Obaluaê, também conhecido como Omulu, é
o Orixá da cura das doenças e das pestes.
É sincretizado com São Lázaro, o
santo que voltou dos mortos e, em alguns terreiros, também com São Roque, o
santo que fora contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de
epidemias e doenças contagiosas.
Certamente por estas histórias, São
Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá que possui
os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes. Não é
demais lembrar que apesar da semelhança entre eles, não podemos confundi-los.
São Lázaro e São Roque são santos confirmados pela Igreja Católica, tiveram
suas passagens pela Terra. Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto
iniciado na África, chegando ao Brasil e demais países da América Latina
por intermédio dos negros escravos, sendo posteriormente adotado como
Orixá na Umbanda.
Uma dúvida muito comum entre os irmãos Umbandistas
é se Obaluaê e Omulu são o mesmo Orixá ou são Orixás distintos. A
resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou Omulu é
falar no mesmo Orixá. A diferença é que o nome Obaluaê está ligado à
manifestação jovem deste Orixá, guerreiro, caçador e lutador. Já Omulu
representa a sua manifestação velha, de sábio, feiticeiro e guardião. A palavra
Obaluaê vem do Yorubá Obàlúwàiyé que quer dizer "Rei
Senhor da Terra" e Omulu significa "Filho do Senhor". Todavia, Obaluaê
e Omulu representam um só Orixá.
Arquetipicamente, Obaluaê tem seu
corpo coberto por palha da costa, em razão de possuir feridas na pele. Também o
fato de Obaluaê possuir seu corpo coberto por palha da costa representa o
mistério, especificamente, o mistério da morte que para nós encarnados ainda
não está revelado.
Obaluaê é tido como senhor da cura, e é o
transmutador de energias, aquele que encaminha as almas recém desencarnadas. Assim,
sempre que se adentra em um cemitério se saúda Obaluaê, assim como se saúda
Iansã.
O ano de 2013 será regido por Obaluaê.
Saudação: Atotô Obaluaê!
Dia da semana: segunda-feira
Data comemorativa: 17 de dezembro
Cores: preto e branco
Símbolo: na Umbanda = cruzeiro das almas; no Candomblé
= Xaxará
Oferenda: pipoca
(que representa a transformação entre a vida e morte) estourada com areia da
praia e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água
De Obaluaê originam inúmeras falanges de caboclos,
pretos velhos e Exus e Pombo-giras. Também manifestam-se falangeiros de
Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que chegam curvadas e que geralmente
têm sua cabeça coberta por um pano branco.