Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

27 de janeiro de 2013

O papel e as obrigações do Cambono



Responsabilidade
Tanto quanto o médium de incorporação, o médium cambono (que é um médium de sustentação) precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fim de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas, médiuns ou não.


Firmeza mental e emocional
Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam botar a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.

Equilíbrio vibratório
Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos – o cambono deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo, quando necessário.
Para isso, deve observar sempre a prática do Evangelho no Lar, ou algo similar, bem como a preparação necessária na noite que antecede o trabalho e no dia propriamente dito, cuidando do descanso, da alimentação, da higiene física e mental, dos banhos ritualísticos, da firmeza da sua guarda, etc.

Compromisso com a Casa, o grupo, os Guias Espirituais e os assistidos
O cambono deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados, que são:

Com a casa que trabalha: conhecer e observar os regulamentos internos a fim de segui-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da Casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.

Com o grupo de trabalhadores em que atua: evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento dos trabalhos.

Com os Guias Espirituais: lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.

Com os assistidos: encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicados pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.

Ausência de preconceito
O cambono não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc.
Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.


Discrição
O cambono nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa. A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados, como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.
Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.
Exceção: comunicar somente ao dirigente espiritual da Casa, para monitoramento dos trabalhos.

Coerência
Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, que é médium de sustentação, deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de espíritos desequilibrados (eguns e kiumbas), no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.


Como vemos, as responsabilidades dos cambonos são as mesmas que a dos médiuns ostensivos e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.
Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior.

Fonte: extraído do livro “O ABC do Servidor Umbandista”