAS = símbolo que traduz o poder equilibrador do universo.
FALANGE = grupo de seres espirituais que trabalham dentro de uma mesma corrente vibratória (linha).
FALANGEIRO = espírito pertencente a uma determinada falange.
FAZER MESA = abrir a sessão, abrir a gira.
FECHAR A GIRA = encerrar a gira ou qualquer cerimônia no terreiro em que houve formação de corrente vibratória.
FECHAR A TRONQUEIRA = designa o ato de defumar os quatro cantos do terreiro evitando que espíritos perturbadores ou zombeteiros atrapalhem o culto.
FILHO (A) DE FÉ = adepto da Umbanda. 
FILHO (A) DE SANTO = médium iniciante ou não que trabalha em um terreiro.
FIRMA = peça central da guia (colar) utilizada pelos iniciados. É colocada no ponto em que a guia é amarrada para fechá-la.
FIRMAR = concentrar-se para incorporar.
FIRMAR PORTEIRA = procedimento de segurança, realizado antes do início do trabalho, que consiste em defumar ou riscar um ponto especial na entrada do templo, para protegê-lo de más influências.
FIRMAR PONTO = Procedimento que consiste no canto coletivo do ponto da entidade que irá dirigir os trabalhos, objetivando evocá-la ao mesmo tempo em que se forma a corrente mediúnica. Riscar o ponto de determinada entidade. Designa o momento em que a entidade risca seu ponto, dando prova de sua identidade.
FIRMEZA = conjunto de objetos com força mística (axé), que enterrados no chão protegem e dinamizam forças espirituais no terreiro.
FORÇA ESPIRITUAL = diz-se do médium que ao incorporar revela poderes e conhecimento diferentes ou além de sua capacidade moral, intelectual e espiritual.
FUNDAMENTOS = leis de Umbanda, suas crenças e procedimentos.
FUNDANGA = queima de pólvora.
GANGA = Um dos tipos de Kiumba, erroneamente chamado de Exu.
GANZÁ = instrumento musical.
GARRAFADA = bebida para fins medicinais, preparada com ervas curtidas ou maceradas, misturadas em aguardente ou água.
GIRA ou ENGIRA = culto para entidades e Orixás, onde se dança ao som de cânticos. Corrente espiritual. Caminho.
GUIA = 1. Colar ritualístico representativo de uma entidade espiritual, constituído de miçangas de cristal e/ou de porcelana, pedras ou metal, nas cores que os identificam. 2. Orixá ou entidade espiritual.
GUIA DE CABEÇA = Orixá principal que é pai ou mãe de cabeça do médium.
GUIA DE FRENTE = a primeira Entidade que se manifesta no médium, não necessariamente sendo o seu Guia de Cabeça.
HALO = Luminosidade que envolve um espírito de grande elevação. Aura. Auréola circular presente na cabeça de imagens de santos e anjos.
HOMEM DAS ENCRUZILHADAS ou HOMEM DA RUA = Exu.
HUMAITÁ = palavra do tupi-guarani que significa, literalmente, “a pedra agora é negra”. Diz-se que Humaitá é a morada, o reino de Ogum. 
IABÁ = cozinheira especialista no preparo de comida de santo.
INCORPORAR = Entrar em transe mediúnico. “Receber” a entidade espiritual.
IORUBÁS = negros africanos que falam a língua Nagô.
IR PARA A RODA = desenvolvimento da mediunidade do iniciado na corrente mediúnica.
JACUTÁ = Altar. Terreiro.
JUNTÓ ou AJUNTÓ = Orixá secundário, que forma um par vibracional com o Orixá regente da coroa do médium.
JUREMA = 1. Uma das caboclas de Oxossi, chefe de falange. 2. Cidade espiritual onde habitam os Caboclos índios, também conhecida como Juremá.
KIUMBA = Encosto. Espírito obsessor. Espírito zombeteiro. Espírito maléfico.
LAÇAR O COBRERO = oração que se escreve com tinta em volta do "cobrero" para curá-lo.
LÁGRIMAS DE NOSSA SENHORA = semente de um tipo de capim, com o qual se confeccionam terços, guias (especialmente a de Pretos-Velhos), entre outros objetos de culto.
LAVAGEM DE CABEÇA = a lavagem de cabeça é feita derramando-se o amaci sobre a cabeça do médium, enquanto se entoa um ponto. A confirmação do guia de cabeça verifica-se após a lavagem da mesma, quando o guia incorpora e risca seu ponto em frente ao congá.
LEGIÃO = Falange. Grupo de espíritos.
LEI DE UMBANDA = designa a crença na Umbanda e em seus rituais.
LINHA BRANCA = linha de guias espirituais que são falangeiros dos Orixás.
LINHA CRUZADA = diz-se quando duas ou mais linhas se unem com o fim de tornar mais forte um trabalho no terreiro.
LINHA DE CURA = ritual que se ocupa com a cura física e espiritual do adepto.
LÓ = “Partir”, em Iorubá. “Ir ao Ló” é uma expressão utilizada pelos espíritos umbandistas para comunicar que vão desincorporar e partir.
MACAIA = 1. Folhas sagradas. 2. Local na mata espiritual onde se reúnem os caboclos. 3. Mata, floresta, bosque.
MACAIO = coisa ruim, sem valor.
MACUMBA = 1. Antigo instrumento musical usado outrora nos terreiros afro-brasileiros. 2. Termo com que os antigos denominavam os cultos dos escravos nas senzalas. 3. Nome pejorativo com o qual os leigos denominam os “despachos” de rua, os rituais e as religiões afro-brasileiras.
MACUMBADO = pessoa enfeitiçada.
MÃE PEQUENA = médium desenvolvida, que auxilia e substitui a mãe de santo em algumas ocasiões. 
MALEIME = pedido de perdão, de socorro, de clemência, de auxílio, de ajuda, de misericórdia, que pode ser feito em forma de cânticos ou preces.
MANIFESTAÇÃO = Diz-se quando um espírito comunica-se através de um médium. Transe mediúnico. Incorporação.
MARACÁ = chocalho indígena utilizado em solenidades.
MARAFA ou MARAFO = Aguardente. Cachaça. Forma que Exu designa sua bebida.
MATÉRIA = corpo físico.
MIRONGA = Magia. Segredo. Mistério.
MOÇA = forma popular de designar Pombo-gira na Umbanda.
MULECA OU MUREKA = menina, garota.
MUZAMBÊ = Forte. Vigoroso.
NAGÔ = 1. Nome dado aos escravos sudanezes. 2. Religião do antigo reino Iorubá.
NOMINA = Oração guardada num saquinho que deve ser pendurado ao pescoço como amuleto de proteção. Patuá.
OFERENDA = presente para os Orixás, Guias, Exus. 
PADÊ = amalá para Exu.
PÃO BENTO = pão ázimo ou qualquer outro tipo de pão, ao qual se dota de forças mágicas. Nota: pães bentos são utilizados em inúmeros trabalhos, por exemplo, acendendo uma vela branca na margem de mares ou rios, jogando em seguida um pão bento nas águas para localizar o corpo de uma pessoa que morreu afogada.
PATACO = dinheiro, moeda.
PATUÁ = Escapulário que o irmão de fé traz pendurado no pescoço, ou carrega em sua carteira, contendo orações, rezas e elementos.
PEJI ou PEGI = Altar. Congá.
PEMBA = espécie de giz em forma cônica arredondada, utilizado para traçar desenhos de caráter invocatório (pontos), entre outras determinações ordenadas pelos guias. Nota: as diversas cores de pembas permitem identificar a linha a que pertence a entidade trabalhadora.
PERNA DE CALÇA = significa “homem” na linguagem das Entidades.
PITO = Cachimbo ou cigarro de palha usado pelos Pretos-Velhos.
PONTEIRO = pequeno punhal utilizado em rituais e trabalhos de magia. 
PONTO CANTADO = Letra e melodia de cântico sagrado para cada entidade. Espécie de prece evocativa cantada que tem por finalidade atrair a vibração das linhas, falanges de trabalho e entidades espirituais, assim como homenageá-las quando chegam e despedi-las quando devem partir. Cânticos de louvor, entoados com finalidades rituais em determinadas cerimônias, para trabalhos de descarrego e desenvolvimento mediúnico. Nota: pontos cantados não devem ser deturpados ou modificados, para que sua força não se altere.
PONTO RISCADO = Desenho constituído de sinais cabalísticos, riscados com pemba, que chamam a entidade para o mundo terreno. Sinal, que riscado pelo médium incorporado, identifica a entidade manifestada e fecha o seu corpo contra espíritos e forças perturbadoras.
PORTEIRA = entrada do terreiro.
POVO DA ENCRUZA ou POVO DA RUA = falange de Exus.
PRECEITO = prescrição feita para ser cumprida pelos fiéis.
PUXAR O PONTO = iniciar um cântico.
PURUCADÔ = testa.
QUEBRANTO = mau olhado, feitiço, coisa feita. O quebranto é cortado com benzimento de Pretos Velhos.
QUEBRAR DEMANDA ou QUEBRAR A FORÇA = anular, desmanchar o efeito de um trabalho feito para prejudicar ou perturbar uma pessoa.
QUEBRAR PRECEITO = desrespeitar as regras estabelecidas num ritual ou trabalho. 
QUIMBANDA = linha de trabalhos de esquerda que juntamente com as linhas de direita, formam o equilíbrio na Umbanda. Não é o mesmo que Kimbanda e não é do mal.
QUIZILA, QUEZILA ou QUEZÍLIA = Tabu, aversão, antipatia, repugnância, implicância, interdição, indisposição em relação a algo ou alguém. Conjunto de proibições. 
RABO DE ENCRUZA = kiumba, espírito mau, trevoso, maléfico. 
RABO DE SAIA = mulher. 
RECEBER O SANTO = Incorporar. Entrar em estado de transe com o Orixá ou guia espiritual.
REDENTOR = Jesus Cristo
REINOS = Divisões do mundo espiritual. Domínios dos Orixás na natureza.
RESPONSO = oração dirigida a determinado guia para se conseguir uma graça.
RISCAR PONTO = desenhar sinal cabalístico que identifica determinada entidade espiritual para evocá-la ou a sua vibração ao plano físico. 
ROÇA = terreiro, centro.
SACUDIMENTO = Sacudimento do Centro: limpeza, lavagem e varredura do terreiro. Sacudimento das pessoas: descarrego dos filhos de santo.
SAMBORÊ = termo empregado no Omolokô que significa “sambar”, ou seja, “pular com alegria”. Nos terreiros designa um momento de grande energia. Nota: quando riscam os pontos algumas entidades cantam "Samborê, pemba de Angola" para maior firmeza dos trabalhos. 
SARABUMBA = Salve! O mesmo que Aruê!
SARAVÁ = saudação umbandista que significa “Salve!”, “Viva!”.
SUCÊ OU SUNCÊ = você, tu.
TOCO = vela, charuto, cigarro, banco.
TRONQUEIRA = lugar de grande importância para a segurança do terreiro, localizado de frente para a rua, do lado esquerdo de quem entra.
TUIA = fundanga, pólvora.
TUMBA = palavra congo-angolesa (Kimbundu) que significa parente ou pessoa íntima, mas que no Brasil ganhou o significado de sepultura, campa, jazigo, sepulcro.
UMBANDISTA = praticante, crente, seguidor da Umbanda.
UMBRAL = Purgatório. Região entre o plano físico e espiritual destinada ao esgotamento dos resíduos mentais no processo em que a alma abandona o corpo após sua morte. Estado ou local por onde passam algumas pessoas após a morte. Nota: no umbral os desencarnados experimentam sofrimentos "físicos" e morais, tais como, a sensação da necrose do corpo, o constrangimento de se ver incapaz de ocultar suas mazelas morais e desejos mais íntimos dos olhares de outros espíritos. 
YALORIXÁ ou IALORIXÁ (IÁ, IAIÁ) = mãe de santo.
ZAMBI = Deus supremo na Umbanda. O Criador na Angola, equivalente à Olorun no Ketu.

8 de dezembro de 2012

Amalá


A comida que se oferece ao Orixá é o Amalá e é um grande campo de força. Muita gente pensa que a finalidade de um amalá é dar de comer aos espíritos. Erro grosseiro porque o espírito de luz não tem nenhuma necessidade de comidas humanas, por não terem mais o corpo físico.
O amalá é um ritual que se faz com elementos que vibram na sintonia dos espíritos, que eles usam para criar um campo de força. O amalá reúne a força do médium, do Orixá e dos espíritos que vêm aceitar e se comprometer a executar o trabalho. Muitos pais-de-santo que por um motivo ou outro não possuem terreiro, trabalham com muita eficiência somente através das entregas aos Orixás.
Em momentos de dificuldade, para a cura da saúde, o equilíbrio e a paz familiar, levantar as forças pela energia e muitas outras necessidades, um amalá bem feito e direcionado à entidade certa resolve o problema. Pela quantidade de situações fica difícil enumerá-las nesta oportunidade. Cada objetivo tem que haver um trabalho certo, com a entidade especialista, e tudo isso ainda sob a inspiração de uma intuição.
  •       Todo amalá deve ter um objetivo específico. Não se faz um amalá só por fazer.
  •        O termo comumente usado para a feitura do amalá é “entrega”, o que não está errado considerando que estamos depositando materiais para os espíritos os transformarem em um campo de força.
  •         Deve-se imaginar que durante a construção de uma entrega o amor e carinho daquele que o está construindo, de certa forma transmite sua energia. As vibrações do Orixá ajudam a aumentar a energia do trabalho que será somado com a do espírito que for utilizá-lo.
  •         A intuição deve fazer parte da construção de um amalá. Existem receitas das entregas de cada Orixá ou espírito, mas ele não deve ser somente uma cópia. Alguns elementos que devem ser acrescentados nos amalás, desde que não fuja da vibração do orixá a quem se entrega, vem por intuição.
  •         O médium só se tornará independente, ou seja não vai depender da orientação de um espírito incorporado, quando ele souber manipular os elementos que constroem um campo de força através do amalá. 
  •         Quando estivermos falando sobre os elementos usados na Umbanda, como a fundanga, ponteiras, pembas e outros, vamos descobrir que eles dificilmente devem ser usados em uma entrega. Quem faz uma entrega com materiais que possam agredir a natureza não deixa de ser um baita egoísta que não se importa com a humanidade e o semelhante. O umbandista, pela sua religião que manipula e usa a natureza como para seus trabalhos, é um ecologista em potencial. Qualquer material não biodegradável não deve ser deixado no local da entrega do amalá, exceto as velas que se queimam e derretem. Se isso não for possível, a pessoa tem a obrigação de ir um ou dois dias após levantar toda a entrega feita. Os materiais usados nos amalás são: velas, charutos, cigarros, fumo, caixa de fósforos entreaberta, frutas, comidas e bebidas. Todo esse material são biodegradáveis. O alguidar, que é onde se deposita a comida, segundo algumas correntes, forma uma ligação do amalá com o elemento terra por ser feito de barro. Mas se a entrega for feita no chão, o contato se dá mesma forma, razão porque recomendo que ao invés do alguidar, que se faça um canto bonito com folhas naturais, como folha de bananeira e outras de forma larga, e que se use uma porunga substituindo o alguidar de barro. Deixar ponteira e facas, que não têm nenhum efeito no amalá, choca com a natural energia ecológica do umbandista. Copos de vidro ou copos de plásticos também caem no absurdo e no erro, por não terem nenhuma energia. Para a bebida deve ser usado um coité e o que sobrar na garrafa deve ser jogado em círculo em volta do trabalho. Não vejo necessidade das fitas coloridas, se o trabalho pode ser cercado com raízes de folhagens extraídas do próprio mato.

Amalá para Oxalá
Arroz branco sem sal colocado em tigela de louça branca, coberto com algodão, com um cacho de uva branca por cima de tudo. Regar com mel. Também se faz agrado com uma mesa de frutas, que não podem ter espinhos, farpas ou fiapos. Despeje ao redor do amalá o vinho branco doce.

Amalá para Iemanjá
Manjar do Céu (leite, maizena, leite de coco, açúcar). Despeje ao redor do amalá o champagne branco.

Amalá para Oxum
Canjica branca cozida em água pura sem sal. Despeje ao redor do amalá o champagne branco ou licor sem cor ou azul.

Amalá para Iansã
Milho cozido, debulhado, com mel em cima. Despeje ao redor do amalá o champagne de pêssego.

Amalá para Nanã
Batata doce com mel por cima. Despeje ao redor do amalá o champagne rosé.
Amalá para Xangô
Rabada com polenta, enfeitada com 12 quiabos. Despeje ao redor do amalá a cerveja preta.

Amalá para Ogum
Feijão mulatinho ou mangas espada com casca e abertas. Despeje ao redor do amalá a cerveja.

Amalá para Oxossi
Axoxô (milho com coco em cima), ou pamonha, ou milho cozido e frutas diversas. Despeja-se ao redor do amalá água de coco, ou água mineral ou vinho tinto seco.

Amalá para as Crianças
Frutas, doces e balas. Despeje ao redor do amalá o guaraná.

Amalá para os Pretos Velhos
Feijoada (sem rabo, orelha e pés do porco), com aipim e coco. Despeje ao redor do amalá café preto amargo ou vinho tinto doce.

Amalá para Obaluaê
Pipoca estourada com dendê ou areia da praia, ou feijão preto cozido. Despeje ao redor do amalá um vinho licoroso.

Amalá para Boiadeiros
Abóbora com mel ou feijão tropeiro com carne seca. Despeje ao redor do amalá a cerveja.

Amalá para os Marinheiros
Pode ser o mesmo de Iemanjá ou frutos do mar. Despeje ao redor do amalá o rum ou conhaque.

Amalá para os Baianos
Cocada ou farofa com carne seca. Despeje ao redor do amalá uma batida (de coco, de preferência).
Amalá para os Ciganos e Povo do Oriente
Frutas diversas ou goulash (cozido de carne com legumes). Despeje ao redor do amalá um ponche de frutas ou vinho tinto.
Amalá para Exus e Pombos-giras
Padê de Exu (farinha com azeite de dendê, com pimentas por cima). Despeje ao redor do amalá a cachaça ou whisky (se for Exu) ou licor ou champagne rosé (se for Pombo-gira).

Lembrando que todo Amalá deve ser adornado com os elementos de cada Orixá e Entidade, como: velas de sua cor, cigarros, incenso, flores, etc.
Fonte: Terreiro Pai Maneco e ensinamentos do Pai Jones 


5 de dezembro de 2012

Dar de graça o que de graça recebemos



O bem mais precioso, que é a vida, nos foi concedido gratuitamente assim como a presença de Deus, são bens que não se compram, vende ou troca.

Daí a máxima: “dar de graça o que de graça recebemos”.Por esta máxima se dá a ética, não cobrar um único centavo pelo trabalho espiritual realizado nos Templos, que são a Casa de Deus, em que se reconhece o poder de realização muito além de nosso querer, ego ou vaidade. Gratuitamente está ali a graça divina e o poder de ação de nossos guias e Orixás.

No entanto quem paga o aluguel, luz, água, produtos de limpeza, vela, defumação, bebidas fumo e outros elementos ritualísticos além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um templo?

O dirigente deve pagar tudo a fim de fazer valer sua condição de “beneficiado maior” ou este é seu “Carma”, o de manter e sustentar, sozinho, o trabalho que é realizado por um grupo de médiuns, uma comunidade?

Então os outros médiuns, todos templos vivos de Deus e sacerdotes deste templo individual, que se reúnem no coletivo (terreiro), não tem a mesma responsabilidade que seu dirigente/sacerdote, guardando as proporções a que cada um foi chamado em sua missão?

Para um médium assumir, realmente, este compromisso mediúnico/sacerdotal deve ter na Umbanda, em sua mediunidade e missão espiritual, uma prioridade perante a vida. Não deve haver compromisso que seja que o libere de estar presente de forma consciente de suas responsabilidades, que não se limitam a “vir e vestir o branco”. Além de se mostrar presente e disposto a ajudar deve se informar, também, de como colaborar financeiramente com o templo que o acolheu, tomando conhecimento do valor de uma mensalidade ou do quanto a casa necessita para suas despesas e realizações outras voltadas a comunidade.

Direitos e Deveres, obrigações e responsabilidades, também fazem parte de um trabalho espiritual. Se, de um lado, tudo recebemos do “espírito”, de Deus e suas Divindades e Entidades, por outro vivemos e nos 
movimentamos em um mundo real, no qual estamos em sociedade com suas regras e leis que devem ser observadas, respeitadas e cumpridas.

Quem pretende realizar um trabalho espiritual com os olhos vendados para esta realidade está fadado ao fracasso, pois deve haver um equilíbrio, como um “caminho do meio”, entre espírito e matéria, nem tanto à terra e nem tanto ao céu.

Por Alexandre Cumino



2 de dezembro de 2012

O ritual da Obrigação



A Umbanda é realizadora e transformadora por excelência. É uma religião que nos aproxima do Sagrado e que permite adentrarmos em nós mesmos para assim, de forma mais verdadeira e intensa, nos colocarmos à disposição do próximo, seja ele encarnado ou desencarnado.
Simbolicamente, o médium deve se considerar uma ferramenta usada por Deus (Zambi) em favor do outro, da caridade e da paz, um instrumento que deve e merece ser reenergizado e religado aos seus Orixás e Entidades para que não se perca a qualidade do trabalho manifestado e para que se aproxime cada vez mais deles.
Envolta em toda essa grandiosidade, os rituais mais potentes que reenergiza e religa aos Guias, é o que chamamos de Obrigação.
A Obrigação é um ritual em que todos os médiuns umbandistas, iniciantes ou não, devem fazer durante sua caminhada evolutiva espiritual na nossa religião. Neste contexto, as Obrigações ‘despertam’ as faculdades espirituais e mediúnicas do médium que ainda estão adormecidas, descarrega e prepara o chacra coronário (centro de recepção espiritual Superior) e ainda liga ou religa o médium ao Orixá e Entidades, fazendo com que tenha as Suas vibrações e energias interiorizadas em seu espírito, mente e coração.
Receber uma Obrigação é entrar em contato direto com o poder do Orixá e a força das Entidades, é um momento de grande emoção e que deve estar enredado pela reverência, amor, devoção, lealdade e comprometimento para com os Orixás, a Umbanda e o Plano Espiritual.
É o momento em que o médium se coloca diante do Sagrado como ‘Filho de Orixá’, que abaixa sua cabeça em respeito e em saber à Superioridade Divina.

No nosso Terreiro, fazemos 5 obrigações principais e ainda os reforços, quando necessário. A primeira obrigação é a de Anjo de Guarda ou Oxalá, marcando o início da caminhada e a escolha da pessoa em ser médium de Umbanda. A segunda obrigação é o Cruzamento ou Confirmação, onde o médium – estando um pouco mais desenvolvido – vai confirmar 3 Entidades que recebe e também seu Pai e Mãe de Cabeça. O cruzamento ou confirmação compreende uma demonstração de que o médium alcançou um nível aceitável em seu desenvolvimento, pois a entidade já possui total domínio sobre seus pontos de força (chacras), importantíssimos para um bom trabalho espiritual (não confundir com o médium ser ou não consciente). Assim, o que o ritual representa é que depois de cruzado o médium passa a ter maior responsabilidade, pois está apto a servir de instrumento em consultas com suas entidades. Poderá também participar de trabalhos mais pesados (desmanches, desobsessões, demandas, entre outros) e ajudar no desenvolvimento de médiuns mais novos na casa. Para comprovar isso, no dia do cruzamento, as entidades daquele médium têm de incorporar e confirmar seu nome (normalmente elas já o fizeram antes da cerimônia). Depois revelam a falange em que trabalham, riscam seu ponto e traduzem sua representação, e passam também seu ponto cantado de raiz. Tudo acontece, diante do mentor da casa, que confirma (ou não) o que foi declarado. Depois disso, sob um cântico apropriado para a ocasião, o mentor da casa, num ato simbólico, coloca uma coroa preparada com vegetais na cabeça do médium incorporado e todos os presentes saúdam a entidade mentora.

A terceira obrigação é a de 7 Linhas, tendo o mesmo intuito que a anterior, só que confirma 7 Entidades (quando o médium chega a 7 Linhas considera-se um médium já desenvolvido). A quarta obrigação é a de Pai ou Mãe Pequeno, preparando-se para se tornar um Sacerdote de Umbanda. A quinta obrigação é a de Pai ou Mãe de Santo, onde o médium se consagra dirigente de Umbanda. À partir daí vem as confirmações anuais, onde o dirigente reitera seu compromisso sacerdotal e também renova suas forças espirituais.

Nas obrigações o médium recebe em sua coroa os elementos que o ligarão às suas Entidades e Orixás: ervas e bebidas. E oferece o amalá a Eles. Depois deste ritual de consagração de coroa, o médium deita-se sobre a esteira de palha aos pés de seu Pai Espiritual, em recolhimento, numa junção de fé, sagrado e pertencimento.

À partir da Obrigação, o médium não está mais sozinho. Agora ele “pertence” ao Orixá e Entidades, aos Poderes Realizadores que, em forma de Divindade, os acolherão em todos os momentos.
É um ritual fundamental para uma verdadeira e segura caminhada espiritual dentro dos fundamentos da Umbanda. É um cerimonial lindo e divino que, quando bem orientado e bem realizado, o médium perceberá as mudanças que acontecerão em sua vida espiritual, consequentemente, em toda sua vida.


30 de novembro de 2012

A lenda de São Nicolau como Papai Noel



Hoje a postagem pode parecer inútil e que não tem a ver com a Umbanda, porém entendam que a figura de Papai Noel (São Nicolau) é a personificação da caridade e da magia.

São Nicolau de Mira (também conhecido como São Nicolau de Bari) é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos.

É aceite que São Nicolau, bispo de Mira, seja proveniente de Petara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 342.

Sob o império de Diocleciano, Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Jesus Cristo. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição, desta vez da própria Igreja. Diante de um debate com outros líderes eclesiásticos, Nicolau levanta-se e esbofeteia um de seus antagonistas. Isso o impede de permanecer como um líder da Igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxílio a crianças e outros necessitados.

A ele foram atribuídos vários milagres, sendo daí proveniente sua popularidade em toda a Europa e sua designação como protetor dos marinheiros e comerciantes, santo casamenteiro e, principalmente, amigo das crianças. De São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, temos um grande número de relatos e histórias, mas é difícil distinguir as autênticas das abundantes lendas que germinaram sobre este santo muito popular, cuja imagem foi tardiamente relacionada e transformada no ícone do Natal, Pai Natal (Papai Noel no Brasil) um velhinho corado de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes.
É tido como acolhedor dos pobres e principalmente das crianças carentes, o primeiro santo da igreja católica a se preocupar com a educação e a moral tanto das crianças como de suas mães.

A Igreja Ortodoxa lhe honra com a celebração litúrgica do último domingo do ano no calendário juliano. Os ritos copta e bizantino lhe dedicam grande relevo e a celebração de sua vida pastoral tem grande destaque. O calendário romano celebra o seu dia como sendo a 6 de dezembro.

Sua devoção difundiu-se na Europa quando as suas relíquias, roubadas de Mira por 62 soldados de Bari e trazidas a salvo subtraindo-as aos invasores turcos, foram colocadas com grandes honras na catedral de Bari a 9 de maio de 1807. As relíquias eram precedidas pela fama do suposto taumaturgo e pelas coloridas lendas que cercavam sua figura.

É contado que teria conseguido converter hereges que, querendo saquear a sua igreja, lá encontrando hóstias consagradas, e, ao tocá-las, elas viraram pão. A mais famosa destas lendas conta que uma família muito pobre não tinha como custear o "dote" para casar as suas filhas. O bispo Nicolau, à noite, jogou um saco de moedas de ouro e prata para ajudar a pagar o referido dote.

A São Nicolau é atribuído o dom de ressuscitar crianças em sua região (Mira), hoje a localidade de Demre na Turquia. Muitas são as histórias sobre supostas aparições suas; a mais famosa foi no Natal de 1583, na Espanha, quando, atendendo as orações de algumas senhoras, teria auxiliado para que nenhum pobre deixasse de receber o seu pão bento. Os pobres, ao serem perguntados sobre quem lhes teria dado alimento em meio a um "tão pesado inverno", estes teriam dito que foram socorridos por "um senhor de feições muito serenas e mãos firmes".

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

São estas lendas religiosas e a sua iconização como Papai Noel que fazem Nicolau de Mira ser muito conhecido, mas são também a razão de não termos uma visão clara sobre a vida do mesmo. 

Fonte: Umbanda de Jesus

24 de novembro de 2012

Assentamento e firmeza



Uma das maiores dificuldades para os médiuns umbandistas encontra-se no campo dos assentamentos de forças e de poderes que lhes darão a sustentação, a defesa e o amparo em seus trabalhos ou em suas sessões espirituais.
O assunto é complexo e sua abordagem é delicada porque, tal como no campo das oferendas, algumas coisas mudam de pessoa para pessoa e o que é certo e necessário para uma não é para outra força (ou outro poder).
Comecemos por definir o que é força e poder:
• Usamos a palavra força para o que é espiritual ou provém do espírito. Força é algo transitório, instável e em permanente evolução, às vezes mostrando-se em seu estado potencial e outras mostrando-se em atividade, sempre dependendo da existência do poder para ser colocado em movimento e beneficiar-nos.
• Usamos a palavra poder para o que é divino ou provém da divindade. Poder é algo permanente, estável e realiza-se por si só na vida de seus beneficiários, não dependendo de nada além de Deus para influir sobre tudo e todos em seu campo ou faixa de atuação.
O que é espiritual não é divino e vice-versa. Logo, é necessário que usemos as palavras que diferenciem e classifiquem corretamente as entidades que formam o lado invisível da criação e que estão dando sustentação à Umbanda.
Há diferença entre poder e força e entre divindade e espírito. A divindade é o poder, o espírito é a força! A divindade realiza-se por si na vida dos seres porque é em si a ação, enquanto o espírito só pode e consegue agir sobre os seres se a divindade lhe conceder poderes para tanto.
Tomemos como exemplo o Orixá Ogum e os Caboclos de Ogum, para que não fiquem dúvidas quanto às diferenças que existem entre poder e força.
Ogum é Orixá ordenador da criação e modelador do caráter e da moral dos seres, visto que ele é o poder em si manifestado por Deus para atuar sobre tudo e todos ao mesmo tempo, sem que nunca perca seu poder se atuação; nunca se enfraqueça; nunca deixe de ser onipotente, onisciente e oniquerente. Ogum é o poder de Deus em ação permanente, imutável e intransferível; o que Ogum faz só Ogum pode e consegue fazer. Ele independe de algo mais de Deus para ser o que é ou como é, e nada posterior ou inferior a ele influencia-o ou altera esse seu estado de ser e de poder. Ele modela o caráter e a moral dos seres. Independentemente de sua vontade, sua influência se faz sentir na própria consciência de todos os transgressores das leis divinas e humanas, não importando se conhecem ou não Ogum, pois Ogum é um dos nomes humanos já dados a esse poder, que já recebeu outros nomes e no futuro receberá outros. Tenha o nome que lhe for dado, ainda assim ele continuará a ser o que é: o poder modelador do caráter e da moral dos seres e o ordenador divino dos procedimentos. O poder de Ogum é inalterável, estável, permanente e independe de um nome para atuar sobre tudo e todos em sua faixa ou campo de atuação na criação. Isso é o poder!
Quanto à força, pegamos como exemplo para defini-la os Caboclos de Ogum, para que fique bem claro o seu significado. Um Caboclo de Ogum é um espírito em constante evolução consciencial e, a partir dessa sua evolução, novos campos ou faixas de atuação vão lhe sendo abertas pelo Orixá ou poder Ogum. Quanto mais o Caboclo de Ogum evolui e se aperfeiçoa consciencialmente, maior é o seu campo de ação e maior é seu poder de atuação sobre outros seres espirituais, aos quais ampara, direciona e modela no caráter e na moral. Enquanto Ogum atua de dentro para fora dos seres, o Caboclo de Ogum atua de fora para dentro.
O poder realiza-se por si só. A força só se realiza por intermédio de algo ou de alguém. O poder tem atuação permanente e atua “por dentro” das coisas ou dos seres. A força tem atuação limitada no tempo e atua “por fora” das coisas ou dos seres.
O poder regula a natureza, seja a de um ser ou do meio em que ele vive, proporcionando-lhes estabilidade e equilíbrio interior. A força altera essas naturezas, proporcionando-lhes alterações e reequilíbrios ou adaptações exteriores.
O poder modela as coisas (natureza, seres, espécies inferiores, etc.) de dentro para fora, dando-lhes um estado específico que é permanente, diferenciando umas das outras e qualificando-as. A força entra em ação quando as alterações exteriores começam a descaracterizar as coisas, desqualificando-as ou desequilibrando-as. Por isso, Ogum (o poder) tem nos espíritos graduados como instrumentos da lei suas forças, que são colocadas em ação sempre que as atuações de dentro para fora já não são suficientes para manter o equilíbrio.
É neste ponto, nesta necessidade da atuação de fora para dentro, que os espíritos (a força) adquirem importância e tornam-se indispensáveis para a manutenção do equilíbrio entre o lado interior e o lado exterior dos seres e da própria criação como um todo. Como o lado divino da criação atua de dentro para fora e os Orixás vivem no seu lado divino, foi preciso a criação de algo que permitisse a exteriorização desse poder e sua colocação em ação a partir do próprio meio em que os seres vivem.
Desta necessidade surgiram os santuários naturais, os templos, os altares, os assentamentos, as firmezas, as oferendas, as imagens, os instrumentos mágicos, etc.
Não se trata de animismo, de paganismo, de idolatria, de fetichismo, etc., mas de formas de exteriorização do poder para que melhor ele possa nos auxiliar e nos beneficiar “dentro” do próprio meio em que vivemos.
Como o assunto é assentamento de poderes e de forças pelos médiuns e dirigentes espirituais umbandistas, cremos que está justificado o ato de assentarem os Orixás e Guias espirituais para que melhor possam ajudar as pessoas necessitadas desse auxílio adicional que Deus nos franqueou e colocou à nossa disposição.
Um assentamento é um local especial porque nele há um portal tridimensional que interage de forma permanente entre as três dimensões ou lados da vida: o lado divino, o natural e o espiritual. Estas três dimensões ou lados da vida já interagem de forma permanente nos santuários naturais consagrados aos poderes e às forças e neles podemos entrar e trabalhar em nosso benefício ou no dos nossos semelhantes.
Mas em nossa casa ou em nosso Centro, aí se faz necessário o auxílio dos assentamentos para que os três lados possam interagir e realizar ações corretas em benefício dos necessitados, sem que estes tenham de ir continuamente até a natureza. Assentam-se forças divinas, naturais e espirituais.
Estes assentamentos são importantes porque são em si portais multidimensionais e interagem com realidades de vida ainda desconhecidas por nós, os espíritos encarnados.
Mas uma das maiores dificuldades dos médiuns e dirigentes umbandistas reside nesse campo porque há um grande desconhecimento sobre assentamentos e firmezas dos poderes e forças que sustentam e se manifestam por intermédio da religião e da mediunidade dos seus praticantes.
Um assentamento é algo abrangente e envolve todo um poder.
Uma firmeza é algo mais limitado e concentra-se em uma entidade, seja ela divina, natural ou espiritual.
Firma-se um Orixá, um ser da natureza ou um espírito! Agora, um assentamento é algo tão abrangente que ele por si só é realizador e é capaz de dar sustentação a todas as ações realizadas dentro do campo abrangido por ele: o Centro de Umbanda.

O que é um assentamento:
Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos, com a finalidade de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.
Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a várias. Mas, em geral, faz-se um para cada força ou poder que se deseja assentar.

Por que se assenta uma força ou poder:
As forças vivem no plano espiritual e os poderes vivem no plano divino da criação e, a partir deles, nos enviam suas vibrações, auxiliando os trabalhos espirituais que são realizados nos Centros de Umbanda. Este auxílio é natural porque se processa religiosamente. Mas, como em um trabalho espiritual vem pessoas com poderosas cargas negativas, é preciso que exista no plano material pontos de descarga que possam absorvê-las e enviá-las de volta às faixas vibratórias negativas. Esta é uma das funções de um assentamento de força e de poderes.
A entidade assentada (Orixá ou Guia Espiritual) tem no assentamento elementos com poderes mágicos, os quais utiliza ativando-os segundo as necessidades do Centro, do trabalho espiritual e dos médiuns.
Em regra, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras forças ou de outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações.
Se é o assentamento de um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado dele, porque cada um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos dentro de um mesmo ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o recomendado é que, caso alguém queira assentar dois ou mais Guias ou Orixás, então deve reservar um ambiente para cada um, separando-os e isolando-os para que suas vibrações, irradiações, ações e atuações não se misturem e não se confundam. Por isso existem os assentamentos e as firmezas.
Os assentamentos criam vórtices ou pontos de forças, enquanto as firmezas de outros guias e Orixás dotam-no de um maior poder de realização. Este aumento de poder de realização deve-se ao fato de que os Guias e os Orixás firmados ao redor do assentamento central emprestam-lhe suas forças e poderes e abrem-lhe seus campos de ações e atuações, aumentando o leque de opções ao Guia ou ao Orixá assentado, que lhe repassará atribuições às quais exercerão com desenvoltura, porque terão no assentamento um poderoso ponto de descarga, de proteção e de auxílio nas suas ações mais profundas.
Normalmente se assentam o guia-chefe e o Orixá regente da coroa do dirigente espiritual, assim como ao seu Exu e/ou sua Pomba-gira guardiã.
O que é uma Firmeza:
Firmar um guia espiritual ou um Orixá significa proporcionar-lhe condições mínimas para que tenha um ponto fixo onde receba os pedidos de auxílio, de oferendas, etc.
A firmeza de uma força ou de um poder pode ser feita ao redor de um assentamento ou independente dele. A firmeza assemelha-se a um assentamento, mas tem menos recursos ou poderes de realização, pois é uma simplificação dele e destina-se a facilitar a atuação das entidades.
Um assentamento cria um vórtice e um campo eletromagnético que interagem com outras dimensões da vida de forma permanente, sendo em si um ponto de força localizado nas dependências do terreiro. Enquanto que uma firmeza cria um ponto de sustentação para as ações da entidade firmada, dando-lhe um pouco mais de segurança para que possa resistir às reações das suas atuações em benefício das pessoas necessitadas do seu auxílio.
Um assentamento assemelha-se a uma fortaleza que abriga um exército completo, com todas as suas divisões.
Uma firmeza assemelha-se à instalação avançada de uma divisão.
No assentamento estão todas as divisões, na firmeza está somente uma (a da entidade firmada). Um assentamento é algo definitivo, uma firmeza pode ser transitória. Um assentamento deve ser iluminado de forma permanente e deve ser alimentado periodicamente com elementos predeterminados. Uma firmeza pode ser iluminada periodicamente e pode ser realimentada de vez em quando. Um assentamento deve ter um dia definido na semana para ser iluminado e realimentado; já uma firmeza, deve ser iluminada e realimentada sempre que o seu zelador fizer um novo pedido de auxilio à entidade firmada.
Assentamento e firmeza são similares e a segunda é uma simplificação do primeiro, mas tem as mesmas funções: proteger, sustentar e amparar algo ou alguém. 
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
Qualquer assentamento deve respeitar aquilo que a Entidade ou Orixá usa ou gosta, isto é, ferramentas que o Orixá utilizará para determinado fim e para Axé ao filho.
Para o pleno sucesso do assentamento devemos manipular os 4 elementos principais: água (bebida do Orixá), ar (incenso), terra (onde o assentamento é colocado) e fogo (vela). Além dos 4 elementos, também tem o reino mineral, representado pelas pedras de cada Orixá.