Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

8 de maio de 2011

Mãe - a primeira pessoa do plural

“Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração
ser mãe é ter no alheio
lábio que suga o pedestal do seio
onde a vida, onde o amor, cantando vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormido; é ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra.

Todo o bem que a mãe goza é o bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
luz que lhe põe nos olhos novo brilho.

Ser mãe é andar chorando num sorriso;
ser mãe é ter um mundo e não ter nada;
ser mãe é padecer num paraíso.” (Coelho Neto)



Esses versos expressam o que é o amor sublime que brota espontâneo na mulher que concebe, luz divina depositada em seu coração, transformando-a em colaboradora do Pai a iluminar os caminhos de filhos de Deus sob seus cuidados.
Amor é compromisso, é dedicação, é esforço, é trabalho em favor do ser amado.
Uma das características marcantes do homem, no estágio evolutivo em que o planeta Terra se encontra, é o egoísmo, a tendência de pensar muito em si mesmo. Mas, no lar o ser humano dá os primeiros passos a caminho da fraternidade. Na interdependência existente entre os membros da família, envolvendo pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs, opera-se um fenômeno prodigioso: aprende-se a conjugar o verbo de nossa ação não mais na primeira pessoa do singular (eu); usamos a primeira do plural (nós).
Temos no lar uma microssociedade onde exercitamos a vocação de conviver e participar. É significativo que pessoas com problemas de relacionamento social, que cometem desatinos, que se revelam incapazes de respeitar o próximo, de sensibilizar-se com os sofrimentos alheios, geralmente vêm de famílias desajustadas onde escasseavam afetividade, carinho, compreensão, solicitude...
Em mundos mais evoluídos, a família amplia-se além das fronteiras de sangue, abrangendo imensas comunidades, o que é natural: somos todos filhos de Deus.
Na Terra, adiantam-se numa abençoada vanguarda de renovação aqueles que, não obstante o cuidado da família consangüínea, ampliam sua capacidade de amar com o esforço em favor do semelhante. Cuidam de enfermos, auxiliam necessitados, consolam aflitos, vinculam-se a obras assistenciais, integrando-se verdadeiramente na vida social, onde se destacam não pela riqueza ou pela cultura, mas pelo empenho de trabalho em favor do bem comum, exercitando amor como o fazem as mães.
E, como ocorre com as mães, esses abnegados vanguardeiros estagiam, intimamente, no paraíso, ainda que transitando pelos espinhos da Terra.
Reformador - nº 1910 - Maio - 1988

Parabéns, mamães, por seu dia!