Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

31 de maio de 2012

Ação e Reação


PRETO VELHO – Meu filho, você tem que evoluir, tudo evolui.
MÉDIUM – O que tenho que fazer, meu Pai?

PRETO VELHO – Se desfaça de todos os bens materiais que você tem. Dê uma parte para os pobres e necessitados e a outra para sua mulher e filhos.
MÉDIUM – De tudo?

PRETO VELHO – Sim. E também de sua mulher e filhos. Vamos sair pelo mundo ajudando aqueles que necessitam. Andaremos de cidade em cidade, de lugar em lugar. Quando tiver fome, eu providenciarei comida; quando tiver sono, eu providenciarei lugar seco e seguro para descansar; quando tiver frio, eu providenciarei agasalho e roupas…
MÉDIUM - Não sei se posso. O senhor está pedindo muito de mim.

PRETO VELHO – Mas você não quer evoluir, chegar numa consciência maior?
MÉDIUM - Eu quero evoluir, mas tenho que perder tudo o que tenho. Largar minha família, meus amigos… Não sei se posso fazer isso para evoluir. Prefiro ficar como estou e buscar uma outra forma de evoluir. O senhor mesmo não disse que existem muitas formas de evoluir, porque só me deu esta escolha?

PRETO VELHO – Quando você disse que era necessário retirar as imagens do meu Congá que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário retirar os atabaques, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário parar com as oferendas para os Orixás, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que não era preciso utilizar as guias, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário que os Guias de nossa casa parassem de beber e fumar, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Você procurou outras formas e outros meios na procura de uma consciência maior. Introduziu várias formas e meios diferentes dos que eu lhe ensinei, pois você começou a achá-los atrasados, primitivos. No entanto, eu pedi a você apenas uma coisa, e você diz que é incapaz. Você mudou tudo o que achou necessário, mas não soube mudar por dentro. Evolução não se faz mudando formas, fundamentos, ritos, meios… Evolução se faz de dentro para fora. Não importa o nosso modo de operar nossa magia, mas sim o que ela representa; sua essência e importância na vida dos que nos procuram; a doutrina e a responsabilidade de nossos rituais; nossos fundamentos; o respeito pelo que é nosso. Você mudou procurando o novo, mas apenas buscou novas formas de fazer velhas coisas. Coisas que você achava que eram primitivas e que não fariam você evoluir. Você hoje se baseia em outros para mostrar sua evolução e consciência: se eles mudam lá, você também muda aqui; se eles fazem lá, você faz aqui. Você fugiu das velhas formas, mas apenas buscou o moderno para fazer o velho. Você já está velho. Em breve irá partir e eu não mais o usarei como cavalo. Tenho, agora, nova missão com outro médium. Nele a tradição será mantida e o novo se fundirá com o velho em busca da essência e não da forma.
MÉDIUM – O Senhor nunca me recriminou. Nunca disse que não.

PRETO VELHO - Se eu dissesse que não, você ficaria frustrado. Faria as coisas por fazer, sem o respeito ou os fundamentos necessários. Então eu deixei que você fizesse o que achava que era correto, pois você o faria com gosto. Na verdade, você nunca perguntou o que eu achava de tudo isso. Mas mesmo em desacordo, reconheço que você ajudou muitas pessoas.
MÉDIUM – Porque o Senhor só está me dizendo isto agora? Depois de tanto tempo trabalhando comigo…

PRETO VELHO – Você mudou tanto… Tanto que nem o reconheço mais… Só que agora você está velho. Já está indo embora. Então vim para pedir uma última caminhada juntos, para que você encontrasse sua essência e tivesse a oportunidade de alcançar o que você buscou todos esses anos: evoluir, alcançar uma consciência com Deus.
MÉDIUM - Então todo esse tempo… Todas essas mudanças que fiz… Foram em vão?

PRETO VELHO - Não. Muitos que aqui estiveram e saíram para construir suas casas e nelas buscaram a essência daquilo que você ensinou, e que não mudaram por mudar, seguindo um caminho próprio, conseguiram encontrar uma consciência com Deus e uma evolução de dentro para fora. Você, mesmo sem saber, os ajudou.
MÉDIUM - Mas eu expulsei muitos médiuns por não quererem seguir com minha linha de trabalho.
PRETO VELHO – Eles souberam tirar o melhor de seus ensinamentos e dos meus. Eles abriram suas casas e hoje fazem Umbanda de várias formas.
MÉDIUM - Então…

PRETO VELHO - Sim. Aqueles que você dizia que ficaram no caminho; aqueles que não ficaram mudando constantemente, mas souberam degustar cada momento e perpetuar a tradição, os costumes, os fundamentos, os ritos… Eles mudaram a forma de ver o mundo e sua relação com ele. Buscaram a modernidade nas relações com os médiuns, no entendimento dos novos problemas, essa modernidade viciosa do ser humano. Utilizaram a modernidade e o novo para levar a doutrina, os ensinamentos, a palavra e o auxílio aos que necessitavam, mas souberam dar continuidade à nossa cultura e nossa forma, alcançando a essência naturalmente, gradativa. Mesmo o novo precisa de tradição para virar doutrina e buscar em sua própria forma e essência. Agora é hora de seguirmos juntos.
MÉDIUM - Mas eu não sei se posso largar tudo… Eu disse ao Senhor que não podia largar tudo o que construí, minha família, mulher, filhos, amigos…

PRETO VELHO – Olhe para baixo… O que você está vendo?
MÉDIUM – Minha família. Minha mulher, meus filhos, meus amigos… Estão à minha volta. E com lágrimas se despedem… Para onde vamos, meu Velho?

PRETO VELHO - Encontrar o seu cavalo e o Terreiro onde você irá trabalhar dando auxílio aos necessitados; conforto aos desesperados; curando os enfermos; agasalhando o frio das almas com palavras de calor e esperança; dando de beber a sede de muitas almas em busca de luz… Agora você é um de nós.
MÉDIUM - É engraçado, meu Velho. Eu busquei tanto o novo tentando alcançar a evolução que evoluí com a missão da tradição e de perpetuar o que não soube dar o devido valor. O Senhor ficará comigo?

PRETO VELHO - Sim, e lhe darei meu nome e minha força. Te ensinarei tudo o que será necessário. O resto será entre você e seu médium. Ele é novo e muito parecido com você.
MÉDIUM – E como devo agir com ele? Também sofrerei como o Senhor sofreu comigo?

PRETO VELHO - Eu não sofri com você.
MÉDIUM - Mas o Senhor disse…
PRETO VELHO - Eu não disse que sofri. Estava preparando você para tudo isso. Às vezes só se dá o real valor a algo quando ele escorre de nossas mãos. Você vivenciou a tradição, os costumes e os novos meios, as novas formas. Adquiriu experiências diferentes. Segure minha mão…
MÉDIUM - Estou mudando…

NO TERREIRO - “Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Os meus Pretos Velhos batem tambor… As minhas Almas batem tambor… Para todo povo, batem tambor… Lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor…”.
PRETO VELHO - É aquele médium…

* O novo PRETO VELHO incorpora e um novo ciclo se inicia…

Autor desconhecido

27 de maio de 2012

Não coloque a culpa no obsessor


Na grande maioria das vezes, é comum uma pessoa se motivar em buscar sua espiritualidade porque experimenta um período de calamidades emocionais, crises financeiras e existenciais. As portas do mundo parecem fechadas para ela, e realmente é possível que estejam mesmo. São momentos em que tudo dá errado, mas muito errado mesmo, a ponto de todos ao redor sentirem pena. Nesse instante não dá realmente para ignorar que tem algo estranho acontecendo. Além disso, muitas vezes o indivíduo adoece, sendo acometido por dores fortes e outras complicações físicas. Literalmente, o mundo caiu.
O que está acontecendo?
Na verdade, o mundo caiu mesmo porque foi construído ao longo da vida sem alicerce firme, e agora a pessoa está colhendo o que plantou.
Nesses momentos, a pessoa recorre a tudo que ela já tenha ouvido falar, procurando ajuda para renascer e sair dessa lama que sua vida se tornou. No desespero, inicia uma caminhada louca em busca de amenizar a dor e o sofrimento, muitas vezes sem medir as consequências. É comum a procura por milagres, milagreiros, gurus.
Não estou aqui desvalorizando a figura de tantas pessoas que existem nesse mundo, que estão ensinando, ajudando, se portando como verdadeiros mestres, que ajudam as pessoas a se entenderem em seus aprendizados. No Brasil e no mundo, existem milhares de seres bem intencionados, preparados, dedicados e verdadeiramente especiais, pois sem eles a situação do Planeta seria ainda pior.
Refiro-me ao fato de que quando a pessoa mergulha em um desespero, ela cria a tendência sempre de colocar a culpa no outro. Então, naturalmente ela também vai achar que a solução de seus problemas está com alguém externo e esse comportamento é condizente com quem está fora do eixo.
Nessa busca por amenizar a dor, é comum as pessoas buscarem igrejas, templos, religiões e filosofias que atribuem a causa de tanta desgraça, crises e problemas à presença de seres desencarnados chamados de obsessores ou encostos.
É claro que a influência produzida por espíritos desencarnados e desequilibrados é nociva! Porém, quero evidenciar que a culpa não é do encosto, do obsessor, do demônio ou sei lá de quem. A pessoa, por seu comportamento, seu padrão emocional e mental, a sua conduta de vida, moral, ética é que repele ou atrai tais influências.
Considero que a ajuda às pessoas que sofrem esse tipo de influência seja necessária e que as energias intrusas precisam ser removidas para que a pessoa viva feliz, mesmo porque, muitas vezes, sem ajuda externa ela não consegue se libertar sozinha. Só que atribuir toda a culpa de um fracasso atual para um “coitado” de um obsessor, puxa vida, aí é injustiça!
Pergunte-se em primeiro lugar: O que eu fiz para atrair esse tipo de influência? Por que eu estabeleci essa afinidade? Onde eu errei? O que preciso mudar para isso não acontecer mais?
Bingo!!! É disso que estamos falando! A ajuda externa é importante sim, mas não vai adiantar nada se você não mudar a sua maneira antiga de pensar, e isso dá trabalho, requer empenho e dedicação.
Quantas pessoas se dizem obsidiadas, vão às suas igrejas fazer descarregos, limpezas, purificações, desobsessões, no entanto depois que voltam para casa, brigam com seus cônjuges, cultivam mágoa, ódio, consomem álcool, cigarros, etc e não mudam nada em seus comportamentos. E daí, o que será que acontece depois?
Não demora nada e a influência espiritual se forma outra vez. Isso tudo sabe por quê?
Porque a única diferença que existe entre uma pessoa e seu obsessor é que um está vivo e outro não, só isso. Estão sintonizados pelo padrão de pensamentos, pelos vícios compatíveis, emoções densas, etc. Desobsessão simples, sem grandes doses de consciência, dificulta a evolução de qualquer ser.
Quando a pessoa se purifica e se eleva, a afinidade com esses seres se desfaz. Com o padrão psíquico melhorando, passamos a atrair seres espirituais com intenções muito mais elevadas, se configurando nesse caso como uma bênção e não uma influência negativa.
Bruno J. Gimenes

25 de maio de 2012

O amor pela Umbanda ou pelo Candomblé


O que atrai as pessoas a participarem da Umbanda ou do Candomblé, o que nos faz amar tanto a nossa religião?
Seja pela dor, pelo amor ou simplesmente pela curiosidade, cada um de nós tem um motivo para fazer parte de uma dessas religiões.
O Orixá e as Entidades nos ensinam fatores importantíssimos que devemos aplicar no dia-a-dia.  Amor, garra, determinação, sabedoria, astúcia, inteligência, sagacidade, justiça, honra, entre outros, são elementos contidos em cada Orixá, em cada Guia. É isso que aprendemos, é isso que eles nos ensinam. Existem pessoas que serão eternos consulentes, ou assistentes (como queiram), que possuem a fé, porém não desejam ter um compromisso maior com a espiritualidade.
Existem aqueles que são escolhidos para seguir o caminho sacerdotal, levados a nossas religiões por amor, por curiosidade ou por fatores espirituais e físicos. Como se diz, muitos são os chamados e poucos são os escolhidos. E a forma como o individuo é estimulado a ingressar na espiritualidade é diferente, de ser para ser, de indivíduo para individuo.
O importante é que cada um, à sua maneira, está e estará realizando a missão com a qual veio para este mundo. Seja à frente de uma casa, seja tocando um atabaque, acendendo uma vela, ajudando o próximo ou procurando a fé como ponto de equilíbrio sem compromissos maiores. Cada um da sua forma está praticando a fé religiosa.
E, claro, isso está sempre recheado com provações diárias, pois como é dito, “nada cai do céu”. O fato de procurarmos um guia, um jogo de búzios, uma consulta, fazermos trabalhos, acendermos uma vela não quer dizer que nossos desejos virão ou serão realizados em um passe de mágica. Não. Tudo na vida vem a partir do esforço. A fé, os Orixás, as Entidades e os Guias existem, mas todos são orientadores, protetores e executores de tudo o que pedimos. Só que isso se realiza somente quando unidos à nossas orações colocamos a nossa garra e a nossa determinação. É isso que eles nos ensinam, nos mostram que não devemos desistir jamais, nos mostram que devemos lutar, persistir, insistir sem nos darmos por derrotados.
É este ensinamento que vem através das lendas dos Orixás, das Histórias das Entidades, dos conselhos de um Preto-Velho, por exemplo, um jogo de búzios, que nos faz amar, cada vez mais, a nossa Umbanda ou o Candomblé. O Candomblé e a Umbanda são religiões totalmente ligadas à mente humana, lidando 24 horas com o equilíbrio mental e espiritual. O incentivo constante ao ser humano, a estimulação ao raciocinar e à fé racional. São religiões que nos fazem sentirmos fortes e capazes.
Se você se sentir triste, lembre-se disso: cada um de nós tem uma missão, nada acontece por acaso, nada é sem motivo, tudo tem um porquê e, dentro da religião, sempre terá um ponto de equilíbrio, seja através de uma orientação de um Caboclo, do búzio no Candomblé ou a Sabedoria de um Preto-Velho. A fé está contigo todos os dias e ela mostra sua presença sempre, basta olhar para o lado.
Fonte: Samir Castro




19 de maio de 2012

Preciso descarregar e recompor minha energia

Então vai tomar banho de mar…
O banho de mar é muitas vezes mais potente que o banho de sal grosso. Isso porque a água do mar possui elementos que o banho de sal grosso não possui (vitalizantes); além disso, temos o sol, que derrama suas energias depois que a pessoa se banha na praia.
O mar é conhecido pelos irmãos da Umbanda como “Kalunga Grande”, que significa grande cemitério, que descarrega e absorve as energias negativas que estão impregnadas na aura dos seus frequentadores.
Diferente do banho de sal grosso, que descarrega energias positivas e negativas, o banho de mar limpa nossa aura e a imanta de energias positivas. É um santo remédio.
O mar é regido por um Orixá, que se chama Iemanjá e que é representado pela figura de Nossa Senhora de braços abertos. Essa figura representa a natureza passiva dessa “energia”, que recebe a todos de braços abertos, absorvendo com todo amor e carinho as energias negativas e doando, através do seu coração iluminado de luz, as poderosas energias que vem do alto.
Sim, ali existe vida em diversos planos. Desde dos pequenos elementais até os Devas. Os primeiros são os trabalhadores responsáveis por manter “viva” a vida marinha e os segundos são anjos que transformam as potentes energias que vêm do alto para benefício dos vegetais, animais e dos homens.
Podemos encontrar referência às poderosas energias do Mar no livro “Entre o Céu e a Terra”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz, no capítulo 5 – Valiosos Apontamentos:
“- O oceano é miraculoso reservatório de forças – elucidou Clarêncio, de maneira expressiva -; até aqui, muitos companheiros de nosso plano trazem os irmãos doentes, ainda ligados ao corpo da Terra, de modo a receberem refazimento e repouso”.
No livro “Faz parte do Meu Show”, de Robson Pinheiro, encontramos várias referências do benefício que os recém-desencarnados recebem ao se aproximar das praias.
No livro “Voltei”, também escrito por Francisco Cândido Xavier, a equipe responsável pelo trabalho de ajuda aos recém-desencarnados faz os primeiros atendimentos na praia.
Antes de entrar no mar peça licença (mentalmente) à Iemanjá, e ao banhar-se nas águas, mentalize as impurezas, as coisas ruins sendo lavadas - e levadas - pela água salgada.
Axé!
Fonte: adaptado de Caboclo Ubirajara

14 de maio de 2012

Povo Cigano

Dia 24 de maio é o dia de Santa Sarah de Kali, a santa padroeira do povo cigano. Por este motivo, na Umbanda, este é o dia em que se homenageia os Ciganos e toda a Linha do Oriente.
Para muitos médiuns e leigos, quando se fala no Povo Cigano estes confundem com os Exus e Pombo-giras. Mas o Povo Cigano da Linha do Oriente não tem nada a ver com Exu e Pombo-gira, eles trabalham na linha da direita, como se diz.
Muitos Centros de Umbanda não trabalham com a Linha do Oriente e muito menos com o Povo Cigano; sendo assim, muitos médiuns não sabem que têm um cigano ou cigana para trabalhar. E são entidades maravilhosas que incorporam em seus médiuns para fazer a caridade para as pessoas, sendo exímios "doutores do espaço", tendo muita sabedoria e atuam muito com a magia mística - sempre para o bem.
Fazem parte da corrente dos Ciganos: Cigano Pablo, Cigano Wladimir, Cigano Yuri, Cigana Carmen, Cigana Carmencita, Cigana Salamandra, Cigana Esmeralda, Cigana Sarita, Cigana Elenita, entre tantos outros.

Um pouco de história sobre a Santa Sarah de Kali e Cigana Sarita (esta com a qual trabalho):

Santa Sarah de Kali
Sarah era da família de Jesus Cristo e quando Ele foi crucificado e depois ressuscitou, o Imperador Romano ordenou a perseguição aos seguidores de Cristo e à sua família. Assim, a família de Cristo, junto com os cristãos, fugiram de Jerusalém - uns foram para a Ásia e outros para a Europa.
Sarah e seus parentes fugiram em direção à Europa, pegando um barco para chegar na Costa da França. Acontece que durante a travessia do mar, foram atingidos por uma tempestade muito forte, com ventania enorme, quebrando o mastro das velas. Ficaram dias à deriva no mar revolto, havia terminado a comida e a água. Sarah ajoelhou-se no barco rezando para Jesus, pediu para protegê-los para que chegassem à salvo na Costa, pois havia muitas crianças na embarcação. Prometeu que se o pedido fosse cumprido, nunca mais mostraria seus cabelos, usaria para sempre um lenço na cabeça. Seu pedido foi atendido, chegando sãos e salvos na França. Lá encontraram apoio e refúgio em um grupo de nômades - ciganos - onde passaram a fazer parte. Devido à sua fé e ao fato dos ciganos ficarem sabendo que sua oração e devoção salvou as pessoas daquele barco, quando ela faleceu passou a ser considerada Santa, tendo romaria em seu túmulo. Por causa da cor de sua pele - bem morena - os ciganos a chamavam de Kali (que significa morena no dialeto deles) - tornando-se, então, a Santa Sarah de Kali.

Cigana Sarita
A Cigana Sarita nasceu e criou-se em uma família de ciganos, na região noroeste da Espanha. Tinha os cabelos e os olhos negros. Sua infância foi muito feliz e, logo no início da adolescência, seus dotes mediúnicos e intuitivos começaram a se manifestar. Como de costume, começou a atender as pessoas, lendo a mão e o tarot. Logo tornou-se famosa por seus dotes, sendo procurada por muitas pessoas para atendimento. Como é hábito dos ciganos cobrar por suas consultas (ao que eles chamam de "troca de faca"), mesmo ainda jovem, a Cigana Sarita ganhava muito dinheiro e ouro, passando a sustentar todo o seu grupo. Aos 18 anos foi eleita a dirigente de seu grupo cigano. O poder e a riqueza a fascinaram, tornando-se autoritária e cobrando cada vez mais caro por seus atendimentos. Nesta época, os ciganos eram muito perseguidos pela Igreja Católica e pelas autoridades - por este motivo tinham que se mudar constantemente, trocando sempre o acampamento de local. Certo dia, Sarita adoeceu, tendo febre muito alta. Sua febre persistiu por muitos dias e, quando a febre baixou, sua capacidade intuitiva e mediúnica havia diminuído drasticamente. Contudo, Sarita não contou a ninguém e continuou a atender as pessoas, e quando não conseguia ler a mão, inventava. E cada vez cobrava mais caro. Por se sentir poderosa, não quis mais que seu acampamento mudasse de lugar, passando a enfrentar e lutar contra os perseguidores. E foi assim que, numa emboscada, Sarita faleceu.
Como tinha se tornado materialista, Sarita não abandonou seu corpo, presenciando sua deterioração, até que quando percebeu que havia tornado-se somente ossos, se desesperou e lembrou-se que sua mãe já falecida lhe havia ensinado que tinha vida após a morte. Assim, implorou ajuda, pedindo para ser resgatada e levada para um lugar melhor. Uma luz branca muito forte apareceu e Sarita adormeceu. Quando acordou, estava em um hospital do plano espiritual, sendo tratada por um irmão espiritual chamado Raul. Com paciência e amor, Raul tratou de Sarita e assim que ela apresentou melhoras, foi levada à Escola Doutrinária Espiritual, onde aprendeu sobre as diversas dimensões, a vida espiritual, a evolução necessária a todas as pessoas. Seu mentor lhe avisou que ela não iria mais reencarnar, que ela cumpriria sua missão e sua evolução espiritual trabalhando espiritualmente através dos médiuns encarnados na Terra. Sarita iria usar sua roupagem fluídica de sua última encarnação - como cigana - e iria trabalhar numa nova religião que estava sendo fundada, a Umbanda. Que, por estar acostumada a preconceitos e perseguições, iria atuar na Umbanda e que dentro da própria religião iria sofrer preconceito e discriminação, pois no início a Umbanda trabalhava apenas com os Pretos Velhos, Caboclos e Crianças, e iriam considerá-la "não digna" de estar ali. Seu próprio "aparelho" não iria aceitá-la e teria que provar seus conhecimentos e que era do bem. Surgiu, assim, a linha do Oriente e do Povo Cigano na Umbanda.
À partir de então, a Cigana Sarita apresenta-se nos Centros de Umbanda, trabalhando para o bem de todos, mas não gosta de se desdobrar muito, sendo assim, trabalha em poucos médiuns por vez (no máximo 2 ou 3).
Roupa, cores, bebida e comida de Sarita:
- Roupa: saia comprida, bem rodada, cor amarelo ouro, com babado colorido na barra, lenço laranja com franja amarrado na cintura. Blusa da mesma cor, com manga bufante, ombros de fora e colete preto com brilhos dourados. Na cabeça gosta de usar lenço amarelo ouro ou laranja amarrado para o lado esquerdo, com uma tiara dourada. Brinco de argola e pulseira dourados.
- Cores: amarelo ouro, laranja e vermelho
- Bebida: ponche ou vinho tinto doce
- Comida: todas as frutas, de preferência maçã
- Materiais de trabalho: baralho tarot, cristais coloridos, pandeiro com fitas coloridas.

Arriba, Povo Cigano!



13 de maio de 2012

Hoje é dia dos Pretos Velhos!


Todos os Pretos Velhos são Magos do Bem, que utilizam esta vestimenta fluídica de Preto Velho para envolverem os seus filhos na fumaça do pito, na toalha de renda, no terço de contas de Lágrima de Nossa Senhora, na palha da Costa, sob o sorriso fácil, o olhar profundo. Quem resiste ao encanto de um Preto ou Preta Velha?
Na verdade, os espíritos que vieram da África, vergados sob o peso da escravatura, eram na sua maioria jovens, que adquiriram a vivência e experiências espirituais em terras brasileiras, a terra da Umbanda. Aqui envelheceram e foram se preparando para serem os Pretos Velhos tão queridos da nossa religião.
A crença trazida do seu berço africano foi sendo praticada na calada das noites, nas toadas dos pontos, nos transes ao redor das fogueiras e o tempo foi passando, lhes fornecendo um conhecimento forjado pelo sofrimento e o amor pelos Orixás e entidades mágicas do Mundo Espiritual.
Espíritos de outros orbes que não a Mãe África, ali reencarnaram para enriquecer sua caminhada espiritual e encarnaram como nativos africanos, pela dolorosa provação do cativeiro, agravada muitas vezes por serem seus algozes irmãos de sangue, de ideologias diversas. Negros entregando negros nas mãos de feras brancas com destino aos navios negreiros.
Com o desencarne de milhares de africanos que passaram pela duríssima prova da escravidão, estes espíritos adquiriram, de acordo com sua evolução espiritual, luz suficiente para aderirem ao chamado daquela Espiritualidade Superior que cuida dos movimentos evolutivos da Humanidade. E, do astral, imprimiam seu jeito de ser, com suas virtudes de tolerância, paciência, perdão, alegria, musicalidade, meiguice, prontidão em servir, além da enorme sabedoria adquirida através de séculos de sofrimentos.
Vieram em céu brasileiro, na dimensão astral, ombrear forças com a Espiritualidade Indígena, advinda de espíritos igualmente sofridos e com sua sabedoria peculiar e xamânica, consolidaram uma egrégora poderosa que se manifestou finalmente através do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Quantos Vovôs e Vovós! Pai Benedito, Pai Congo, Pai Joaquim, Pai Tomé, Pai Cipriano, Pai Guiné, Pai Serafim, Vovó Cambinda, Vovó Luiza, Vovó Maria, Vovó Ana, Vovó Rosa da Bahia, Vovó Maria Redonda, Vovó Catarina... quantos inumeráveis espíritos que deixam seus passos de Luz por esses terreiros do Brasil!
Usando suas guias de contas pretas e brancas, ou as sementes de Lágrimas de Nossa Senhora, vestindo branco ou xadrez carijó, lenços na cabeça ou não, terços e rosários complementando os apetrechos, que podem ainda ser velas, pedras, pembas, madeiras de riscar pontos, e claro, seus tocos...
As linhas de atuação dos pretos velhos variam de acordo com a vibração e sua ligação aos Orixás e também acrescentam aos seus nomes a identificação da origem: Preto Velho do Congo, da Guiné, de Aruanda, das Almas, etc.

Podemos vê-los nos terreiros, desprendidos de qualquer vaidade, ou artificialidade, sempre prontos para uma prosa, ou apenas escutar e abençoar, nunca recusando um passe em quer que seja, uma baforada de fumaça, um olhar atento mesmo quando o consulente traz problemas fúteis. Porque, por trás de palavras inconsistentes, o Preto Velho lê a carência, as obsessões, as tragédias familiares, a solidão e o desamparo e estará sempre, do seu jeito, amparando.
Cada Preto Velho, cada Preta Velha é exímio mestre em fazer a caridade, dando orientação e consolo, segurança e proteção, desmanchando os nós e as demandas, firmando filho de Pemba, desvelando uma verdade que é a Luz Maior.

Salve os Pretos Velhos e Pretas Velhas da Umbanda! Adorei as Almas!

12 de maio de 2012

Dia das Mães

Todas as mulheres que assumiram o encargo de criar uma criança, sejam mães, tias, avós, parentes distantes, amigas ou mães adotivas são as verdadeiras mães. Dizer que mãe é aquela que cria é muito pouco.
Mãe é aquela que ama. Todas as mulheres que se encontram nessa posição são mães, independentemente do elo que as liga à criatura posta sob seus cuidados.
A elas, a vida é grata pelo seu desprendimento e sua enorme capacidade de amar. E Deus lhes deu a recompensa maior da satisfação do dever cumprido e de serem amadas.
Nesse círculo de amor recíproco, ninguém ganha mais nem menos. O amor é para todos, para ser sentido, vivenciado e partilhado.
Feliz dia das mães!

8 de maio de 2012

Médium de transporte


O médium de transporte é aquele que tem a capacidade de incorporar entidades espirituais de outras pessoas, além de suas próprias, também de absorver as energias negativas e descarregá-las, com o auxílio de seus guias ou entidades esclarecidas e de luz. 
Por exemplo, quando um consulente passa por uma entidade espiritual e este guia vê que o consulente está com algum "encosto" (obsessor), então é usado o médium de transporte, onde ele "transporta" o que está no consulente para ele, e o guia de luz encaminha esta entidade "transportada" para o lugar de onde ele veio.
Contudo, para ser um médium de transporte é necessário já ser um médium desenvolvido, ser um médium pronto, do contrário, pode o médium ainda em desenvolvimento sofrer com os obsessores.

5 de maio de 2012

Pontos Cantados


Os pontos cantados (cânticos) são também uma forma de oração. Na Umbanda, uma das maneiras de nos aproximarmos das Entidades é através do canto.
Na Umbanda, estes cânticos recebem o nome de pontos.
Você sabe por que o nome "ponto”? Porque, no momento em que você canta, a sua mente está ligada ao Guia, o qual é louvado ou solicitado.
Dois segmentos: um é a sua mente e o outro a Entidade. Quando estes dois segmentos se cruzam, geralmente ocorre a incorporação. Em Geometria, o ponto é originado pela intersecção de dois segmentos – justamente no momento em que estes dois elementos se cruzam – exatamente como acontece quando você mentaliza a Entidade para a qual dedica o seu cântico na Umbanda. Por isso, os nossos apelos ou oferecimentos cantados chamam-se "pontos".
Os pontos cantados na Umbanda vieram através das próprias Entidades ou foram compostos por iniciados nesta religião, em louvor aos seus protetores - guias espirituais.
Então, cante os pontos, pois quando você canta, a sua mente está conectada com a Entidade. E no dizer de nosso Pai Oxalá:
"Buscai na música a vossa identidade. Vós sois a Melodia Divina. Tornai-vos dóceis instrumentos do vosso som e contribuireis para a grande orquestra da vida."

3 de maio de 2012

A caridade é para todos!


Hoje me peguei refletindo sobre a arrogância de certas pessoas. Aquelas que adoram bater no peito para dizer que são umbandistas, mas, na verdade, quando são postas à prova, se mostram totalmente o contrário.

Eu explico: quando começamos a frequentar um Centro somos os consulentes, vamos apenas para tomar um passe energético, ouvir conselhos dos guias e, em alguns casos, incorporar nosso guia. Só. Ficamos ali na assistência sonhando com o dia em que seremos chamados a colocar a farda branca e trabalhar no campo santo, diretamente com as entidades, na linha de frente mesmo.

Enquanto somos da assistência, todos, ou a maioria pelo menos, nos tratam bem, são cordiais, simpáticos, afinal, sem assistência não há terreiro. Ficamos imaginando como seria bom fazer parte daquela casa, daquela família, pois temos a ingênua ideia de que ali não há mentiras, joguinhos, falsidade, competição.

Grande decepção encontramos quando, após estarmos dentro do terreiro, de uniforme e tudo, alguém nos trata mal, alguém nos ignora, não dá nem boa noite e, o pior de tudo, percebemos que existem panelinhas, fofoquinhas, intrigas e ciúmes.

É claro que viver em sociedade é complicado, por menor que ela seja. As panelas são até saudáveis, uma vez que os iguais se atraem, mas não deveria haver mentiras e competição. Deveríamos nos policiar para nos melhorarmos e não nos deixar levar por intrigas e ciumeira.

Agora lhes pergunto: por que aquele consulente, antes tão bem tratado, agora que é parte de sua família parece até que virou seu inimigo? Por que a pessoa que adora bater no peito dizendo que é umbandista faz questão de destratar um irmão? Por que não trazê-lo mais para perto de você, ao invés de enxergá-lo como um concorrente? Concorrente de que, meus queridos?!

Um terreiro deve fazer apenas a caridade, independente de quem a solicite, e seu irmão merece ter de você a mesma caridade direcionada ao consulente de outrora. Não estamos em uma empresa onde cada um tem um cargo e com maracutaias conseguiremos uma promoção. É da sua casa que estamos falando, da sua família, dos seus irmãos de fé!

Portanto, parem com essa bobagem de “eu cheguei primeiro, eu tenho mais tempo de casa, eu tenho que ser o preferido do Pai, ou eu tenho que ser melhor que você”. Ninguém é melhor do que ninguém, cada um tem seu valor e se nos ajudarmos subiremos muito mais rápido. Um terreiro é feito de uma corrente de pessoas guiadas pelo amor e a caridade. Isso significa amar seus irmãos também, tratá-los com carinho e dignidade, da mesma forma que você gostaria de ser tratado.


Quanto mais seu irmão subir, mais você subirá.

E nem me venha com aquela frase: “mas na minha época era assim, meu pai de santo fazia assim, então tem que continuar igual”. A vida é movimento, nada é estático, tenha atitude! Se fizeram errado com vocês, façam diferente, façam o correto!

Nada de hipocrisia e caridade seletiva, a caridade é para todos!

Julia G.

2 de maio de 2012

Pretos Velhos - sinônimo de fé e caridade

No dia 13 de maio comemora-se o dia dos Pretos Velhos e, em sua homenagem, postamos um belo texto que exemplifica como eles costumam trabalhar...
Certa noite, um homem com um semblante triste, desesperado, chegou naquele lugar. Naquele lugar que ele tanto julgara, naquele lugar que outrora criticara, um Centro de Umbanda (...) Enquanto as cenas dos tormentos de sua vida passavam em sua mente, seu corpo ia se ajoelhando diante de um médium com características de um velhinho (...) Contou para aquela entidade todo seu sofrimento, seus olhos desesperados se encontravam com olhos daquela entidade que mostrava respeito, compreensão e atenção. Ao término do seu desabafo escutou: " Filho, já rezou? reze e tudo vai dar certo." 
Aquele homem saiu daquele lugar questionando sobre aquelas palavras, afinal, não era necessário ir a um terreiro para saber que tem que rezar. Ao mesmo tempo sentiu um ardor no seu coração, um sentimento que tudo será resolvido. Chegou em casa e rezou.
(...) Depois de alguns dias, dois garotos aprendizes da doutrina umbandista, um mais velho e seu companheiro mais novo, estavam caminhando por uma estrada que levava a um campo. Eles viram um casaco velho e um par de sapatos masculino muito gasto, ao lado da estrada. E ao longe viram o dono daquelas coisas trabalhando no campo.
O garoto mais novo sugeriu que eles deviam esconder os sapatos, e depois, sem o dono ver, ficar assistindo o pavor na cara do dono quando ele voltasse. O garoto mais velho disse que aquilo não seria tão bom, disse que aquele homem deveria ser muito pobre, pela aparência de suas vestimentas. Então depois de conversarem e encerrarem o assunto daquela sugestão, surgiu-lhes tentar uma nova experiência: Em vez de esconder os sapatos, eles iriam colocar uma quantia em dinheiro em cada um dos sapatos para ver o que o homem faria quando achasse o dinheiro. Então foi o que fizeram.
Logo o homem voltou do campo, vestiu seu casaco, escorregou um pé para dentro de um sapato, sentiu algo lhe incomodar, tirou de dentro, e viu uma certa quantia de dinheiro. Alegria e surpresa brilharam no seu rosto, então ficou olhando aquela quantia varias vezes. Olhou ao redor e não viu ninguém, então foi colocar o outro pé . Para sua grande surpresa encontrou outra quantia em dinheiro, a emoção tomou conta dele. Se ajoelhou, e rezou. Uma oração de agradecimento, no qual falou de sua esposa doente, sem ninguém poder ajudar, e seus filhos sem pão. Agradeceu a Deus fervorosamente, lembrou então daquele Preto velho. E rezou mais uma vez, agradecendo pela ajuda que veio de mãos desconhecidas e pediu as bençãos dos céus sobre aqueles que deram essa ajuda tão necessária.
Os garotos ficaram escondidos até ele ir para sua casa. Foram tocados por sua oração e sentiram um calor dentro de seus corações e logo que voltaram a caminho estrada abaixo. Um disse ao outro: "E agora, você não consegue sentir algo realmente bom?" Aprenderam juntos que pequenos atos de caridade trazem alegria.

E é assim que os Pretos Velhos trabalham: ensinando a ter fé e a fazer caridade!

Adorei as Almas!