Blog da Casa de Caridade Luz Divina - dirigente espiritual Vovó Luiza

5 de dezembro de 2012

Dar de graça o que de graça recebemos



O bem mais precioso, que é a vida, nos foi concedido gratuitamente assim como a presença de Deus, são bens que não se compram, vende ou troca.

Daí a máxima: “dar de graça o que de graça recebemos”.Por esta máxima se dá a ética, não cobrar um único centavo pelo trabalho espiritual realizado nos Templos, que são a Casa de Deus, em que se reconhece o poder de realização muito além de nosso querer, ego ou vaidade. Gratuitamente está ali a graça divina e o poder de ação de nossos guias e Orixás.

No entanto quem paga o aluguel, luz, água, produtos de limpeza, vela, defumação, bebidas fumo e outros elementos ritualísticos além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um templo?

O dirigente deve pagar tudo a fim de fazer valer sua condição de “beneficiado maior” ou este é seu “Carma”, o de manter e sustentar, sozinho, o trabalho que é realizado por um grupo de médiuns, uma comunidade?

Então os outros médiuns, todos templos vivos de Deus e sacerdotes deste templo individual, que se reúnem no coletivo (terreiro), não tem a mesma responsabilidade que seu dirigente/sacerdote, guardando as proporções a que cada um foi chamado em sua missão?

Para um médium assumir, realmente, este compromisso mediúnico/sacerdotal deve ter na Umbanda, em sua mediunidade e missão espiritual, uma prioridade perante a vida. Não deve haver compromisso que seja que o libere de estar presente de forma consciente de suas responsabilidades, que não se limitam a “vir e vestir o branco”. Além de se mostrar presente e disposto a ajudar deve se informar, também, de como colaborar financeiramente com o templo que o acolheu, tomando conhecimento do valor de uma mensalidade ou do quanto a casa necessita para suas despesas e realizações outras voltadas a comunidade.

Direitos e Deveres, obrigações e responsabilidades, também fazem parte de um trabalho espiritual. Se, de um lado, tudo recebemos do “espírito”, de Deus e suas Divindades e Entidades, por outro vivemos e nos 
movimentamos em um mundo real, no qual estamos em sociedade com suas regras e leis que devem ser observadas, respeitadas e cumpridas.

Quem pretende realizar um trabalho espiritual com os olhos vendados para esta realidade está fadado ao fracasso, pois deve haver um equilíbrio, como um “caminho do meio”, entre espírito e matéria, nem tanto à terra e nem tanto ao céu.

Por Alexandre Cumino