Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

31 de dezembro de 2011

Fechando ciclos! Onde você está?

Vem o dia e ele acaba, depois vem a noite e ela acaba. E vem o dia e vem a noite. Vem uma emoção boa e ela termina, vem uma emoção ruim e ela vai embora e vem outra emoção qualquer. Vem o ano novo e vai embora, e vem o outro ano e ele terminará também. Nada é para sempre, tudo se transforma em ciclos. Como viver sem apegos? Não adianta mais, o ano acabou. Não dá mais para degustar as tardes de outono, não dá mais para curtir um friozinho debaixo da manta de lã. Não dá mais pra sentir o perfume do início da primavera. Não dá mais. Não dá mais para recuperar o ano letivo, o amigo que se distanciou, a relação que esfriou. O fim do ano bate à porta, impondo suas comemorações. O que passou, passou. Vamos escolher chorar pelo leite derramado ou seguir em frente? Vamos nos lamentar pelo que não fizemos, não temos ou criarmos novos propósitos para o novo ciclo que inicia? No mundo tudo se transforma em ciclos. Dia e noite, as estações, o fim e recomeço do ano. Nosso ciclo pessoal na data do nosso aniversário. Morte e renascimento. E no seu mundo interno como acontecem os ciclos? Levamos 21 anos para crescer fisicamente, outros 21 para completar o crescimento psicológico, e mais 21 para nos espiritualizarmos. Onde você está? O que nos pede cada ciclo de vida? De quem precisamos? Qual a aprendizagem em cada etapa que vivemos? Até os 7 anos buscamos crescer fisicamente. Então precisamos da MÃE. Da fantasia dos contos de fada, do amor e calor humano. Pensamos: O MUNDO É BOM. Até os 14 anos buscamos ritmo, disciplina, autoridade como exemplo. Então precisamos do PAI. Das lendas e fábulas, dos valores morais e da arte. Pensamos: O MUNDO É BELO. Até os 21 anos buscamos nossos sentimentos, então precisamos dos AMIGOS. Dos modelos de pensamento, da liberdade com responsabilidade, da procura de ideias, de discutir com brilho e pouca ação. Pensamos: O MUNDO É VERDADE. Até os 28 anos buscamos nosso próprio EU. Então precisamos de um CHEFE. É o início da fase emocional. Sentimento que conquistamos o mundo. A busca de parceiros, emprego. Mas falta experiência e há perigo de excessos. Pensamos: O MUNDO É ILIMITADO. Até os 35 anos buscamos encontrar nossa missão. Então precisamos de uma PROFISSÃO. Para ver nossos próprios defeitos nos outros, sentir os perigos e prazeres do poder, desenvolver a capacidade de empreender. É o início da fase racional, sentimento de estar organizando o mundo, responsabilidade social, compreensão racional do(a) parceiro(a). Pensamos: O MUNDO É LÓGICO. Até os 42 anos buscamos encontrar nossos objetivos. Então precisamos definir o nosso SENTIDO DA VIDA. Pela necessidade de parâmetros e do conceito próprio do mundo. É o início da fase da maturidade psíquica, de questionamento dos nossos princípios. E também o início do declínio físico. Pensamos: O MUNDO TEM LIMITES. Até os 49 anos buscamos ser altruístas. Então precisamos DA NOSSA PRÓPRIA VISÃO DE MUNDO. Aprender a fazer diferente, ser aprendiz onde se era mestre, abrir novas iniciativas. Pensamos: O MUNDO TEM POSSIBILIDADES. Até os 56 anos buscamos uma postura moral elevada. Então precisamos colocar NOSSA EXPERIÊNCIA A SERVIÇO DAS NECESSIDADES ALHEIAS. Dedicação aos outros, ensinar a quem precisa, atitude colaborativa. Usar nossa visão sistêmica do todo, entender o mundo a partir das interdependências. Pensamos: O MUNDO PRECISA DE MIM. Até os 63 anos buscamos alcançar a espiritualidade. Então precisamos da INTEGRAÇÃO. Somar os valores atuais, os valores da infância, a procura dos valores espirituais, e a própria biografia. Estar a serviço do bem geral pelo tempo que nos for permitido. Pensamos: A VIDA E O MUNDO FAZEM SENTIDO. Onde você está? Você está aqui e agora comigo, lendo esta Crônica? Sim? Então pare o mundo um pouquinho e avalie sua vida. Não perca a oportunidade. Avalie cada fase... Permita-se uma viagem no tempo da sua biografia! O que você fez, ou deixou de fazer em cada etapa, o que ficou perdido no tempo, como escondeu os buracos, as faltas, dores e impossibilidades? Como celebrou suas vitórias, aprendizagens conquistadas em cada ciclo? Um último olhar para avaliar sua relação com você mesmo, com o outro e com o mundo... Você está em paz com pelo menos 80% de sua biografia? Se a resposta é sim, siga em frente com humildade e se disponha a ajudar quem está apegado ao passado. Se a resposta é não, então não perca mais tempo. Você é o responsável por reinventar sua história. O autor e ator de sua própria vida. O papel de vítima não cabe bem a nós, seres espirituais passando por uma vivência humana. Apegar-se às dores ou faltas do passado só rouba o momento presente de viver o aqui e agora. A vida acontece no hoje. O passado passou, não volta mais. Desapegue-se. Questões com mãe e pai na infância, precisam ser resolvidas dentro de você com sua mãe e seu pai internalizados. Você acaba repetindo com você mesmo o que aconteceu na relação com eles: “Saudade emocional da infância”. Reclamar das críticas e carências e criticar a eles, que fizeram o que podiam fazer, é fazer com eles o que fizeram com você. Adianta para alguma coisa? Você se sentiu sempre só, com poucos amigos, pare pra escutar o que você pensa de você mesmo. Se você se acha péssima companhia, não vai arriscar a se aproximar de ninguém. Mude a imagem interna de você. Crie situações para aumentar o convívio social. Não viveu a adolescência? Viva agora. É muito bom, vivenciar a adolescência com a responsabilidade de adulto. Sente-se preso(a) no contexto social? Vá para um lugar onde ninguém conheça você. Tem medo da crítica dos outros ou da autocrítica de você mesmo? Ou você não confia em você mesmo e fica com medo de extrapolar? Você se conhece bem? Sabe o que quer e a que veio nesta vida? Qual a sua missão? Mas se você tem dúvidas quanto a você mesmo, o que faz, com quem está, qual o sentido da sua vida, aproveite a crise e amplie o “caos”. Aumente sua capacidade de refletir sobre todos os aspectos possíveis de todos os caminhos imaginados. Não tenha medo de expandir seu campo. Não apresse decisões. Sinta no silêncio interno do seu ser qual o caminho que faz sentido e experimente. Aceite sua perfeita imperfeição humana. Volte atrás, tente de novo se não foi desta vez, cavalo encilhado anda em círculos, a oportunidade volta. Só não viva situações onde sua alma não esteja presente. Não vá só de corpo. Se não está bom pra você, não está bom para o outro também. Mude, não desista de ser feliz. O que ficou aberto, volta, clama, chama, vem em sonhos, pesadelos, repetições pela vida afora. Fique atento e decifre os sinais. Dê a você mesmo o que seu ciclo vital está pedindo. Os ciclos de vida são conexões imperfeitas, deixando espaço no presente para fechar questões do passado. A vida manda situações de repetições para fecharmos questões abertas dos ciclos anteriores no aqui e agora. Por isso, viva o hoje e desapegue-se dos sentimentos do passado. Não permita que sua mente voe para lá. Só não se machuque. Segure a auto-sabotagem. Às vezes, a gente se acostuma tanto em se queixar da vida e ver o lado ruim, que se assusta com o bom, ou não se autoriza a viver melhor. Invista na sua paz para alcançar a condição de estar na maior missão humana, que é servir ao outro, ao mundo. Viemos para fazer do mundo um lugar melhor. Faça a sua parte. Comece pelo seu mundo interno e amplie para o mundo externo. Comece o ano cuidando mais de você. O mundo agradece. Eu agradeço!
De: Telma P. Lenzi