Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

14 de maio de 2012

Povo Cigano

Dia 24 de maio é o dia de Santa Sarah de Kali, a santa padroeira do povo cigano. Por este motivo, na Umbanda, este é o dia em que se homenageia os Ciganos e toda a Linha do Oriente.
Para muitos médiuns e leigos, quando se fala no Povo Cigano estes confundem com os Exus e Pombo-giras. Mas o Povo Cigano da Linha do Oriente não tem nada a ver com Exu e Pombo-gira, eles trabalham na linha da direita, como se diz.
Muitos Centros de Umbanda não trabalham com a Linha do Oriente e muito menos com o Povo Cigano; sendo assim, muitos médiuns não sabem que têm um cigano ou cigana para trabalhar. E são entidades maravilhosas que incorporam em seus médiuns para fazer a caridade para as pessoas, sendo exímios "doutores do espaço", tendo muita sabedoria e atuam muito com a magia mística - sempre para o bem.
Fazem parte da corrente dos Ciganos: Cigano Pablo, Cigano Wladimir, Cigano Yuri, Cigana Carmen, Cigana Carmencita, Cigana Salamandra, Cigana Esmeralda, Cigana Sarita, Cigana Elenita, entre tantos outros.

Um pouco de história sobre a Santa Sarah de Kali e Cigana Sarita (esta com a qual trabalho):

Santa Sarah de Kali
Sarah era da família de Jesus Cristo e quando Ele foi crucificado e depois ressuscitou, o Imperador Romano ordenou a perseguição aos seguidores de Cristo e à sua família. Assim, a família de Cristo, junto com os cristãos, fugiram de Jerusalém - uns foram para a Ásia e outros para a Europa.
Sarah e seus parentes fugiram em direção à Europa, pegando um barco para chegar na Costa da França. Acontece que durante a travessia do mar, foram atingidos por uma tempestade muito forte, com ventania enorme, quebrando o mastro das velas. Ficaram dias à deriva no mar revolto, havia terminado a comida e a água. Sarah ajoelhou-se no barco rezando para Jesus, pediu para protegê-los para que chegassem à salvo na Costa, pois havia muitas crianças na embarcação. Prometeu que se o pedido fosse cumprido, nunca mais mostraria seus cabelos, usaria para sempre um lenço na cabeça. Seu pedido foi atendido, chegando sãos e salvos na França. Lá encontraram apoio e refúgio em um grupo de nômades - ciganos - onde passaram a fazer parte. Devido à sua fé e ao fato dos ciganos ficarem sabendo que sua oração e devoção salvou as pessoas daquele barco, quando ela faleceu passou a ser considerada Santa, tendo romaria em seu túmulo. Por causa da cor de sua pele - bem morena - os ciganos a chamavam de Kali (que significa morena no dialeto deles) - tornando-se, então, a Santa Sarah de Kali.

Cigana Sarita
A Cigana Sarita nasceu e criou-se em uma família de ciganos, na região noroeste da Espanha. Tinha os cabelos e os olhos negros. Sua infância foi muito feliz e, logo no início da adolescência, seus dotes mediúnicos e intuitivos começaram a se manifestar. Como de costume, começou a atender as pessoas, lendo a mão e o tarot. Logo tornou-se famosa por seus dotes, sendo procurada por muitas pessoas para atendimento. Como é hábito dos ciganos cobrar por suas consultas (ao que eles chamam de "troca de faca"), mesmo ainda jovem, a Cigana Sarita ganhava muito dinheiro e ouro, passando a sustentar todo o seu grupo. Aos 18 anos foi eleita a dirigente de seu grupo cigano. O poder e a riqueza a fascinaram, tornando-se autoritária e cobrando cada vez mais caro por seus atendimentos. Nesta época, os ciganos eram muito perseguidos pela Igreja Católica e pelas autoridades - por este motivo tinham que se mudar constantemente, trocando sempre o acampamento de local. Certo dia, Sarita adoeceu, tendo febre muito alta. Sua febre persistiu por muitos dias e, quando a febre baixou, sua capacidade intuitiva e mediúnica havia diminuído drasticamente. Contudo, Sarita não contou a ninguém e continuou a atender as pessoas, e quando não conseguia ler a mão, inventava. E cada vez cobrava mais caro. Por se sentir poderosa, não quis mais que seu acampamento mudasse de lugar, passando a enfrentar e lutar contra os perseguidores. E foi assim que, numa emboscada, Sarita faleceu.
Como tinha se tornado materialista, Sarita não abandonou seu corpo, presenciando sua deterioração, até que quando percebeu que havia tornado-se somente ossos, se desesperou e lembrou-se que sua mãe já falecida lhe havia ensinado que tinha vida após a morte. Assim, implorou ajuda, pedindo para ser resgatada e levada para um lugar melhor. Uma luz branca muito forte apareceu e Sarita adormeceu. Quando acordou, estava em um hospital do plano espiritual, sendo tratada por um irmão espiritual chamado Raul. Com paciência e amor, Raul tratou de Sarita e assim que ela apresentou melhoras, foi levada à Escola Doutrinária Espiritual, onde aprendeu sobre as diversas dimensões, a vida espiritual, a evolução necessária a todas as pessoas. Seu mentor lhe avisou que ela não iria mais reencarnar, que ela cumpriria sua missão e sua evolução espiritual trabalhando espiritualmente através dos médiuns encarnados na Terra. Sarita iria usar sua roupagem fluídica de sua última encarnação - como cigana - e iria trabalhar numa nova religião que estava sendo fundada, a Umbanda. Que, por estar acostumada a preconceitos e perseguições, iria atuar na Umbanda e que dentro da própria religião iria sofrer preconceito e discriminação, pois no início a Umbanda trabalhava apenas com os Pretos Velhos, Caboclos e Crianças, e iriam considerá-la "não digna" de estar ali. Seu próprio "aparelho" não iria aceitá-la e teria que provar seus conhecimentos e que era do bem. Surgiu, assim, a linha do Oriente e do Povo Cigano na Umbanda.
À partir de então, a Cigana Sarita apresenta-se nos Centros de Umbanda, trabalhando para o bem de todos, mas não gosta de se desdobrar muito, sendo assim, trabalha em poucos médiuns por vez (no máximo 2 ou 3).
Roupa, cores, bebida e comida de Sarita:
- Roupa: saia comprida, bem rodada, cor amarelo ouro, com babado colorido na barra, lenço laranja com franja amarrado na cintura. Blusa da mesma cor, com manga bufante, ombros de fora e colete preto com brilhos dourados. Na cabeça gosta de usar lenço amarelo ouro ou laranja amarrado para o lado esquerdo, com uma tiara dourada. Brinco de argola e pulseira dourados.
- Cores: amarelo ouro, laranja e vermelho
- Bebida: ponche ou vinho tinto doce
- Comida: todas as frutas, de preferência maçã
- Materiais de trabalho: baralho tarot, cristais coloridos, pandeiro com fitas coloridas.

Arriba, Povo Cigano!