Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

13 de novembro de 2015

Carta Magna de Umbanda


Dia 15 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Umbanda, pois foi nesta data que Zélio Fernandino de Moraes, através de sua entidade o Caboclo das 7 Encruzilhadas, promulgou o nascimento dessa religião. Apesar da Umbanda ter 107 em nosso país, somente agora foi executada uma Carta Magna, a qual dá as diretrizes fundamentais.
Abaixo segue o texto completo da Carta Magna de Umbanda que será lançada nesta sexta feira dia 13/11/2015, na câmara municipal de São Paulo:

CARTA MAGNA DE UMBANDA
1 - Umbanda é uma religião espiritualista de doutrina afro-indígena-euro brasileira.
2 - É uma religião monoteísta, que crê na existência de um Deus único, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, eterno, onipotente, onipresente, soberanamente bom e justo.
3 - A Umbanda crê e cultua de forma própria os Orixás Africanos, sincretizados com os santos Católicos, guias e mentores espirituais que, como ministros de Deus, zelam e O auxiliam na realização de suas obras.
4 - A Umbanda crê na reencarnação e na incorporação das entidades espirituais, em vidas sucessivas, no aprimoramento espiritual e aperfeiçoamento do ser humano para conduzi-lo a Deus.
5 - O espirito denominado Sr. Caboclo das Sete Encruzilhada, incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes, no dia 15 de novembro de 1908, em São Gonçalo das Neves – RJ, data que reconhecemos como sendo o nascimento da Umbanda, anunciou:
6 - A Umbanda considera a natureza com tudo que ela encerra como obra máxima do Criador, sendo o altar de Deus, o lugar onde se pode com Ele conversar, portanto, preservar a natureza é obrigação de fé de cada umbandista.
7 - A Umbanda é uma religião sincrética fruto da cultura religiosa de três segmentos: Branca do elemento europeu colonizador; Negra escravizada na África para laborar na terra e a Indígena que já ocupava esta terra.
8 - A Umbanda tem liturgia e ritos próprios derivados da diversidade de raças e culturas que a fundamentam. São práticas litúrgicas umbandista
8.1 - A preparação e formação mediúnica e sacerdotal;
8.2 - O Batismo;
8.3 - O Casamento;
8.4 - Os Ritos Fúnebres.
9 - Constituem símbolos da Umbanda:
9.1 - O Hino da Umbanda;
9.2 - A bandeira da Umbanda;
9.3 - Juramento Umbandista.
10 - Sendo a Umbanda a manifestação de espirito para a prática da caridade deverá sempre ser exercida sem a remuneração pecuniária, salvaguardada a sustentação financeira da organização religiosa.
11 - Deve o adepto da religião de Umbanda sempre seguir a ética religiosa e a lei dos homens.
12 - Todo irmão umbandista que desejar fazer parte do corpo mediúnico de um templo deverá prestar o “Juramento Umbandista”.
13 - A Umbanda defende uma sociedade em que todas as religiões sejam igualmente respeitadas, a promoção da tolerância como princípio republicano e a preservação da educação pública laica.
14 - A Umbanda estará sempre de portas abertas para todos.

Justos e perfeitos, os subscritores desta, a qual estará aberta a adesões, reafirmam o compromisso permanente com o engrandecimento da Umbanda e seus valores magnos.

São Paulo, 13 de novembro de 2015.

3 de novembro de 2015

Oxalá, o Orixá regente de 2016


Símbolo máximo da busca incessante da sabedoria, Oxalá representa a experiência de vida - tanto seus erros quanto seus acertos - a partir de uma postura voltada à luz de sua verdade. É um dos Orixás mais importantes no que diz respeito aos seus próprios deveres, às suas convicções. Depois de um ano regido pela aplicação da Justiça – a Lei através de Ogum, com ênfase no bom e no mau uso do poder, tanto na política quanto em diversas áreas da vida, o ano regido por Oxalá tende a ser mais ponderado.

Pelo arcabouço simbólico de Oxalá, 2016 terá a ausência de símbolos de poder, com a verdade e a sabedoria dando a tônica, remetendo à supressão de tantos fardos e vínculos duvidosos. Assim, Oxalá prenuncia um ano de obstáculos consideráveis que poderão ser transpostos com a devida perseverança. O bom uso das palavras e as atitudes prudentes são exigidas para que nenhum esforço na direção da harmonia seja em vão.

O ano de Oxalá consiste em estudo, reflexão e até mesmo uma boa dose de obstinação. Nada tende a ser tão fácil e rápido quanto parece, já que as circunstâncias tendem a exigir cada vez mais articulação e repertório de cada um de nós em diversos contextos. Diante de um foco específico, o ano de Oxalá sugere absoluto controle dos próprios conhecimentos e dos argumentos para se sobressair consideravelmente. O intelecto tende a ser muito mais requisitado do que a força física. Assuntos, interesses e investimentos do passado podem ser abordados com mais frequência do que nunca, já que descobertas e retomadas tendem a acontecer naturalmente, sob a regência de Oxalá.

O aspecto positivo de 2016 com regência de Oxalá é que as pessoas buscarão mais a criatividade, a intelectualidade, a sabedoria, a fé, a espiritualização, a calma e a harmonia, assim como pode haver mais tomada de consciência – essa última representada pelo simbolismo do sol.
Contudo, também há o aspecto negativo: Grandes perigos, grandes responsabilidades. Preguiça, sedentarismo, desânimo e desistência tendem a ser alguns dos principais empecilhos de 2016. Desculpas e mais desculpas para procrastinar decisões importantes podem fazer com que oportunidades grandiosas, muitas vezes únicas, sejam perdidas. A forte sensação de falta de tempo vem a ser um agravante que suscita manias cada vez mais frequentes de reclamar não só das pessoas, mas dos desafios que o mundo impõe - qualquer intempérie, equívoco, distração e imprudência tende a ser alvo de críticas.

Mas a lentidão para realizar algo pode ser mais proveitosa do que aparenta, porque agir de modo cauteloso e estruturar as relações e os projetos com a devida atenção passam a ser a ordem do ano de Oxalá. Essa regência indica o alcance da maestria através da paciência. Desenvolver uma postura tolerante e mais calma em relação à vida e às pessoas pode fazer com que os meses de 2016 sejam serenos e bastante proveitosos.
A indignação com a demora do sucesso ou mesmo de algum reconhecimento pode fazer com que os pequenos êxitos sejam menosprezados. Não é um bom ano para querer mais do que já se tem, pois qualquer exagero deve ser questionado pela força ponderada deste Orixá. O necessário pode ser extraordinário. Assim como a ansiedade pode ser um problema para os mais impacientes, Oxalá pressupõe inteligência e comedimento para administrar a vida com o necessário jogo de cintura, conhecendo e aceitando as limitações que tendem a surgir pelo caminho.

Mesmo que o mundo continue desajustado em diversos níveis depois de um ano marcado pela Justiça de Ogum, Oxalá rege o período em que o silêncio faz toda a diferença. O sucesso pode ser medido pela consciência tranquila e pela ausência de qualquer reação quando uma ofensa ou um problema chega com força. No ano de 2016 será prudente fazer mais e falar menos. Ater-se aos compromissos e tomar distância do supérfluo é um dos lemas de Oxalá. Mesmo sendo alvo de críticas, convém continuar produzindo no ritmo natural.

CONSELHOS PARA O SUCESSO EM 2016

A paciência é uma das principais virtudes a serem desenvolvidas em 2016. O buscador vai em busca de si próprio, mas sabe que deve seguir os passos da natureza – saber lidar com o tempo, esperar o melhor momento e agir com absoluta prudência diante do que não pode ser evitado. A voz do sábio é ouvida na serenidade. Em vez de se desesperar com determinadas situações, o melhor é aprender a esperar.

Evitar conflitos, tanto externos quanto internos, faz com que as palavras certas sejam ditas e as atitudes mais promissoras sejam tomadas.

A fidelidade a quem se ama e ao que se acredita tende a ser um dos fatores para alcançar o sucesso no ano de Oxalá. É como se um chamado à autenticidade fosse ouvido e seguido sem pestanejar. 

O Orixá regente de 2016 convida a constantes balanços sobre a própria conduta para com as pessoas, a vida e o mundo. Os caminhos se abrem na medida em que um passo é dado, seja ele certo ou não. Os movimentos mais auspiciosos são aqueles que desencadeiam uma série de questionamentos e os que instigam reflexões severas sobre o que se quer e sobre quem se é. Lembre-se que o símbolo de Oxalá é o Sol e este joga luz ao desconhecido. Portanto, em vez de temer as mudanças que invariavelmente ocorrerão nos próximos meses, a orientação é justamente aceitar as rotas que se descortinam. Um ano de sabedoria é aquele em que ninguém permanece igual ao que era antes, mesmo que se movimente pouco em direção ao que se deseja. Devagar se vai longe - mas também se conquista um mundo.

A importância de Oxalá para 2016 é grande porque suscita não apenas o tempo certo para cada situação, como também serve de estímulo para olhar o passado com olhos serenos. Cada dificuldade enfrentada e cada vitória alcançada até aqui são cruciais para definir a realidade não apenas do mundo e do país, quanto os sentimentos, os desejos, as crenças e as forças de cada pessoa.
É através de uma postura aberta ao novo, sem medo do que já passou, que faz de 2016 um ano de discernimento, coerência e responsabilidade.