Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

30 de novembro de 2012

A lenda de São Nicolau como Papai Noel



Hoje a postagem pode parecer inútil e que não tem a ver com a Umbanda, porém entendam que a figura de Papai Noel (São Nicolau) é a personificação da caridade e da magia.

São Nicolau de Mira (também conhecido como São Nicolau de Bari) é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos.

É aceite que São Nicolau, bispo de Mira, seja proveniente de Petara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 342.

Sob o império de Diocleciano, Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Jesus Cristo. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição, desta vez da própria Igreja. Diante de um debate com outros líderes eclesiásticos, Nicolau levanta-se e esbofeteia um de seus antagonistas. Isso o impede de permanecer como um líder da Igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxílio a crianças e outros necessitados.

A ele foram atribuídos vários milagres, sendo daí proveniente sua popularidade em toda a Europa e sua designação como protetor dos marinheiros e comerciantes, santo casamenteiro e, principalmente, amigo das crianças. De São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, temos um grande número de relatos e histórias, mas é difícil distinguir as autênticas das abundantes lendas que germinaram sobre este santo muito popular, cuja imagem foi tardiamente relacionada e transformada no ícone do Natal, Pai Natal (Papai Noel no Brasil) um velhinho corado de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes.
É tido como acolhedor dos pobres e principalmente das crianças carentes, o primeiro santo da igreja católica a se preocupar com a educação e a moral tanto das crianças como de suas mães.

A Igreja Ortodoxa lhe honra com a celebração litúrgica do último domingo do ano no calendário juliano. Os ritos copta e bizantino lhe dedicam grande relevo e a celebração de sua vida pastoral tem grande destaque. O calendário romano celebra o seu dia como sendo a 6 de dezembro.

Sua devoção difundiu-se na Europa quando as suas relíquias, roubadas de Mira por 62 soldados de Bari e trazidas a salvo subtraindo-as aos invasores turcos, foram colocadas com grandes honras na catedral de Bari a 9 de maio de 1807. As relíquias eram precedidas pela fama do suposto taumaturgo e pelas coloridas lendas que cercavam sua figura.

É contado que teria conseguido converter hereges que, querendo saquear a sua igreja, lá encontrando hóstias consagradas, e, ao tocá-las, elas viraram pão. A mais famosa destas lendas conta que uma família muito pobre não tinha como custear o "dote" para casar as suas filhas. O bispo Nicolau, à noite, jogou um saco de moedas de ouro e prata para ajudar a pagar o referido dote.

A São Nicolau é atribuído o dom de ressuscitar crianças em sua região (Mira), hoje a localidade de Demre na Turquia. Muitas são as histórias sobre supostas aparições suas; a mais famosa foi no Natal de 1583, na Espanha, quando, atendendo as orações de algumas senhoras, teria auxiliado para que nenhum pobre deixasse de receber o seu pão bento. Os pobres, ao serem perguntados sobre quem lhes teria dado alimento em meio a um "tão pesado inverno", estes teriam dito que foram socorridos por "um senhor de feições muito serenas e mãos firmes".

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

São estas lendas religiosas e a sua iconização como Papai Noel que fazem Nicolau de Mira ser muito conhecido, mas são também a razão de não termos uma visão clara sobre a vida do mesmo. 

Fonte: Umbanda de Jesus

24 de novembro de 2012

Assentamento e firmeza



Uma das maiores dificuldades para os médiuns umbandistas encontra-se no campo dos assentamentos de forças e de poderes que lhes darão a sustentação, a defesa e o amparo em seus trabalhos ou em suas sessões espirituais.
O assunto é complexo e sua abordagem é delicada porque, tal como no campo das oferendas, algumas coisas mudam de pessoa para pessoa e o que é certo e necessário para uma não é para outra força (ou outro poder).
Comecemos por definir o que é força e poder:
• Usamos a palavra força para o que é espiritual ou provém do espírito. Força é algo transitório, instável e em permanente evolução, às vezes mostrando-se em seu estado potencial e outras mostrando-se em atividade, sempre dependendo da existência do poder para ser colocado em movimento e beneficiar-nos.
• Usamos a palavra poder para o que é divino ou provém da divindade. Poder é algo permanente, estável e realiza-se por si só na vida de seus beneficiários, não dependendo de nada além de Deus para influir sobre tudo e todos em seu campo ou faixa de atuação.
O que é espiritual não é divino e vice-versa. Logo, é necessário que usemos as palavras que diferenciem e classifiquem corretamente as entidades que formam o lado invisível da criação e que estão dando sustentação à Umbanda.
Há diferença entre poder e força e entre divindade e espírito. A divindade é o poder, o espírito é a força! A divindade realiza-se por si na vida dos seres porque é em si a ação, enquanto o espírito só pode e consegue agir sobre os seres se a divindade lhe conceder poderes para tanto.
Tomemos como exemplo o Orixá Ogum e os Caboclos de Ogum, para que não fiquem dúvidas quanto às diferenças que existem entre poder e força.
Ogum é Orixá ordenador da criação e modelador do caráter e da moral dos seres, visto que ele é o poder em si manifestado por Deus para atuar sobre tudo e todos ao mesmo tempo, sem que nunca perca seu poder se atuação; nunca se enfraqueça; nunca deixe de ser onipotente, onisciente e oniquerente. Ogum é o poder de Deus em ação permanente, imutável e intransferível; o que Ogum faz só Ogum pode e consegue fazer. Ele independe de algo mais de Deus para ser o que é ou como é, e nada posterior ou inferior a ele influencia-o ou altera esse seu estado de ser e de poder. Ele modela o caráter e a moral dos seres. Independentemente de sua vontade, sua influência se faz sentir na própria consciência de todos os transgressores das leis divinas e humanas, não importando se conhecem ou não Ogum, pois Ogum é um dos nomes humanos já dados a esse poder, que já recebeu outros nomes e no futuro receberá outros. Tenha o nome que lhe for dado, ainda assim ele continuará a ser o que é: o poder modelador do caráter e da moral dos seres e o ordenador divino dos procedimentos. O poder de Ogum é inalterável, estável, permanente e independe de um nome para atuar sobre tudo e todos em sua faixa ou campo de atuação na criação. Isso é o poder!
Quanto à força, pegamos como exemplo para defini-la os Caboclos de Ogum, para que fique bem claro o seu significado. Um Caboclo de Ogum é um espírito em constante evolução consciencial e, a partir dessa sua evolução, novos campos ou faixas de atuação vão lhe sendo abertas pelo Orixá ou poder Ogum. Quanto mais o Caboclo de Ogum evolui e se aperfeiçoa consciencialmente, maior é o seu campo de ação e maior é seu poder de atuação sobre outros seres espirituais, aos quais ampara, direciona e modela no caráter e na moral. Enquanto Ogum atua de dentro para fora dos seres, o Caboclo de Ogum atua de fora para dentro.
O poder realiza-se por si só. A força só se realiza por intermédio de algo ou de alguém. O poder tem atuação permanente e atua “por dentro” das coisas ou dos seres. A força tem atuação limitada no tempo e atua “por fora” das coisas ou dos seres.
O poder regula a natureza, seja a de um ser ou do meio em que ele vive, proporcionando-lhes estabilidade e equilíbrio interior. A força altera essas naturezas, proporcionando-lhes alterações e reequilíbrios ou adaptações exteriores.
O poder modela as coisas (natureza, seres, espécies inferiores, etc.) de dentro para fora, dando-lhes um estado específico que é permanente, diferenciando umas das outras e qualificando-as. A força entra em ação quando as alterações exteriores começam a descaracterizar as coisas, desqualificando-as ou desequilibrando-as. Por isso, Ogum (o poder) tem nos espíritos graduados como instrumentos da lei suas forças, que são colocadas em ação sempre que as atuações de dentro para fora já não são suficientes para manter o equilíbrio.
É neste ponto, nesta necessidade da atuação de fora para dentro, que os espíritos (a força) adquirem importância e tornam-se indispensáveis para a manutenção do equilíbrio entre o lado interior e o lado exterior dos seres e da própria criação como um todo. Como o lado divino da criação atua de dentro para fora e os Orixás vivem no seu lado divino, foi preciso a criação de algo que permitisse a exteriorização desse poder e sua colocação em ação a partir do próprio meio em que os seres vivem.
Desta necessidade surgiram os santuários naturais, os templos, os altares, os assentamentos, as firmezas, as oferendas, as imagens, os instrumentos mágicos, etc.
Não se trata de animismo, de paganismo, de idolatria, de fetichismo, etc., mas de formas de exteriorização do poder para que melhor ele possa nos auxiliar e nos beneficiar “dentro” do próprio meio em que vivemos.
Como o assunto é assentamento de poderes e de forças pelos médiuns e dirigentes espirituais umbandistas, cremos que está justificado o ato de assentarem os Orixás e Guias espirituais para que melhor possam ajudar as pessoas necessitadas desse auxílio adicional que Deus nos franqueou e colocou à nossa disposição.
Um assentamento é um local especial porque nele há um portal tridimensional que interage de forma permanente entre as três dimensões ou lados da vida: o lado divino, o natural e o espiritual. Estas três dimensões ou lados da vida já interagem de forma permanente nos santuários naturais consagrados aos poderes e às forças e neles podemos entrar e trabalhar em nosso benefício ou no dos nossos semelhantes.
Mas em nossa casa ou em nosso Centro, aí se faz necessário o auxílio dos assentamentos para que os três lados possam interagir e realizar ações corretas em benefício dos necessitados, sem que estes tenham de ir continuamente até a natureza. Assentam-se forças divinas, naturais e espirituais.
Estes assentamentos são importantes porque são em si portais multidimensionais e interagem com realidades de vida ainda desconhecidas por nós, os espíritos encarnados.
Mas uma das maiores dificuldades dos médiuns e dirigentes umbandistas reside nesse campo porque há um grande desconhecimento sobre assentamentos e firmezas dos poderes e forças que sustentam e se manifestam por intermédio da religião e da mediunidade dos seus praticantes.
Um assentamento é algo abrangente e envolve todo um poder.
Uma firmeza é algo mais limitado e concentra-se em uma entidade, seja ela divina, natural ou espiritual.
Firma-se um Orixá, um ser da natureza ou um espírito! Agora, um assentamento é algo tão abrangente que ele por si só é realizador e é capaz de dar sustentação a todas as ações realizadas dentro do campo abrangido por ele: o Centro de Umbanda.

O que é um assentamento:
Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos, com a finalidade de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.
Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a várias. Mas, em geral, faz-se um para cada força ou poder que se deseja assentar.

Por que se assenta uma força ou poder:
As forças vivem no plano espiritual e os poderes vivem no plano divino da criação e, a partir deles, nos enviam suas vibrações, auxiliando os trabalhos espirituais que são realizados nos Centros de Umbanda. Este auxílio é natural porque se processa religiosamente. Mas, como em um trabalho espiritual vem pessoas com poderosas cargas negativas, é preciso que exista no plano material pontos de descarga que possam absorvê-las e enviá-las de volta às faixas vibratórias negativas. Esta é uma das funções de um assentamento de força e de poderes.
A entidade assentada (Orixá ou Guia Espiritual) tem no assentamento elementos com poderes mágicos, os quais utiliza ativando-os segundo as necessidades do Centro, do trabalho espiritual e dos médiuns.
Em regra, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras forças ou de outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações.
Se é o assentamento de um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado dele, porque cada um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos dentro de um mesmo ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o recomendado é que, caso alguém queira assentar dois ou mais Guias ou Orixás, então deve reservar um ambiente para cada um, separando-os e isolando-os para que suas vibrações, irradiações, ações e atuações não se misturem e não se confundam. Por isso existem os assentamentos e as firmezas.
Os assentamentos criam vórtices ou pontos de forças, enquanto as firmezas de outros guias e Orixás dotam-no de um maior poder de realização. Este aumento de poder de realização deve-se ao fato de que os Guias e os Orixás firmados ao redor do assentamento central emprestam-lhe suas forças e poderes e abrem-lhe seus campos de ações e atuações, aumentando o leque de opções ao Guia ou ao Orixá assentado, que lhe repassará atribuições às quais exercerão com desenvoltura, porque terão no assentamento um poderoso ponto de descarga, de proteção e de auxílio nas suas ações mais profundas.
Normalmente se assentam o guia-chefe e o Orixá regente da coroa do dirigente espiritual, assim como ao seu Exu e/ou sua Pomba-gira guardiã.
O que é uma Firmeza:
Firmar um guia espiritual ou um Orixá significa proporcionar-lhe condições mínimas para que tenha um ponto fixo onde receba os pedidos de auxílio, de oferendas, etc.
A firmeza de uma força ou de um poder pode ser feita ao redor de um assentamento ou independente dele. A firmeza assemelha-se a um assentamento, mas tem menos recursos ou poderes de realização, pois é uma simplificação dele e destina-se a facilitar a atuação das entidades.
Um assentamento cria um vórtice e um campo eletromagnético que interagem com outras dimensões da vida de forma permanente, sendo em si um ponto de força localizado nas dependências do terreiro. Enquanto que uma firmeza cria um ponto de sustentação para as ações da entidade firmada, dando-lhe um pouco mais de segurança para que possa resistir às reações das suas atuações em benefício das pessoas necessitadas do seu auxílio.
Um assentamento assemelha-se a uma fortaleza que abriga um exército completo, com todas as suas divisões.
Uma firmeza assemelha-se à instalação avançada de uma divisão.
No assentamento estão todas as divisões, na firmeza está somente uma (a da entidade firmada). Um assentamento é algo definitivo, uma firmeza pode ser transitória. Um assentamento deve ser iluminado de forma permanente e deve ser alimentado periodicamente com elementos predeterminados. Uma firmeza pode ser iluminada periodicamente e pode ser realimentada de vez em quando. Um assentamento deve ter um dia definido na semana para ser iluminado e realimentado; já uma firmeza, deve ser iluminada e realimentada sempre que o seu zelador fizer um novo pedido de auxilio à entidade firmada.
Assentamento e firmeza são similares e a segunda é uma simplificação do primeiro, mas tem as mesmas funções: proteger, sustentar e amparar algo ou alguém. 
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
Qualquer assentamento deve respeitar aquilo que a Entidade ou Orixá usa ou gosta, isto é, ferramentas que o Orixá utilizará para determinado fim e para Axé ao filho.
Para o pleno sucesso do assentamento devemos manipular os 4 elementos principais: água (bebida do Orixá), ar (incenso), terra (onde o assentamento é colocado) e fogo (vela). Além dos 4 elementos, também tem o reino mineral, representado pelas pedras de cada Orixá.

Fundanga



Prática muito conhecida e utilizada nos terreiros de Umbanda, alguns chamam de "Círculo de Pólvora", "Queima de Fundanga", “ponto de fogo”, sendo um dos mais utilizados recursos da Umbanda e dos Cultos Africanos, é efetuado com a pólvora e para finalidades as mais diversas. Já fora utilizada por feiticeiros o utilizam em suas investidas contra seus adversários ou suas vítimas.

A pólvora é também conhecida por fundanga ou tuia e a sua fabricação antigamente era caseira, hoje é industrializada e bastante controlada.


Fundanga é uma expressão de origem kimbundo e seu significado, naquele idioma, é exatamente, pólvora.

Quanto à tuia, ainda que por sua morfologia nos afigure palavra de origem indígena, é oriunda do yorubá - tuyo que significa expelir, deslocar para fora.

A prática deste ato é muito antiga e muito utilizada, mas poucos sabem o seu significado. Primeiramente devemos saber qual a finalidade do uso da fundanga: o seu principal uso é afastar, limpar e dispersar energias negativas, espíritos obsessores da aura da pessoa ou do ambiente em que foi queimada. 

A pólvora é usada como um acelerador de partículas. Através da liberação de gases, acontece o movimento frenético das moléculas de água que compõem o nosso campo magnético, campo esse denominado de aura, energia resultante da queima das células de todo o corpo dirigido pelo cérebro, centro de comando do espírito, energia sutil apenas detectada em fotolitos.

A pólvora, quando queimada, libera seus elementos sutis que interage neste campo, liberando o obsedado / vampirizado do cordão fluídico denso e negativo. Com o movimento frenético das moléculas dá-se o rompimento do mesmo, liberando ambos os espíritos para o devido tratamento, acontecendo de forma idêntica com as larvas astrais que, como ‘’carrapatos’’ do espírito, se desgrudam e se desintegram na corrente elétrica provocada pela queima da pólvora. Nenhum espírito é queimado pela pólvora. A sensação do mesmo na hora da queima é de um choque elétrico provocando, na maioria das vezes, um desmaio temporário ou um torpor dos sentidos.

A pólvora é um elemento material utilizado para vibracionar o campo das energias sutis do corpo, assim como a água fluidificada é carregada de energia para que atue nas células do corpo físico e, também igualmente como o passe magnético, potencializador dos elétrons que pulam das mãos do médium para o corpo do receptor agindo nas células do corpo físico.

Portanto, Fundanga vem a ser a queima de pólvora para descarregar energias negativas e, em alguns casos, substitui o descarrego com o médium, servindo para literalmente para “queimar” as Larvas Astrais. Pois estes seres não são espíritos humanos, mas gerados por pensamentos negativos (individuais ou coletivos) ou entidades trevosas, são vivos e vivem no astral paralelo ao nosso e se alimentam da bioenergia de suas vítimas. A Fundanga destrói as criaturas do Astral Inferior.
Este ritual tem sua eficácia porque a pólvora é composta de enxofre e, ao ser queimada, libera este elemento, afastando os espíritos indesejáveis.
É chamada “Roda de Fogo” quando feita em volta da pessoa; e de estouro, quando dentro do alguidar ou em uma tábua, para ambientes.
Sempre que se usa a Roda de Fogo deve-se, em seguida e o mais rápido possível, fazer um banho com ervas frias que possuem efeito “curativo” nos “buracos e ferimentos” que a larva deixou na aura ou Corpo Espiritual da vítima.

Lembramos que todo o material utilizado compõe um elemento magístico poderosíssimo. Por isto alertamos quanto à manipulação e responsabilidade ao utilizá-lo, visto que se não forem elaborados os procedimentos pelos Guardiões-Chefes do Terreiro, este material pode ser desastrosamente utilizado com a mesma força e ação poderosa pelas trevas... E isto implica na utilização dos mesmos pelas trevas, ativando este portal tridimensional e soltando todos os maus elementos espirituais trevosos, causando danos e comprometimentos irreparáveis a quem está manipulando e utilizando este elemento magístico sem o devido conhecimento (mesmo que por falta de conhecimento ou ingenuidade). Daí a grande responsabilidade de quem preside e as executa.

17 de novembro de 2012

Onde oferendar a Exu?


Sabemos que muitos irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas chamadas encruzilhadas de rua ou cemitério. Achamos por bem alertar que encruzilhadas de rua e de cemitério são locais onde existem determinadas portas dimensionais que se ligam diretamente às covas mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas "Portas Cruzadas" e os trabalhos feitos nestes locais têm aceitação somente por espíritos que nada têm a ver com os verdadeiros Guardiões.
Os Guardiões somente realizam "despachos" em encruzilhadas de rua e de cemitério desde que sejam para fins específicos, quando há necessidade de manipular energias humanas que se entrecruzam. Fora disso, as encruzilhadas de rua e de cemitério não são os pontos de força dos Guardiões.
Nas encruzilhadas de rua e de cemitério habitam os seres mais estranhos e terríveis, verdadeiros monstros, que alteraram a forma de seu corpo astral, devido a sua própria conduta mental e emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e seus objetivos na caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na sua maioria perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados kiumbas, seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos, matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias, pois são loucos por sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados.
E são eles que recebem nas encruzilhadas de rua e de cemitério as oferendas feitas com sangue, animais mortos, ossos e todos os tipos de materiais de baixa vibratória.
Estes seres se agregam na aura dos infelizes que realizam tais práticas, os vampirizando e os fomentando a realizarem sempre tais oferendas sangrentas, no intuito de alimentá-los vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por outros seres que são chamados de "larvas astrais". Estas são formas-pensamentos viciadas, que se agregam à vítima e funcionam como um sensor que a liga ao kiumba, mesmo à distância.
Estas larvas trazem realmente muitas doenças, tanto mentais como físicas, fazendo com que a vítima se sinta, na maior parte das vezes, desanimada e sem força de vontade, só se recuperando quando estão em qualquer prática viciosa.
Estes kiumbas são combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda (Exus), que exercem verdadeiro policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o álcool, a prostituição e coisas piores. Os Guardiões os policiam para não utilizarem a contraparte etérica de elementos como o sangue, ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência.
Quando os Guardiões aprisionam estes kiumbas, os levam a determinados postos corretivos no astral, onde ficarão recebendo um tratamento que lhes facultará a retomada de sua linha evolutiva afim e o possível reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos deles não terem condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos astrais se encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras pessoas a reencarnação. Para muitos, a reencarnação é vedada - e são estes os mais perigosos - aprisionados em sua consciência como se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário.
Então, fazer entregas em encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade perigosíssima, principalmente quando estas entregas levam elementos animais ou mesmo materiais densamente negativos. Repetimos que a Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma, seja para louvar Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral. A Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciados.
Acreditamos - pois temos certeza - de que o sangue atrai esta classe de espíritos do qual falamos – os kiumbas. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas vezes questionam a nós Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que este é Axé e que a sua utilização revitaliza todo o sistema magístico de um ritual; mas isto não faz parte da ritualística/doutrina da Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar e cada religião com sua liturgia.
Nós também cremos que o sangue é Axé, mas este só realiza sua função de Princípio e Poder de Realização quando no animal VIVO. Matar um animal, ou vários, e entregá-los no seio da Natureza é uma violação e uma afronta a esta mesma natureza, pois as vibrações expressas em oferendas deste tipo agridem aos Orixás.
Então, qual a verdadeira encruzilhada? Onde fazer as oferendas para os Exus e Pombo-giras?
A real encruzilhada dos Guardiões não está no campo físico, mas sim no campo astral, na combinação dos elementos naturais, que são: Ar - Fogo - Água - Terra - Vegetal - Mineral - Animal - Etérico Humano e Magnético Telúrico, formando o ciclo da vida, havendo os segredos invioláveis deste mistério, que é conhecido apenas pelos Guias Espirituais da Umbanda e a quem eles abrem o mistério. 
Esta encruzilhada, a verdadeira Encruzilhada obedece aos pontos cardeais e as entradas e saídas de força que agregam e desagregam os elementos e mantém a transformação da vida. 

Portanto, se a real encruzilhada não está no campo físico, mas sim no campo astral, a oferenda pode ser feita dentro do Terreiro ou no jardim deste, formando-se uma encruzilhada astral. Assim, para realizar uma oferenda é necessário que o dirigente da Casa oriente e acompanhe.
Fonte: livro A Magia das Oferendas na Umbanda


11 de novembro de 2012

15 de novembro dia Nacional da Umbanda - a história do nascimento desta religião maravilhosa

Zélio Fernandino de Moraes


No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que se preparava para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.
Esses "ataques" do rapaz eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.
Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava que o menino estava “endemoniado”.
Alguém da família sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa. Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.
O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o "seu atraso espiritual" e convidando-os a se retirarem.
Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: "Por que repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor?"
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.
Um médium vidente perguntou: “Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?”
"Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."
Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:
"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados”.
O vidente retrucou: "Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?” perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:
"Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Para finalizar o caboclo completou:
"Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?"

Neste imóvel, localizado na rua Floriano Peixoto, nº 30, em Neves, Niterói – RJ iniciou-se a religião de Umbanda, anunciada no dia 15 de novembro de 1908, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. 
No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"_ Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."
Após insistência dos presentes fala:
"_Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"_Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda muleque busca."
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antônio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antônio".
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos, etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.
A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.
Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem, parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele. Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "_Não os aceite. Devolva-os!", ordenava sempre o Caboclo.
A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.
Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:
"A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".
Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.

1 de novembro de 2012

Os problemas são do tamanho da nossa vontade


Certa vez, perguntei para o Ramesh, um mestre na Índia:

- Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogadas num copo de água? Ele simplesmente sorriu e me contou uma história... "Era um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida. Quando morreu, todo mundo falou que ele iria para o céu.
 

Um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso. Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá. Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total. A recepção não funcionava muito bem. A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, lhe orientou para ir ao Inferno. E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar. O sujeito entrou lá e foi ficando.

Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro: - Isto é sacanagem! Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você está fazendo é puro terrorismo! Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava. Lúcifer, transtornado, desabafou: - Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá.

Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas. Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno está insuportável, parece o Paraíso! E então fez um apelo: - Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o para cá!"

Quando Ramesh terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse: - Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno, o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso.

Problemas fazem parte da nossa vida, porém não deixe que eles o transformem numa pessoa amargurada. As crises vão estar sempre se sucedendo e às vezes você não terá escolha. Sua vida está sensacional e de repente você pode descobrir que uma pessoa amada está doente; que a política econômica do governo mudou; e que infinitas possibilidades de encrencas aparecem.

As crises você não pode escolher, mas pode escolher a maneira de como enfrentá-las. E, no final, quando os problemas forem resolvidos, mais do que sentir orgulho por ter encontrado as soluções, você terá orgulho de si mesmo.