Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

17 de novembro de 2012

Onde oferendar a Exu?


Sabemos que muitos irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas chamadas encruzilhadas de rua ou cemitério. Achamos por bem alertar que encruzilhadas de rua e de cemitério são locais onde existem determinadas portas dimensionais que se ligam diretamente às covas mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas "Portas Cruzadas" e os trabalhos feitos nestes locais têm aceitação somente por espíritos que nada têm a ver com os verdadeiros Guardiões.
Os Guardiões somente realizam "despachos" em encruzilhadas de rua e de cemitério desde que sejam para fins específicos, quando há necessidade de manipular energias humanas que se entrecruzam. Fora disso, as encruzilhadas de rua e de cemitério não são os pontos de força dos Guardiões.
Nas encruzilhadas de rua e de cemitério habitam os seres mais estranhos e terríveis, verdadeiros monstros, que alteraram a forma de seu corpo astral, devido a sua própria conduta mental e emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e seus objetivos na caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na sua maioria perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados kiumbas, seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos, matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias, pois são loucos por sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados.
E são eles que recebem nas encruzilhadas de rua e de cemitério as oferendas feitas com sangue, animais mortos, ossos e todos os tipos de materiais de baixa vibratória.
Estes seres se agregam na aura dos infelizes que realizam tais práticas, os vampirizando e os fomentando a realizarem sempre tais oferendas sangrentas, no intuito de alimentá-los vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por outros seres que são chamados de "larvas astrais". Estas são formas-pensamentos viciadas, que se agregam à vítima e funcionam como um sensor que a liga ao kiumba, mesmo à distância.
Estas larvas trazem realmente muitas doenças, tanto mentais como físicas, fazendo com que a vítima se sinta, na maior parte das vezes, desanimada e sem força de vontade, só se recuperando quando estão em qualquer prática viciosa.
Estes kiumbas são combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda (Exus), que exercem verdadeiro policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o álcool, a prostituição e coisas piores. Os Guardiões os policiam para não utilizarem a contraparte etérica de elementos como o sangue, ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência.
Quando os Guardiões aprisionam estes kiumbas, os levam a determinados postos corretivos no astral, onde ficarão recebendo um tratamento que lhes facultará a retomada de sua linha evolutiva afim e o possível reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos deles não terem condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos astrais se encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras pessoas a reencarnação. Para muitos, a reencarnação é vedada - e são estes os mais perigosos - aprisionados em sua consciência como se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário.
Então, fazer entregas em encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade perigosíssima, principalmente quando estas entregas levam elementos animais ou mesmo materiais densamente negativos. Repetimos que a Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma, seja para louvar Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral. A Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciados.
Acreditamos - pois temos certeza - de que o sangue atrai esta classe de espíritos do qual falamos – os kiumbas. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas vezes questionam a nós Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que este é Axé e que a sua utilização revitaliza todo o sistema magístico de um ritual; mas isto não faz parte da ritualística/doutrina da Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar e cada religião com sua liturgia.
Nós também cremos que o sangue é Axé, mas este só realiza sua função de Princípio e Poder de Realização quando no animal VIVO. Matar um animal, ou vários, e entregá-los no seio da Natureza é uma violação e uma afronta a esta mesma natureza, pois as vibrações expressas em oferendas deste tipo agridem aos Orixás.
Então, qual a verdadeira encruzilhada? Onde fazer as oferendas para os Exus e Pombo-giras?
A real encruzilhada dos Guardiões não está no campo físico, mas sim no campo astral, na combinação dos elementos naturais, que são: Ar - Fogo - Água - Terra - Vegetal - Mineral - Animal - Etérico Humano e Magnético Telúrico, formando o ciclo da vida, havendo os segredos invioláveis deste mistério, que é conhecido apenas pelos Guias Espirituais da Umbanda e a quem eles abrem o mistério. 
Esta encruzilhada, a verdadeira Encruzilhada obedece aos pontos cardeais e as entradas e saídas de força que agregam e desagregam os elementos e mantém a transformação da vida. 

Portanto, se a real encruzilhada não está no campo físico, mas sim no campo astral, a oferenda pode ser feita dentro do Terreiro ou no jardim deste, formando-se uma encruzilhada astral. Assim, para realizar uma oferenda é necessário que o dirigente da Casa oriente e acompanhe.
Fonte: livro A Magia das Oferendas na Umbanda