Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

27 de agosto de 2011

VÍNCULOS ENTRE ENTIDADES, MÉDIUM, ASSENTAMENTOS E GUIAS (colares)

Quanto a vínculos, podem e devem serem feitos ao nível energético entre entidades e médiuns; entre médiuns e seus assentamentos; entre entidades, médiuns e seus assentamentos; entre entidades, médiuns, seus assentamentos e suas guias de proteção.
Vamos começar pelas guias de entidades que, enquanto em forma de colares, sem a preparação devida, realmente não passam disso - enfeites. Após, no entanto, passarem pelo ritual de preparação de acordo com as informações passadas pelas entidades que delas vão fazer uso, nelas são fixadas determinadas energias, ou pequena parte de egrégoras que, PELA LEI DAS AFINIDADES, têm como objetivo principal atrair para elas e para quem as está usando, MAIS ENERGIAS DE MESMO TEOR (lembre-se de que os semelhantes se atraem). Dessa forma, se o caboclo Tal, de uma determinada falange, consagra sua guia em acordo com as energias de sua falange, crê-se que ela estará atraindo as energias dessa falange durante seu uso.
Essa é a explicação básica do “pra que serve”. Mas, o mais importante, que a maioria não sabe e/ou finge não saber, é exatamente o modo de preparação dessas guias porque, JAMAIS PODERÃO SER PREPARADAS SEM QUE O MÉDIUM QUE VAI USA-LA ESTEJA PRESENTE. Na verdade, a energia que é assentada na guia terá que ser, obrigatoriamente uma energia criada a partir de uma mistura entre:
a) A energia da entidade e/ou de sua falange;
b) A energia das ervas e elementos em que a guia será “deitada”;
c) A energia do médium que vai usá-la quando incorporado.
Quaisquer outros tipos de energias, seja de outras ervas além das estritamente indicadas ou de pessoas fora do contexto indicado acima, entrarão como interferência e poderão criar outros tipos de VÍNCULOS.
O ritual de preparação é exatamente aquele que vai, além de assentar a energia padrão da guia, CRIAR OS VÍNCULOS entre a entidade (e sua falange), a guia propriamente dita e o médium. Isso é
tão importante que, como vemos em alguns grupos mais informados, as guias individuais só podem ser tocadas por aquele que as usam. Isso evita, é claro, interferências de energias de outras pessoas. É assim que agem no lugar em que você vai? Então está certo. Caso contrário ... cuide-se você!
Nos casos de assentamentos de Entidades e Orixás a coisa acontece exatamente da mesma forma, só que, ao invés de se imantar uma guia, imanta-se elementos do reino mineral (otás) com a energia que também deverá ser proveniente da mistura das energias:
a) Dos otás (pedras) e elementos da natureza ligados aos Orixás ou Guias;
b) Dos Orixás ou Guias que são atraídos por invocações;
c) Do médium que deverá, depois disso, ser o zelador desse assentamento.
A função principal de um assentamento é, da mesma forma que uma guia só que com mais alguns fundamentos, CRIAR VÍNCULOS entre os encarnados, desencarnados, Orixás. E como ali fica fixada a ENERGIA padrão entre os envolvidos na sua formação (não o espírito ou Orixá), podem servir também
como CANAIS DE COMUNICAÇÃO mais direta entre estes.
Vínculos entre encarnados e entidades espirituais podem ser feitos, ou terem sido iniciados, mesmo antes do nascimento, em vidas passadas, ou durante o período entre uma encarnação e outra. Este
seria um vínculo básico que determina os tipos de entidades que vão acompanhar a pessoa física durante a atual encarnação. Ainda durante esta, esses vínculos podem vir a ser fortalecidos e/ou enfraquecidos, dependendo do caminho que o encarnado escolher, em respeito ao seu “Livre Arbítrio”.
Dependendo também dos planos propostos ainda no campo Astral para este encarne, o ser vivente poderá vir a ser forçado ou não a seguir uma filosofia religiosa de acordo com seu acompanhamento.
Daí chamarmos determinados tipos de mediunidade como CÁRMICA. Nesta condição, o médium será forçado, mais cedo ou mais tarde, caso não se encaminhe ele mesmo, a ir “bater cabeça” em um grupo
religioso de bases espíritas para que sua missão, bem assim como a de seus “companheiros de viagem,” possa se realizar. Seja qual for o grupo mediúnico que ele escolher (Umbanda, Nações Afro, Kardecismo, etc.) haverá, após o desenvolvimento adequado - o que inclui a melhor sintonização entre as energias do médium e seus acompanhantes – a necessidade de uma manutenção constante e até aprimoramento dos contatos entre os que estão na parte Astral e o que está no plano Material, e é aí que os vínculos não “mágicos” se fazem mais e mais necessários.
Como vínculos “mágicos” citamos, por exemplo, as guias, os assentamentos, as “feituras”. Mas NADA DISSO TERÁ EFEITO MAIS PERMANENTE DO QUE OS VÍNCULOS EMOCIONAIS E SENTIMENTAIS. Estes vínculos enfraquecem com o passar do tempo, principalmente se tiverem sido realizados sem a auto-entrega por parte do iniciado, o que demandaria a criação de vínculos, não só ritualísticos como também, e principalmente, vínculos emocionais e sentimentais. Vínculos emocionais e sentimentais são tão importantes que, dependendo da intensidade deles, estas repetições de preceitos ritualísticos quase deixa de ter de acontecer, principalmente no que tange a vínculos entre seres encarnados e humanos desencarnados de quase todos os níveis de evolução. Acontece, no entanto, que, mesmo vinculados a alguém através da rede de emoções, se forem apenas a estas, as ligações permanecem
fortes enquanto durarem estas emoções e, como sabemos emoções, diferentemente de sentimentos, têm duração efêmera, fazendo, portanto, com que os vínculos também o sejam. Se eles se alimentarem das emoções do encarnado terão que ativá-las quase que sempre.
Exemplificando, digamos que em sua religião você esteja ligado a um tipo de entidade, ou orixá. Se diuturnamente você expressa, através de atitudes e pensamentos, seu apreço por eles (e isso é sincero), é sinal de que você os ama e o trânsito energético entre você e eles tende a ser contínuo.
Numa outra situação, você só se lembra deles em momentos de necessidade, sejam elas quais forem, mantém apenas laços emocionais com eles, laços estes que se estreitam apenas naqueles momentos em que você normalmente necessita - passado o perigo, o esquecimento é quase que total.
Nesta segunda colocação os laços sentimentais são quase que nulos, ou até o são - os laços, ou vínculos emocionais são temporários como qualquer emoção.
Então, pode-se afirmar que, se numa “feitura”, assentamento, etc., não forem criados ou fortalecidos e mantidos posteriormente os laços emocionais e sentimentais (do encarnado para com seu Orixá), esta “feitura”, com certeza, terá caráter temporário mínimo. Isto acontece muito quando pessoas são levadas à “feitura” apenas para se dizerem “feitas”, “coroadas”. Eles não entendem que aquele ritual é apenas um RITUAL DE INICIAÇÃO e que o que está por vir é que o fará melhor ou pior no observar dos Guias, Protetores e Orixás. O AMOR ao que se está iniciando e o tanto de EMOÇÃO que se coloca em cada vez que se vai fazer uma invocação são as chaves para o crescimento dos vínculos entre entidades espirituais e encarnadas.
Em qualquer ritual, a participação do emocional e sentimental do encarnado fará com que ele alcance mais ou menos benefícios e, por conseguinte “milagres”. Falando-se em “milagres”, você já percebeu que eles só acontecem em determinados grupos, quando as pessoas entram em ativação emocional?
Porque estas pessoas usam:
- Concentração máxima nos objetivos;
- Mentalização com as imagens do objetivo já alcançado;
- Sentimentos positivos em relação ao objetivo;
- Muita emoção nas invocações e mentalizações;
- Persistência, perseverança;
- Muita FÉ.
E por falar em fé e preparação de médiuns, abaixo transcrevo um alerta de um amigo espiritual.

MENSAGEM DO CABOCLO ARRANCA TOCO
Estas eram perguntas que os médiuns que passavam por necessidades materiais faziam: Do que vale ser Umbandista se nada consigo para mim? Por que aos outros consigo ajudar e quando chega a minha vez nada consigo? Por que, quanto mais ajudo, mais minha vida vai para trás? Será que meus Guias não vêem isso?
Eis aqui algumas perguntas que, por certo, todos os Umbandistas e também seguidores de outras religiões já se fizeram ou estão por fazer. Eis aqui o marco de uma mediunidade mal orientada que, fatalmente, culminará no afastamento dos filhos de fé de suas crenças se não for corrigido e se o filho de fé, na realidade, não for lá um filho de tanta fé assim.
Esta é uma encruzilhada que aparece, mais cedo ou mais tarde, no caminho de todo filho de fé que, embora seja muito bem intencionado, não tenha compreensão exata das forças com que se acha envolvido no decorrer do uso de sua mediunidade. Mas não são somente os filhos de mediunidade de incorporação que chegam a ela não. Também aqueles na categoria de cambonos (auxiliares) sofrem as mesmas influências e chegam a ter os mesmos problemas, às vezes até piores.
Mas por que?
Normalmente, um filho de fé inicia sua vida espiritual sendo encaminhado a um terreiro onde é auxiliado em algum problema, ocasião em que se constata, durante os trabalhos, que possui mediunidade, seja ela Cármica ou Missionária. Passa então, este filho, a frequentar reuniões onde o Treinamento Mediúnico o põe em contato com espíritos protetores que com ele trabalharão durante toda a vida ou parte dela, de acordo com o destino ou resgate cármico necessário. Dentre estes, um dos espíritos recebe a incumbência de trabalhar diretamente sobre a mediunidade do filho, sintonizando-o, aclimatando-o às vibrações diversas, até de outras entidades, até o ponto deste filho ter condição de vir a receber seu VERDADEIRO GUIA ou MESTRE: aquele a quem cabe a real orientação do “aparelho” ao longo do seu caminhar pela estrada da espiritualidade. Este trabalho de aclimatação é um trabalho longo e, em muito, depende do próprio filho de fé, principalmente no que diz respeito à CONSTÂNCIA, FORÇA DE VONTADE e, principalmente, FÉ – quesitos estes que são julgados e, somente após o filho provar por si que é capaz de tê-los confirmados, é que lhe é dado começar a conhecer os segredos da Lei de Umbanda. Qualquer tentativa do médium em ultrapassar os três quesitos iniciais, sem condição, pode lhe ser prejudicial, pois, no futuro, quando estiver de posse dos ERÓS (ou seja, segredos) mais e mais serão necessários o uso e prática destes três primeiros degraus.
Posteriormente, após passar por estes três primeiros degraus de iniciação e depois de conseguir REAL CONTATO com seu espírito GUIA (mestre), este filho passará a receber do Chefe de Terreiro, e
também de seu GUIA, os primeiros ERÓS de Umbanda quando então, ele, por si só, mesmo sem interferência de incorporações, poderá dar andamento a pequenos trabalhos de auxílio, sem que isto
possa provocar modificações maléficas em sua vida material e espiritual.
Mais adiante, de posse de novos ERÓS – e estes são dados na medida em que se vê que o filho tem condição material, espiritual e moral para tal, poderá então, o filho de fé, além de pequenos trabalhos,
começar a usar determinadas forças que existem na Natureza, sempre sob a guarda de seu GUIA, de modo que este filho estará sempre resguardado dos possíveis problemas que poderiam ocorrer.
O filho de fé estará sempre sendo testado pelo seu próprio GUIA e outras entidades, de modo que possa provar a si e a eles que terá condição de chegar a graus superiores da escala de INICIAÇÃO.
Somente após provar a si e a todos que sua base é forte, poderá então o médium receber a COROAÇÃO na Umbanda, de acordo com seu GUIA e seu grau de Iniciação, após o que, o então Iniciado, poderá iniciar os trabalhos, não só de assistência, como de INICIAÇÃO de novos filhos.
De nada adiantará a “Coroação” se o filho não tiver os conhecimentos necessários, inclusive para manter a sua própria mediunidade em condições de suportar os possíveis ataques do Baixo Astral, que normalmente se iniciam atuando na VAIDADE do filho, o que faz com que este, sentindo-se “REI” às vezes, deixe de cuidar de si por achar que nada mais é necessário. Pelo contrário, quanto maior for a subida, maior poderá vir a ser o tombo...
Este seria, em linhas gerais, o real caminho de um Filho de Fé dentro da escala de iniciação (vale dizer que mesmo após a Coroação, há ainda que se vencer obstáculos para se conseguir atingir a outros graus de iniciação), mas infelizmente, o que acontece hoje em dia, são Coroações de médiuns despreparados, o que deturpa em muito a Umbanda, pois os médiuns nestas condições, fatalmente cometerão erros – por se acharem “Coroados” – que os levarão àquelas perguntas iniciais. Há ainda o caso dos filhos que nem bem iniciaram o desenvolvimento e já se acham em condições de prestarem caridade, participarem das orientações, de atenderem. de trabalhos de DEMANDA, de atuarem com forças que nem mesmo sabem que existem, tudo na confiança de que “meu guia me segura”!
Agora pergunto: será que ele está realmente recebendo a orientação do Guia responsável por si? Será que ele não estará levando em consideração ordens de entidades que, como ele, não conhecem os segredos da Lei de Umbanda? Será que, levado pela vaidade, não estará ele querendo demonstrar uma força que realmente não tem? Será que ele, já que não conhece nem os ERÓS de defesa, não estará sendo levado por entidades que se passam por seus Guias?
Algum tempo se passará e, fatalmente, também este filho retornará às perguntas iniciais e, neste caso, algo pior poderá acontecer quando, vendo que sua vida e a daqueles que o cercam (sim, porque a atuação negativa pode começar por aqueles entes que mais queremos, numa forma de enfraquecer cada vez mais as resistências) começa a piorar, começam a aparecer doenças inexplicáveis, brigas, desentendimentos familiares, o médium perde a cabeça e, na melhor das hipóteses, procura uma outra religião que corrija tudo aquilo que ele mesmo provocou durante tanto tempo. Quando dizemos “na melhor das hipóteses” queremos também dizer que estes fatos poderão levar um filho até mesmo à loucura ou suicídio, se sua cabeça for um pouco mais fraca e a covardia sobrevier.
Falta-nos ainda responder à pergunta: “Será que meus GUIAS não vêem isso?
Por certo que vêem e, entristecidos por nada poderem fazer por seu filho, já que ele mesmo escolheu o caminho, retornam à morada em Aruanda com mágoas de terem perdido um ente que poderia ser seu estandarte na Terra.
Fonte: Claudio Zeus (livro Umbanda sem Medo)